Teatro Sem Fios
10 Outubro | 19h00
15 Outubro | 14h00 (repetição)
Gravado no Auditório 2 do
Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa
Produção: Anabela Luís / Artistas Unidos
Sorriso de Elefante | Pau Miró
Tradução
Joana Frazão
Intérpretes
Andreia Bento, João Meireles, Nuno Gonçalo Rodrigues, Raquel Montenegro
Direção
Américo Silva
Sinopse
Um homem novo e um homem mais velho estão numa estranha residência branca, com enfermeiras sorridentes. São dois homens do teatro, um reformou-se, o outro está a começar e tem uma ambição intacta. Falam de teatro, mas este é um tema que se esgota rapidamente. O tema sobre o qual gostariam de falar é a vida que não lhes deixou ou não os deixa viver o teatro, uma vida cheia de pequenas coisas.
Homem velho Então agora já sabes. Tenho o coração um bocadinho assim… e preciso de tranquilidade, muita tranquilidade.
Silêncio.
Foi por isso que deixei o teatro, antes dedicava-me ao teatro, agora já não.
Silêncio.
Houve uns tantos que se ficaram. Eu não.
Silêncio.
Oiço a palavra teatro e o coração dispara.
Silêncio.
Não me custou nada deixá-lo. Foi de um dia para o outro.
Silêncio.
Antes media a minha vida por temporadas e não por anos. O teatro faz
desaparecer as pequenas coisas. Estou-te a aborrecer?
Pau Miró, Sorriso de Elefante
Pau Miró | Dramaturgo, argmentista, encenador.
Nasceu em Barcelona em 1974. É Licenciado em Arte Dramática pela Escola Superior d’Art Dramátic – Institut del Teatre (1999). Participou em seminários na Sala Beckett dirigidos por Carles Batlle, Sergi Belbel, Xavier Albertí, Sanchis Sinisterra, Martin Crimp, Juan Mayorga e Javier Daulte.
É fundador da companhia Menudos, formada por ex -alunos do Institut del Teatre.
Escreveu e encenou Girafes (Teatre lliure, no âmbito do festival grec, 2009); Lleons (Teatro Nacional da Catalunha, no âmbito do projecto T6, 2009); Búfals (Girona, 2008); Enfermo Imaginario (Co-autor; estreia no Teatre Condal, Barcelona, 2008); Singapur (no âmbito do projecto T6, TNC, [Sala Beckett], 2008); Los Persas: Réquiem por un Soldado (dramaturgia com Calixto Bieito, 2007); Banal Sessions of Fedra (Eòlia, 2006); Somriure d’Elefant (Festival Grec, 2006); Bales i Ombres (Espai Lliure, 2006); Happy Hour (Teatre Lliure, 2004 e Teatre Borràs, 2005); Paraigües Elèctrics (Sala Trono Villegas Tarragona, 2003); Una Habitació a l’Antàrtida (Teatre Malic, 2002); La Poesia dels Assassins (Teatre Malic, 2000).
Plou a Barcelona, dirigida por Toni Casares na Sala Beckett em 2004, teve um amplo reconhecimento internacional, tendo sido traduzida para castelhano, italiano, francês, polaco e inglês, e estreado no Teatro Nuovo de Nápoles em 2007, no Piccolo Teatro de Milão em 2008, e também em Buenos Aires, na Venezuela e em Córdoba. A peça foi adaptada para o cinema pelo próprio Pau Miró e por Carles Mallol, num filme com o mesmo título realizado por Carles Torrents.
Pau Miró colaborou também em guiões televisivos e radiofónicos, trabalhou como actor em várias produções e apresentou os programas No n’hi ha prou e Bohèmia, do Canal 33. Em 2005 traduziu a sua peça Plou a Barcelona para castelhano, e em 2010, também para castelhano, Questi Fantasmi, de Eduardo de Filippo. Em 2013, recebeu o prémio UBU para melhor texto estrangeiro, com Jogadores. Em 2016, a peça Vitória estreou no Teatro Nacional da Catalunha.
