Temporada de Concertos Antena 2
1 julho | 19h00
Auditório do Museu do Oriente
Entrada gratuita
Sitar Jugalbandi de Pandit Abhishek Adhikary & Drª. Murchana Adhikary Barthakur
Ahmad Emad Karimi, tabla
Duo de sitar acompanhado de tabla
Pandit Abhishek Adhikary, sitar
Drª Murchana Adhikary Barthakur, sitar
Ahmad Emad Karimi, tabla
Programa
Raga Malkauns (Raga tradicional do Norte da Índia)
1 – Alap e Jod tradicionais com dois sitares
2 – Vilambit Gat em Tintal com Tabla (composição de andamento lento em ciclo rítmico de 16 batidas)
3 – Drut Gat e Jhala (composição de andamento rápido no mesmo ciclo rítmico)
4 – Dhun Afegão (melodia afegã, Ay Shkhe Gul, composta por Ustad Salim Sarmast)
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
Duo de Sitares (Sitar Jugalbandi) melódicas do Oriente
Sitar é um dos cordofones mais importantes e populares da Ásia Central na tradição da música clássica indiana. Os maestros de sitares, educadores, compositores e pesquisadores Pandit Abhishek Adhikary e Drª Murchana Adhikary Barthakur da Índia ganharam eminência e popularidade através da apresentação meditativa, virtuosística e graciosa da sua arte. A sua música incorpora a herança da música tradicional indiana. A compreensão e os diálogos entre os dois sitares criam um efeito agradável e estético nos ouvintes. O duo Sitar Jugalbandi iniciou a sua jornada musical juntos em 2009 e desde então receberam diversos prémios e títulos como Surashri, Surmani, Prémio Nirod Baran, Prémio Pandit Nikhil Banerjee, entre outros. Foram também reconhecidos como Académicos Nacionais do Governo da Índia.
A música sempre foi parte integrante de suas vidas. Pertencente a famílias de música tradicional, o casal Sitar dedica-se ao desenvolvimento e promoção da música indiana e afegã, não apenas através de atuações em palco, mas também ensinando com sucesso estudantes de todo o mundo. Realizaram mais de 500 espetáculos na Índia e participaram de muitos festivais importantes, médias eletrónicas na Índia e no exterior.
Tendo feito mestrado e doutoramento em música instrumental pela Rabindra Bharati University, Kolkata e Khairagarh University Chhattisgarh, Índia, passaram cinco anos reconstruindo os fundamentos e espírito da arte e da cultura do Afeganistão através do ensino de música como professores de Sitar e Sarod no Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM) em Cabul, de 2015 a 2019. Trabalharam como educadores de Sitar e fazem parte do painel de examinadores externos de bacharelado e mestrado em vários institutos e universidades na Índia – Calcutta School of Music, Welham Girls’ School Dehradun, Ostad Bhagaban Sitari Memorial School, Kolkata, Chaulkhowa Music College em Assam, Dibrugarh University Assam, Rabindra Bharati University Kolkata e, atualmente trabalham no Instituto Nacional de Música do Afeganistão em Portugal, e preparando muitos alunos bem-sucedidos.
Abhishek e Murchana, o casal de sitares está atualmente em Braga, e tenta espalhar a beleza divina da alegria e do amor através dos seus melódicos sitares. O toque da Natureza dá-lhes a inspiração inata para fazer música e espalhar amor e paz.
Ahmad Emad Karimi | É natural de Balkh, Afeganistão. É aluno do Instituto Nacional de Música do Afeganistão em Portugal (ANIM Portugal) e toca tabla desde criança. Karimi atualmente estuda música na Escola Secundária de Maximinos em Braga e é membro do agrupamento Azada e do Taranum, bem como da Orquestra Juvenil Afegã, como intérprete de tabla.
É um aluno de tabla muito talentoso e estudioso da ANIM Portugal. Já se apresentou em vários festivais em diferentes países, no Victoria Hall (Suíça), no festival anual de música de Beethoven (Alemanha), no Festival Forde (Noruega), no Festival de Música Haizebegi (França), etc.
Instituto Nacional de Música do Afeganistão (ANIM) | Fundado em 2010 pelo Dr. Ahmad Sarmast, é a primeira e única escola de música do Afeganistão. Durante o tempo dos Talibã, o povo do Afeganistão foi privado de todos os seus direitos humanos e musicais, incluindo não ter acesso à educação musical, a gravações musicais, sendo negados os seus direitos de ouvir música e de aprender e/ou tocar um instrumento. Com a fundação do ANIM em 2010, a música foi reintroduzida na sociedade afegã, contribuindo para a reconstrução de uma nação, transformando vidas, comunidades, promovendo a igualdade de género, e facilitando o diálogo étnico e intercultural no Afeganistão e internacionalmente.
Em 2013, a Afghan Youth Orchestra do ANIM fez uma digressão pelos Estados Unidos, apresentando-se entre outros locais, no Carnegie Hall e no Kennedy Center. Em 2014, um ataque bombista suicida numa das apresentações dos jovens estudantes matou um espectador e feriu muitos outros, incluindo Sarmast. Em 2015, a primeira maestrina afegã, Negin Khpalwak, de 17 anos, realizou o seu primeiro concerto com um agrupamento feminino. Desde 2018, um terço dos 250 alunos são do sexo feminino e a proporção tem vindo a aumentar. Nesse ano, o ANIM e Ahmad Sarmast receberam o Prémio Polar de Música. Em 2019, Sarmast levou a sua Orquestra feminina Zohra numa digressão pela Europa, incluindo Lisboa, onde atuaram no Festival Jovens Músicos.
Em Dezembro de 2021, um grupo de jovens músicos do ANIM e o seu fundador, chegaram a Portugal como refugiados, devido à reinstalação do poder talibã no seu país. Desde então o seu fundador e diretor, Ahmad Naser Sarmast, reergueram o Instituto Nacional de Música do Afeganistão, de modo a prosseguirem o objetivo de continuar a tocar e salvaguardar a tradição musical do Afeganistão para o futuro, e cerca de 100 jovens afegãos recomeçaram os estudos.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2