A Antena 2 apresenta, a partir de 2 de Outubro até ao final de Dezembro, a série do programa Caleidoscópio, intitulada Maria Callas – Voz de Diva, Vida de Ópera, da autoria de João Gobern.
Maria Callas – Voz de Diva, Vida de Ópera
Por João Gobern
No dia 2 de Dezembro de 2023 é assinalado o centenário do nascimento de Maria Callas, ainda hoje considerada uma das vozes femininas mais importantes na área da ópera. Quase três décadas depois da sua morte (em 1977), a revista Opera News escrevia, em 2006, que a Callas ainda era a melhor definição da diva como artista e uma das vozes mais vendidas de sempre na música clássica. Se juntarmos a isto uma vida digna de um libretto e o facto de poder ser olhada como uma as primeiras vedetas pop a saltar as fronteiras do canto lírico, estão reunidas todas as condições para uma memória que, além da “ilustração” própria – com a abordagem dos seus momentos e desempenhos mais destacados –, percorre o seu percurso pessoal, cheio de encantos e desilusões, de triunfos e sobressaltos, e de consequências inegáveis para o seu caminho artístico. Sem fugir às controvérsias, mas sublinhando sempre a sua importância como cantora.
Os registos de Maria Callas estão em natural evidência, mas são abordados o paralelismo entre a sua figura pública e a sua vida, as rivalidades e amizades, as candidatas a “herdeiras”, os compositores que lhe marcaram o percurso e, claro, o seu estatuto de diva. Sem deixar de sublinhar a sua passagem por Portugal e pelo Teatro de São Carlos.
João Gobern
Episódios
Ep. 1 | 1 outubro
Apresentação – A Diva
Um olhar, genérico mas intenso, sobre a forma como se implantou o “mito” Callas, com recurso a opiniões de especialistas e apaixonados. O lançamento de tudo o que se segue.
Ep. 2 | 8 outubro
A Grécia e os anos de formação
O retrato de uma infância e de uma adolescência atribuladas, dos pontos de vista afetivo e económico, com um enorme peso no regresso ao país dos seus pais.
Ep. 3 | 15 outubro
O reconhecimento
As etapas que a cantora atravessou para chegar a ser reconhecida como a voz feminina mais marcante da História da Ópera, com destaque para a conquista do Scala de Milão.
Ep. 4 | 22 outubro
Callas e Puccini
Cabe a Puccini o primeiro dos capítulos “monocasta”. Callas em Madama Butterfly, em La Bohème e em Turandot, com realce para a importância da Tosca no seu currículo.
Ep. 5 | 29 outubro
O casamento
O casamento de Callas com Meneghini começou por ser uma boia de salvação e transformou-se num pesadelo judicial. Sempre com implicações na sua carreira.
Ep. 6 | 5 novembro
Maria vs. Renata
Faz parte dos anais do canto lírico a rivalidade que Callas manteve com Renata Tebaldi, que destronou, no Scala e no mundo. Um capítulo servido em despique direto.
Ep. 7 | 12 novembro
Callas e Verdi
Verdi foi um compositor incontornável para a cantora, como mostra esta abordagem que passa pela Aida e por Rigoletto, por exemplo. La Traviata fica para mais tarde.
Ep. 8 | 19 novembro
A saúde e o peso iô-iô
Callas foi sempre afetada por problemas de saúde – de resto, acabou por morrer cedo. A questão do peso, oscilante, também deixou marcas, no comportamento como na arte.
Ep. 9 | 26 novembro
Callas e Donizetti
Donizetti é o terceiro criador que ganha exclusividade num dos capítulos da série, que relembra Callas em Lucia di Lammermoor ou Anne Boelyn (Anna Bolena), por exemplo.
Ep. 10 | 3 dezembro
Onassis – o toca-e-foge
Onassis, o multimilionário, foi a paixão da vida de Callas, mas – segundo os seus biógrafos – uma das causas da sua queda abrupta. As histórias e as suas consequências.
Ep. 11 | 10 dezembro
Callas e Bellini
Coube a Vincenzo Bellini a autoria daquele que é considerado o maior desempenho de Callas – o da ópera Norma. Mais uma ocasião em que a série se foca num só compositor.
Ep. 12 | 17 dezembro
As contemporâneas e as herdeiras
De Cecilia Bartoli a Angela Gheorgiu, de Natalie Dessay a Anna Netrebko, de Monserrat Caballé ou Barbara Hendricks, buscam-se as herdeiras. Se as houver…
Ep. 13 | 24 dezembro
Callas em Lisboa
A passagem de La Divina pelo Teatro de São Carlos, registada a 27 de Março de 1958, vale uma memória autónoma, que vai de La Traviata a tudo o que rodeou essa visita.
+ em RTP Arquivos: Maria Callas em Lisboa
Ep. 14 | 31 dezembro
O final solitário e a eternidade
Nos últimos anos de vida, Callas foi uma solitária, amargurada com o declínio, incapaz de um regresso. Apesar disso, desde que faleceu, foi confirmada a sua imortalidade.
João Gobern | Nasceu em Agosto de 1960, em Lisboa. Estudou Direito até chegar aos jornais. Começou em A Capital, passou pelo Se7e, e por O Independente. Foi director do Se7e (1991-1994), transitando para a Visão. Preparou o lançamento da Focus, onde foi director-adjunto. Dirigiu a TV Guia. Foi o director fundador da revista Sábado. Colaborou na Música & Som, em O Ponto, em O Jornal, no Semanário, na revista Bravo, no Blitz, no DNA (Diário de Notícias), no Diário Económico, na Máxima, na Vogue, no Record, na Playboy, na Máxima, no Correio da Manhã e no Diário de Notícias. Escreveu ficção para a revista do i. Escreve, sempre que pode, na revista Visão História e no JL – Jornal de Letras, Artes & Ideias.
Na rádio, trabalhou a tempo inteiro no Correio da Manhã Rádio, e passou também pela Rádio Marginal, pela RFM, pela Rádio Comercial, pela TSF e pela Rádio Energia. Na televisão, colaborou no Vivámúsica e em Teledependentes, escreveu guiões para programas especiais, como a emissão de despedida dos estúdios do Lumiar, sempre na RTP. Integra, desde a época futebolística 2012/2013, o painel de comentadores do Trio d’Ataque (RTP3).
Na Antena 1, realizou, em parceria com Pedro Rolo Duarte, o programa Hotel Babilónia, e assinou uma crónica diária, Pano Para Mangas. Dividiu com Margarida Pinto Correia a responsabilidade pelo programa Encontros Imediatos. Actualmente, constrói o Bairro Latino e estabelece As Regras da Atração, ambos programas do âmbito musical, além de integrar a equipa de comentadores de A Virtude do Meio, no programa da manhã.
Na Antena 2, escreveu e apresentou as séries Música Para Ver (sobre compositores de bandas sonoras) e Libertango, Os Domínios de Piazzolla (a propósito do centenário do maestro argentino).
Publicou em 2016 o livro Quando A TV Parava o País, que se seguiu a Pano Para Mangas, em 2014, e Boca Doce, em 2006. Tem mais livros em carteira… e a caminho.