Depois dos dois primeiros concertos com programação de António Vitorino d’Almeida e de Mário Laginha, respetivamente, a 3ª edição do Festival CriaSons prossegue com o 3º concerto programado por Carlos Azevedo, intitulado “DesCONCERTOS”.
Festival Criasons
3ª edição
12 Novembro 2020 a 15 Junho 2021
CriaSons é um Festival inédito dedicado às tendências da música de câmara portuguesa contemporânea.
Na sua 3ª edição, continua a apostar na criação musical contemporânea, promovendo o ecletismo musical, cruzamentos e interações estéticas e artísticas, com a encomenda de obras inéditas a reconhecidos compositores do panorama musical português.
António Victorino D’Almeida, Carlos Azevedo, Mário Laginha, Pedro Caldeira Cabral e Tiago Derriça são os anfitriões deste Festival que apresenta 15 concertos por eles desenhados, e que incluem também obras de cinco compositores emergentes, selecionados em concurso.
Este ano, os selecionados são os compositores Daniel da Mata, Francisco Fontes, João Fonseca e Costa, Luís Salgueiro, Vítor Castro.
A Direcção Artística do Festival está a cargo do maestro Brian MacKay, que também preside ao júri do Concurso de Compositores Emergentes Criasons.
A edição deste ano conta com o especial acolhimento do Teatro Nacional de São Carlos, onde são apresentados, em estreia, todos os programas.
Os restantes concertos têm lugar em Madrid, Figueira da Foz, Almada, Porto, Évora, Ferreira do Zêzere e Tomar.
Todos os concertos no TNSC são gravados pela Antena 2 para posterior transmissão.
3º concerto | 6 Maio | 18h30
Luís Salgueiro (compositor emergente)Kinetix Duo
Fernando Ramos, Saxofone
Jeffery Davis, Vibrafone
Carlos Azevedo, Piano
João Mortágua, Saxofone
Quarteto Lopes-Graça
Luís Pacheco Cunha, Violino
Maria José Laginha, Violino
Isabel Pimentel, Violeta
Catherine Strynckx, Violoncelo
Programa
DesCONCERTOS
Carlos Azevedo (1964) – Antecâmara I para saxofone e vibrafone
– Antecâmara II para saxofone e vibrafone
para saxofone e vibrafone (dedicada ao Kinetix Duo)
Obra em estreia absoluta, composta para o Festival Criasons IIICarlos Azevedo (1964) – Brexit para quarteto de cordas
– Interlúdio Improviso para saxofone e piano
– Interlúdio Improviso para saxofone e piano
– Poslúdio Improviso para saxofone e pianoO programa escolhido para este concerto teve como princípio a apresentação de duas partes contrastantes, totalmente preenchidas por obras de compositores portugueses.
A primeira parte é apresentada pelo Kinetix Duo com Fernando Ramos no saxofone e Jeffery Davis no vibrafone, a escolha recaiu na singularidade deste projeto, remetendo desde logo o ouvinte para sonoridades pouco usuais.
A segunda parte por contraste é composta por uma formação com larga tradição de escrita, ou seja, o Quarteto de cordas. Os diferentes quartetos serão intercalados com pequenas improvisações inspiradas no quarteto que se escutou, conferindo ao concerto uma componente irrepetível.Gravação pela Antena 2
Carlos Azevedo define-se acima de tudo como compositor. Movimenta-se com igual à-vontade nos universos da música clássica e do jazz, escrevendo para as mais variadas formações desde o instrumento solista à orquestra – sinfónica ou de jazz. Tem sido um importante protagonista do movimento jazzístico portuense, tanto no campo educativo – associou-se à fundação da Escola de Jazz do Porto nos anos 80 e criou a primeira Licenciatura em Jazz do país, na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), em 2001 – como performativo – partilha com Pedro Guedes, desde 1999, a Direção Musical da Orquestra Jazz de Matosinhos. Este projeto mudou o panorama do jazz para grandes formações feito em Portugal e mantém um dinamismo ímpar, graças às encomendas de novas composições e às colaborações com grandes personalidades do jazz internacional.
Natural de Vila Real (1964), Carlos Azevedo estudou piano na infância e ingressou no Conservatório de Música do Porto em 1982, frequentando os Cursos Superiores de Piano e Composição. Foi o primeiro aluno inscrito na Escola Superior de Música do Porto (actual ESMAE), em 1986, e aí concluiu o curso de Composição. Prosseguiu depois para o Mestrado em Composição na Universidade de Sheffield (1996), sob a orientação de George Nicholson, tenho concluído o Doutoramento em 2017 também sob a orientação de George Nicholson.