Em Portugal, os Artistas Unidos fizeram uma leitura de Chove em Barcelona nas leituras Três autores catalães em Lisboa no TNDMII (2011), texto que viria a ser estreado em, em 2012, pelo Teatro Experimental do Porto, com encenação de Gonçalo Amorim. Em 2015, os Artistas Unidos estrearam Jogadores no Teatro da Politécnica, com direção de Jorge Silva Melo, que veio a dirigir a versão televisiva em 2017.
Andreia Bento tem a Licenciatura de Actores/Encenadores da ESTC. Realizou o estágio curricular nos Artistas Unidos. Como actriz trabalhou com Pogo Teatro, Teatro Infantil de Lisboa, Teatro da Malaposta com Ana Nave, Teatro Aberto com José Wallenstein ou Mala Voadora com Jorge Andrade. Participou na curta-metragem A Rapariga no Espelho de Pedro Fortes, no filme Ruth de António Botelho e na série Sul de Ivo Ferreira. Autora dos textos para o programa de Cowboy Mouth de Sam Shepard, com encenação de Francisco Salgado. Integrou ainda a equipa de produção do TNDMII. Colabora com os Artistas Unidos desde 2001, trabalhando como assistente de encenação, directora de projecto, produtora, editora, actriz e encenadora. Sócia dos Artistas Unidos entre 2006 e 2019. Recentemente nos Artistas Unidos: Emília de Claudio Tolcachir (2019) e Vemo-nos ao Nascer do Dia de Zinnie Harris (2019).
João Meireles tem o curso do IFICT (1992). Trabalhou com Luís Varela, Manuel Borralho, Ávila Costa, Adolfo Gutkin, Aldona Skiba-Lickel, José António Pires, o Pogo Teatro e o Teatro Bruto. Integra os Artistas Unidos desde 1995, tendo participado recentemente em Nesta Hora Primeira nos 40 anos da Constituição da República Portuguesa de Jorge Silva Melo (2016), A Noite da Iguana de Tennessee Williams (2017), O Grande Dia da Batalha variações sobre o Albergue Nocturno de Máximo Gorki de Jorge Silva Melo (2018) e e Terra de Ninguém de Harold Pinter (2022).
Nuno Gonçalo Rodrigues é diplomado pela ESTC. Em 2013, em conjunto com João Pedro Mamede e Catarina Rôlo Salgueiro, funda OS POSSESSOS. Trabalha desde 2013 com os Artistas Unidos, tendo participado, mais recentemente, em Retrato de Mulher Árabe que olha o mar, de Davide Carnevali (2018), Birdland de Simon Stephens (2021) e A Circularidade do Quadrado de Dimítris Dimitriádis (2021).
Raquel Montenegro nasceu em Coimbra, em 1995, é actriz, com estudos em Teatro e Cinema no CITAC – Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e na ACT – Escola de Atores. Integrou vários espetáculos no grupo CITAC, entre eles, Isto Não é para Gente Feliz (2017), Clepsydra (2018) e Os Sapatos (2018), tendo este último ganho o prémio de melhor peça no festival FATAL desse mesmo ano. Fez também A Lisístrata (2019), Incêndios (2019), Natureza Morta numa Vala (2020), Santa Joana dos Matadouros (2021), Cabaret Selvagem, entre outros. Nos Artistas Unidos, participou em Vida de Artistas de Noël Coward (2022).
Américo Silva trabalhou com Ávila Costa, José Peixoto, João Lagarto, Carlos Avilez, Rui Mendes, Diogo Dória, Depois da Uma… teatro?, Francisco Salgado, Manuel Wiborg e no cinema com Jorge Silva Melo, Alberto Seixas Santos e Miguel Gomes. Colabora com os Artistas Unidos desde 1996, tendo participado recentemente em A Máquina Hamlet de Heiner Müller (2020), Morte de um Caixeiro Viajante de Arthur Miller (2021), Vida de Artistas de Noël Coward (2022) e Terra de Ninguém de Harold Pinter (2022).