Temporada Gulbenkian Música
24 maio | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Concerto para Piano nº 2 de Rachmaninov
Nikolai Lugansky, piano
Orquestra Gulbenkian
Direção de Nuno Coelho
Programa
Sergei Rachmaninov – Concerto para Piano e Orquestra nº 2, em Dó menor, op. 18
Richard Strauss – Assim falava Zaratustra, op. 30
Músico apaixonado e intenso, Nikolai Lugansky regressa à Gulbenkian Música para interpretar o desafiante Concerto nº 2 de Rachmaninov. Na segunda parte, em Assim falava Zaratustra, Richard Strauss relaciona-se com a ideia de “super-homem”, desenvolvida pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche, como cúmulo da evolução humana. A majestosidade da criação musical de Strauss, concretizada num poema sinfónico, viria a ser popularizada pelo cinema de Stanley Kubrick, ao escolher a música para acompanhar a abertura da sua obra-prima 2001: Odisseia no Espaço.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Zulmira Holstein
Nikolai Lugansky combina a elegância interpretativa com um apurado virtuosismo. Encarnando a grande tradição russa nos palcos internacionais, é reconhecido como um mestre do repertório russo e do romantismo tardio, destacando-se as suas interpretações de Rachmaninov, Prokofiev, Chopin e Debussy. Recebeu numerosos prémios pelas suas gravações e pelo seu mérito artístico.
Nikolai Lugansky apresenta-se regularmente com as mais importantes orquestras mundiais, sob a direção de maestros de renome como Y. Temirkanov, K. Nagano, C. Dutoit, M. Pletnev, G. Noseda ou V. Jurowski. É também uma presença regular nos principais festivais de música, incluindo Aspen, Tanglewood, Ravinia e Verbier. No domínio da música de câmara, colabora regularmente com Vadim Repin, Alexander Kniazev, Mischa Maisky ou Leonidas Kavakos. Em concerto, colabora com a Filarmónica de Seul, a Philharmonia Orchestra (Londres), a National Symphony Orchestra (Washington D.C.), a Sinfónica de Lucerna, a Sinfónica da Rádio Sueca, a Orquestra Nacional da Bélgica e a Filarmónica da Radio France.
Nikolai Lugansky estudou na Escola Central de Música de Moscovo e no Conservatório de Moscovo. No início da sua carreira foi premiado em vários concursos internacionais. Em 2013 foi distinguido com o título de “Artista do Povo da Rússia”. Em junho de 2019 recebeu o Prémio Nacional de Literatura e Arte da Federação Russa, em reconhecimento da sua contribuição para o desenvolvimento da cultura musical clássica. É professor no Conservatório Tchaikovsky de Moscovo desde 1998. É também o Diretor Artístico do Festival Rachmaninov de Tambov e está associado à Casa-Museu Rachmaninov de Ivanovka, onde atua regularmente. A sua extensa discografia foi várias vezes distinguida com os principais prémios internacionais.
Nuno Coelho | Na temporada 2022/23, é o novo Maestro Principal e Diretor Artístico da Orquestra Sinfónica do Principado das Astúrias e cumpre o quinto ano como Maestro Convidado da Orquestra Gulbenkian, que dirige numa produção da visão de José Saramago da ópera Don Giovanni de Mozart, em comemoração do centenário do escritor. Outras atuações de destaque incluem estreias com a Orquestra do Real Concertgebouw de Amesterdão, a Filarmónica de Tampere e a Sinfonieorchester St Gallen, novas colaborações com a Sinfónica de Amberes e a Sinfónica de Tenerife e uma digressão com a Jovem Orquestra Nacional de Espanha.
Na temporada passada estreou-se à frente da Filarmónica de Helsínquia, da Dresdner Philharmonie, da Staatsorchester Hannover, da Filarmónica do Luxemburgo, das Sinfónicas de Gävle e Malmö, da HET Residentie Orkest, da Filarmónica de Estrasburgo e da Orquestra Nacional de Lille. Reforçou o seu relacionamento com as Sinfónicas da Galiza e de Barcelona. Em março de 2022, na Fundação Gulbenkian, dirigiu uma produção semi-encenada de Così fan tutte, expandindo o seu repertório de ópera que abarca produções de La traviata, Cavalleria rusticana, Rusalka, O diário de Anne Frank e Os sete pecados mortais, entre outras.
Nuno Coelho venceu o Concurso Internacional de Direção de Orquestra de Cadaqués em 2017 e, desde então, dirigiu a Royal Liverpool Philharmonic, a BBC Philharmonic, a Sinfónica de Hamburgo, a Sinfónica de Castela e Leão, a Noord Nederlands Orkest e a Orchestra Teatro Regio Torino. Em 2018/19 recebeu a Bolsa Dudamel, o que lhe permitiu colaborar com a Filarmónica de Los Angeles. Nessa mesma temporada, dirigiu a Sinfónica da Rádio da Baviera, ao substituir o maestro Bernard Haitink à última hora.
Nuno Coelho nasceu no Porto. Estudou direção de orquestra na Universidade das Artes de Zurique com Johannes Schlaefli e ganhou o Prémio Neeme Järvi no Festival Menuhin de Gstaad. Em 2014 foi bolseiro da Fundação Gulbenkian e em 2015 foi admitido no Dirigentenforum do Conselho Alemão da Música. Nos dois anos seguintes foi bolseiro em Tanglewood e maestro assistente da Filarmónica dos Países Baixos. Foi vencedor na categoria de Direção de Orquestra, do Prémio Jovens Músicos da Antena 2/RTP em 2016. Ocupa o seu tempo livre com a literatura e o ténis.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2