13 Julho | 18h00
Programa Mezza-Voce
Apresentação e Realização: André Cunha Leal
Produção: Susana Valente
Gravação da Rádio Holanda
no Festival de Música Antiga de Utrecht,
a 29 de Agosto de 2018
Jean-Philippe Rameau | Les Boréades
Alphise: Deborah Cachet (S)
Sémire: Caroline Weynants (S)
Abaris: Juan Sancho (T)
Calisis: Benedikt Kristjánsson (T)
Adamas: Benoît Arnould (BT)
Borée: Nicolas Brooymans (B)
Sémire: Caroline Weynants (S)
Abaris: Juan Sancho (T)
Calisis: Benedikt Kristjánsson (T)
Adamas: Benoît Arnould (BT)
Borée: Nicolas Brooymans (B)
Ópera em 5 atos
Música de Jean-Philippe Rameau (1683-1764)
A última tragédia lírica de Rameau teve um destino singular. Depois de trinta anos de sucessos na ópera, cpor exemplo com obras-primas como Castor e Pollux, Dardanus e Les Indes Galantes, Jean- Philippe Rameau compôs em 1763-64 uma nova tragédia lírica sobre um libreto, provavelmente escrito por Louis de Cahusac (1706–1759), libretista de muitas obras de Rameau, mas que morreu anos antes. Este libreto é vagamente baseado na lenda grega de Ábaris, o hiperbóreo, e inclui elementos maçónicos. Em Les Boréades, conta-se a história da rebelião da rainha Alphise que recusa submeter-se à lei que determina que case com um descendente de Borée, deus do vento norte.
Encomendada pela Ópera de Paris, Rameau compô-la com mais de oitenta anos, e apesar da provecta idade, conseguiu que Les Boréades se destacasse dos seus outros trabalhos, pelas novidades que lhe imprime. Esta ópera é considerada como a última grande obra musical da estética barroca.
Os ensaios começam no início do verão de 1764, mas não há estreia da ópera, pois Rameau morre a 12 de setembro desse ano.
Les Boréades teriam de esperar mais de dois séculos até à sua estreia em Aix-en-Provence em 1982. A primeira apresentação completa, em concerto, datava de 14 de abril de 1975 em Londres. Conduzido por John Eliot Gardiner, foi este mesmo maestro que fez o primeiro espetáculo teatral, durante o Festival de Aix en Provence em 21 de julho de 1982, após mais de dois séculos de quase completo esquecimento.
Fotos @ Marieke Wijntjes