Na semana em que se comemoram 50 anos do 25 de Abril, a repórter Isabel Meira, da Antena 2, apresenta 3 reportagens, a última das quais em duas partes: A caminho da Revolução, Revolucionária de primeira e Revolução (parte 1 e 2).
A caminho da revolução faz-se ao som do motor da Bula, a chaimite restaurada e uma das viaturas da marcha da coluna militar liderada pelo capitão Salgueiro Maia, que na madrugada de 25 de Abril de 1974 partiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, rumo a Lisboa, com os testemunhos de três dos militares que participaram dessa coluna.
Revolucionária de primeira reencontra, 50 anos depois, Maria da Paz, mulher de luta pelo direito à habitação digna. Peixeira ambulante, mãe de seis filhos, do Bairro das Antas, no Porto, participou em manifestações, assembleias, na Comissão de Moradores.
Em Revolução, a palavra ‘revolução’ no dia inicial inteiro e limpo de um tempo novo. Pelas linhas e entrelinhas escritas e gravadas pela comunicação social nesse dia, a quase ausência da ‘revolução’, entre a incredulidade do “golpe militar” e a esperança de uma “ação libertadora”.
Revolução | 22 a 25 abril
Reportagens por Isabel Meira
Reportagem 3 (em 2 partes) | 24 e 25 abril
Integrada no programa Império dos Sentidos
a partir das 09h15
Revolução
De todas as palavras que foram ditas no 25 de abril de 1974, “revolução” é das mais difíceis de encontrar nos registos escritos e gravados pela comunicação social nesse dia.
Alguns dos jornais fizeram três ou mesmo cinco edições, mas a palavra revolução não está nas manchetes.
O repórter Adelino Gomes fixou-a em dois momentos… sem imaginar que essa gravação haveria de passar apenas dois dias depois na rádio… sem imaginar que, nesse mesmo dia, Sophia de Mello Breyner Andresen iria escrever o poema Revolução
Como página em branco
Onde o poema emerge
A repórter Isabel Meira partiu à procura das entrelinhas da Revolução.
Reportagem 2 | 23 abril
Revolucionária de primeira
Mulher, peixeira ambulante, mãe de seis filhos, moradora no Bairro das Antas, no Porto, Maria da Paz foi um dos rostos da luta pelo direito à habitação digna, logo após o 25 de abril.
Participou em manifestações, invadiu a câmara municipal, saltou os muros e ocupou uma casa vazia no centro do Porto, onde fundou com outras mulheres a Comissão de Moradores das Antas.
50 anos depois, a repórter Isabel Meira encontrou-a, já a caminho dos 83 anos…
Reportagem 1 | 22 abril
A caminho da revolução
50 anos e cerca de 18 mil quilómetros depois, o motor da chaimite Bula vai ser um dos sons que vai marcar o dia 25 de abril.
O blindado que transportou Marcelo Caetano após a rendição no quartel do Carmo, foi uma das viaturas restauradas para participar na recriação histórica dos momentos mais importantes da marcha da coluna militar, que em 1974 partiu da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, liderada pelo capitão Salgueiro Maia. Nessa madrugada, 250 homens integraram a coluna, que era composta por 21 viaturas.
Antes da saída, foi preciso preparar os carros e garantir que estavam equipados com todas as munições necessárias.
Dentro da chaimite Bula, a repórter Isabel Meira entrevistou três ex-militares que fizeram parte da coluna de Salgueiro Maia e que tiveram um papel fundamental na preparação dos blindados que fizeram o 25 de Abril.
“A caminho da revolução”, os sons do primeiro teste ao motor da Bula….
Recriação histórica da “Operação fim de Regime”, no dia 25 de Abril de 2024
22h30 | Santarém, antiga Escola Prática de Cavalaria
Partida de uma coluna militar de seis viaturas, até aos limites da cidade, transportando militares que, há 50 anos, participaram nas operações.
O Movimento das Forças Armadas que, em 25 de Abril de 1974, derrubou a ditadura, envolveu mais de cinco mil militares em todo o país. A coluna militar da Escola Prática de Cavalaria (EPC) comandada pelo Capitão Salgueiro Maia, que saindo de Santarém marchou sobre Lisboa, ocupou o Terreiro do Paço e cercou o Quartel do Carmo, conduzindo à rendição de Marcelo Caetano, fica na história como o símbolo da Revolução.
Em homenagem a todos os militares aderentes do movimento, a Associação Portuguesa de Veículos Militares Antigos (APVMA) com o apoio da Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril, do Ministério da Defesa Nacional, através do Exército, e do Município de Santarém, reconstitui a marcha desta coluna militar nos momentos mais importantes, como a saída de Santarém, a chegada ao Terreiro do Paço, o cerco ao Quartel do Carmo, a chegada ao Posto de Comando do MFA na Pontinha, e o regresso a Santarém.
As colunas são constituídas por militares da EPC no 25 de abril de 1974, transportados em viaturas militares da época.
Está prevista a participação de cerca de 100 antigos militares, viaturas blindadas Panhard EBR, Panhard AML, Humber MKIV, Chaimite V200, viaturas de transporte de tropas Berliet Tramagal, Unimog 404, Ambulância VW, viatura de comando Jeep.
9h40-12h00 | Lisboa, Praça do Comércio
Chegada da coluna de Veículos Militares Antigos ao Terreiro do Paço.
Desfile perante o Presidente da República e restantes entidades presentes.
Os veículos ficam depois estacionados no local, permitindo a interação dos cidadãos com os militares de Abril.
Está também exposto um carro de combate M47 Patton, representando as forças militares leais ao Governo de Marcelo Caetano.
12h00-16h00 | Lisboa, Praça do Comércio
Marcha sobre o Quartel do Carmo e cerco do mesmo
Reconstituição do trajeto efetuado em 1974, com a saída do Terreiro do Paço até ao Rossio, subindo a Rua do Carmo e a Rua do Sacramento até ao Largo do Carmo. As viaturas ficam em exposição no Largo do Carmo até às 16h00.
Neste dia, o Quartel do Carmo está aberto ao público.
16h00-18h00 | Lisboa, Largo do Carmo
Transporte do Presidente do Conselho deposto até ao Posto de Comando do MFA (Pontinha).
Marcha da coluna desde o Largo do Carmo até ao Quartel da Pontinha (Regimento de Engenharia 1).
Visita dos participantes ao Posto de Comando do MFA (até às 18h00).