O interesse pelo jazz surge nos anos do Conservatório, aprendendo sempre como autodidata e acabando por inaugurar a Escola de Jazz do Porto enquanto professor de piano, em meados dos anos 80. Desde então, a par da atividade docente (composição, análise, orquestração) desenvolveu a carreira como músico de jazz, liderando o seu trio, escrevendo arranjos e colaborando como pianista em vários projectos. A suite Lenda para decateto foi apresentada nos Festivais de Jazz do Porto (1999), Nantes (2000) e Guimarães (2001), e deu origem ao seu primeiro disco em nome próprio. A fatia maior das suas composições e arranjos no campo do jazz tem sido escrita para a Orquestra Jazz de Matosinhos, mas recebe também encomendas para outras formações (European Youth Jazz Orchestra, Brussels Jazz Orchestra, David Linx). Em 2003 foi finalista do Concurso Internacional de Composição da Brussels Jazz Orchestra, conquistando o primeiro prémio no ano seguinte.
No campo da música “erudita”, algumas das suas obras que mais têm sido tocadas são Drumming the Hard Way (2003, encomenda do Drumming – Grupo de Percussão) e Poema, para 9 instrumentistas (2007, encomenda do Ministério da Cultura Delegação Regional da Cultura do Norte). Estão editadas em CD as obras Nem Sempre o Mar é Azul para orquestra de cordas (Orquestra Sinfónica da Póvoa do Varzim/Osvaldo Ferreira, ed. Numérica), Jazzi Metal para quinteto de metais (Royal Scottish Academy Brass/John Wallace, ed. Deux-Elles) e Sunflower para quarteto de saxofones (Apollo Saxophone Quartet, ed. Quartz), entre outras. Das obras mais recentes, destacam-se 5 Movimentos Sobre o Mar para quarteto de cordas e piano (2006, encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos), Verazin para quarteto de cordas (2009, encomenda do 31º Festival Internacional de Música da Póvoa do Varzim) e Crossfade para orquestra sinfónica, orquestra de jazz e solista (2010, encomenda da Câmara Municipal de Matosinhos). Em 2012 foi estreada a ópera Mumadona, com libreto de Carlos Tê, uma encomenda de Guimarães – Capital Europeia da Cultura.
Professor na área de Composição na ESMAE, Carlos Azevedo exerceu aí funções diretivas como Vice-Presidente entre 2002 e 2011. Por outro lado, continua a co-dirigir a OJM, para a qual escreve composições e arranjos originais e onde se apresenta frequentemente como pianista.
Integrou o júri dos Concursos de Composição Lopes-Graça, Cláudio Carneyro, Póvoa do Varzim, Brussels Jazz Orchestra e SPA.
Luís Salgueiro é compositor de música instrumental, electrónica e mista. Entre colaborações recentes e futuras, contam-se peças interpretadas pela Orquestra Gulbenkian, pelo quarteto de saxofones Quasar, ou pelos pianistas Duarte Pereira Martins e Philippe Marques.
Foi compositor-residente do Ensemble Juvenil de Setúbal no seu ano de incepção, e tem sido programado em festivais como os Reencontros de Música Contemporânea e Aveiro_Síntese. A sua música foi já tocada na Alemanha e nas principais salas de concertos portuguesas, como o são o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, o Palácio da Ajuda, o São Luiz Teatro Municipal, o Fórum Luísa Todi ou o Teatro Aveirense. Integra a ENOA (European Network of Opera Academies), no âmbito da qual desenvolveu projectos com a Orquestra Gulbenkian, a Theaterakademie August Everding e a Staatsoper Stuttgart.
É atualmente mestrando em Composição na Hochschule für Musik, Theater und Medien Hannover, sob a orientação de Ming Tsao, Gordon Williamson e Joachim Heintz, após ter obtido a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou sob António Pinho Vargas, Carlos Marecos e Luís Tinoco. Para além do seu trabalho criativo, desenvolve trabalho relevante nas áreas técnicas da edição e musicografia, com especial ênfase na música contemporânea, tendo já colaborado com casas históricas como a Peters, Ricordi, ou as estampas do grupo Durand-Salabert-Eschig. Serve como coordenador das actividades editoriais do MPMP, movimento patrimonial pela música portuguesa, no que à edição de partituras concerne, e partilhou a direcção de conteúdos da revista Glosas.
KinetixDuo | Conscientes da necessidade de expansão de repertório português na área da música erúdita / contemporânea para saxofone e vibrafone, Fernando Ramos e Jeffery Davis reunem-se num projeto em prol da música de excelência.
Kinetix Duo surgiu, precisamente, quando estes dois músicos, de áreas diferentes, se cruzaram e sentiram necessidade de encontrar, interpretar e criar música cujo caráter expressasse singularidade e fosse pleno.
A exploração idiomática de cada instrumento e a procura de novas sonoridades que permitam a fusão de estilos e linguagens assume-se como o principal foco do duo. Essa procura constante mantém o Kinetix Duo em movimento, procurando novas direções e superando fronteiras sonoras que captem a atenção do ouvinte e o mantenham envolvido.
Kinetix Duo encontra-se a trabalhar no seu primeiro álbum composto por obras originais de Carlos Azevedo, Luís Tinoco, Paulo Bastos e Telmo Marques. Derivado das diferentes influências de cada um dos compositores e pela visão interpretativa do Kinetix Duo, pretende oferecer aos seus ouvintes uma experiência singular no âmbito do que é a nova música erudita contemporânea ocidental.
João Mortágua | Saxofonista, compositor e improvisador residente em Coimbra; leciona as disciplinas de Saxofone e Combo no Curso de Jazz do Conservatório de Música da cidade.
Gravou cinco álbuns em nome próprio: “Janela” (2014), “Mirrors”, “AXES” (2017), “Dentro da
Janela” (2019) e “MAZAM : Land” (2020), todos através do carimbo Porta Jazz.
Toca regularmente com Nuno Ferreira, André Fernandes, Carlos Bica, André Santos, Filipe Teixeira, Hugo Raro, Nelson Cascais, Diogo Alexandre, Luís Figueiredo, Paulo Santo, Bruno Pernadas, Jeffery Davis, Alexandre Coelho, Gonçalo Moreira e Bernardo Moreira, entre outros.
Fez os seus estudos no Conservatório de Música de Aveiro e frequentou workshops de jazz em Siena, Begues e Guimarães; licenciou-se na Esmae (Porto) em 2009.
Foto Jorge Carmona / Antena 2 RTPQuarteto Lopes-Graça | Constituído por músicos com notáveis carreiras solísticas e camerísticas, professores da Escola de Música do Conservatório Nacional (Lisboa), formou-se em 2005 com o objetivo de dotar o Conservatório, à imagem de muitos dos seus congéneres no mundo, de um grupo de referência na área das cordas, com condições para desenvolver um trabalho permanente com output aos níveis da formação especializada em música de câmara (master-classes de quarteto) e da promoção da escola, no país e estrangeiro.
Desde então, o QL-G soube afirmar-se como agrupamento de referência na sua área, tendo atuado nas mais importantes salas e eventos musicais do país – Festa da Música e Dias da Música do Centro Cultural de Belém – edições de 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011, Casa da Música / Porto, Grande Auditório da Culturgeste, Teatro de São Luíz, Teatro da Trindade, Teatro D. Maria II (17 de Dezembro de 2006 – centenário do aniversário de Fernando Lopes–Graça), temporada Em Busca de um Salão Perdido (Salão Nobre do Conservatório), Festival de Música de Paços de Brandão, Centro de Artes de Belgais, Encontros de Música do Alentejo 2009, por várias ocasiões nas temporadas do Eborae Música, em Évora, no primeiro aniversário do Centro Artístico de Braço de Prata, em Lagos (Al-Cultur 2009), Santarém (Inauguração da Biblioteca do Ginásio), Almada (Capuchos e Auditório L. Graça), Cascais (Museu da Música Portuguesa), Funchal (Teatro Baltazar Dias), Marvão, Castelo de Vide, Caldas da Rainha, Caminha, Pombal, Viana do Castelo e em muitos outros projectos e espaços culturais. Realizou ainda várias tournées aos Açores onde actuou com o Coral Vox Cordis.
Contemplado, por diversas ocasiões, com apoios do Ministério da Cultura, realizou concertos em vários pontos do país, nomeadamente no âmbito do Festival CRIASONS, um evento dedicado à composição portuguesa contemporânea. É aliás este desígnio – a divulgação da nova música portuguesa – que tem inspirado a acção do QL-G nos anos mais recentes, realizando com frequência primeiras audições de obras que lhe são dedicadas por compositores nacionais.
Deslocou-se a Andorra, em 2010, com um programa vocacionado para a divulgação da cultura portuguesa naquele Principado. Em 2013 realizou uma digressão de um mês ao Brasil, no âmbito do evento Portugal no Brasil, com concertos em Curitiba, Brasília e Sorocaba. Em 2014 participou, com três concertos, no XII Festival Internacional de Música Contemporânea de Lima, Peru.
Fez uma digressão à Argentina, tendo actuado nas mais prestigiadas salas da capital (Teatro Colón e Usina del Arte) e realizado uma Master-Class no Instituto Superior de Arte do Teatro Colón.
Editou em Maio de 2009 o seu primeiro projecto discográfico – um CD com obras de Fernando Lopes-Graça e António Victorino d’Almeida (obra dedicada) [Numérica 1182 | 2009]. Um novo álbum, editado em 2011 (em conjunto com o Opus Ensemble e o Duo Contracello) fez o registo das obras estreadas no Festival CRIASONS [Numérica 1218 | 2011]. Editou mais dois CDs com a obra integral de Fernando Lopes-Graça para Quarteto e Piano, com Olga Prats [Toccata Classics 0253 | 2014 e 0254 | 2015].