A Antena 2 apresenta, a partir de 5 de outubro de 2025 até ao final de dezembro, a série do programa Caleidoscópio, intitulada O Legado de João Domingos Bomtempo, da autoria de João Pedro Delgado.
O Legado de João Domingos Bomtempo
A propósito dos 250 anos do nascimento a 28 de dezembro de 2025
Um programa de João Pedro Delgado
A obra e ação de João Domingos Bomtempo é um dos raros casos em que um indivíduo, apenas pela sua energia e dinâmica, consegue transformar profundamente as instituições musicais de um país. Para além da sua preciosa obra, ofereceu a Portugal um abnegado e titânico esforço individual, promovendo uma resoluta ação de inovação estética, uma revolucionária transfiguração dos sistemas de ensino e estruturas da vida musical, a inauguração de um corpo credível de música instrumental pura no nosso território, e a construção de uma porta escancarada para o cosmopolitismo da modernidade cultural europeia. Bomtempo foi um terramoto, de cujas consequências beneficiamos ainda todos. Devemos-lhe, acima de tudo, uma escuta atenta das suas obras, e um investimento para a dignificação do extraordinário património que nos legou.
João Pedro Delgado
Episódios
Ep. 1 | 5 outubro
Inaugurando um mundo novo
Sonata op. 1
Ep. 2 | 12 outubro
Um rasgo de confiança
Concerto para Piano e Orquestra nº 1
Ep. 3 | 19 outubro
Vislumbrando o século XIX
Sonatas op. 5 e op. 9

Marcha para Forte Piano: Composta e dedicada A Sua Mag.de Fidellissima A Senhora D. Maria 2ª. Por J. D. Bomtempo, [1834]. Col. Biblioteca Nacional
Ep. 4 | 26 outubro
O apelo da música doméstica
Variações: op. 4, op. 6, op. 8
Ep. 5 | 2 novembro
Ímpeto e tempestade
Concerto para Piano e Orquestra nº 3
Ep. 6 | 9 novembro
Em tudo, um novo caminho
Música de Câmara

Tantum Ergo, Kirie, Gloria e Credo / escripto, composto e offerecido a S. M. F. El Rei D. Fernando por João Domingues Bomtempo. 1842. Col. Biblioteca Nacional.
Ep. 7 | 16 novembro
Horizontes inexplorados
Sinfonia nº 1
Ep. 8 | 23 novembro
Maturidade
Sonatas op. 15
Ep. 9 | 30 novembro
Abrindo a porta do Romantismo
Sonatas op. 18

João Domingos Bomtempo (1775-1842). Escola Artística de Música do Conservatório Nacional
Ep. 10 | 7 dezembro
A expansão do sinfonismo
Sinfonia nº 2
Ep. 11 | 14 dezembro
Inovação e liberdade
Variações op. 21 e Fantasia op. 14
Ep. 12 | 21 dezembro
Música sacra e Liberalismo
Ep. 13 | 28 dezembro
Morte na religião liberal
Requiem

Domingos Sequeira – “Alegoria à Constituição de 1822”, 1821. Col. Museu Nacional de Arte Antiga
João Pedro Delgado | Nasceu no Porto, em 1978. É Doutorado em Música e Musicologia – especialidade de Interpretação (Performance – viola de arco) pela Universidade de Évora, título que obteve com classificação máxima – distinção e louvor. É também Mestre em Música – Performance, Viola de Arco – pela Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco, cuja defesa de dissertação obteve igualmente com classificação máxima.
Foi dedicatário ou co-dedicatário de obras para viola solo, viola e eletrónica ou música de câmara por parte de compositores como Sérgio Azevedo, Jesus Torres, António Pinho Vargas, João Pedro Oliveira, Eduardo Patriarca, Luís Tinoco, Sara Carvalho, Fernando Lapa, Jaime Reis, Pedro Amaral, Carlos Marecos, Tiago Derriça, Cândido Lima, Alexandre Delgado, Anne Vitorino de Almeida, César Viana, Pedro Faria Gomes, Edward Luiz d´Abreu, Vasco Mendonça, Ana Seara, Hugo Vasco Reis, Carlos Azevedo, Nuno Corte-Real, Paulo Bastos, Sofia Sousa Rocha, Carlos Guedes ou Christopher Bochmann, entre outros.
Tem tido oportunidade de tocar em concerto solista ou de música de câmara com músicos diversos, tais como António Rosado, Dejan Ivanovic, Carlos Alves, Morgan Szimansky, Filipe Quaresma, Fausto Neves, Helder Marques, José Corvelo, Marina Pacheco, Carisa Marcelino, Catherine Strynckx, entre outros.
Foi diretor artístico da associação Belgais – Centro para o Estudo das Artes, e do seu Coro.
Foi autor de programas na Antena 2 da RTP.
Colaborou com orquestras tais como Orquestra Gulbenkian, Orquestra do Norte ou Orquestra Metropolitana de Lisboa, entre outras, dirigido por maestros tais como Michael Zilm, Alex Klein, César Viana, Miguel Graça Moura, Ferreira Lobo, Diogo Costa, Pedro Neves, Jan Wierzba, Ian Mikirtumov ou Christopher Bochmann.
Com diversos agrupamentos de câmara ou a solo, apresentou-se já nas principais salas de espetáculo portuguesas, bem como no México, China, Irlanda, Inglaterra, Itália, Alemanha, Espanha, França, República Checa, Luxemburgo, Andorra, Grécia, Cuba, entre outros países.
Participou na gravação de vários discos (Viola Solo, João Roiz Ensemble, Síntese – Grupo de Música Contemporânea, Quarteto São Roque, Viola Solo e Electrónica, etc.) e vários concertos seus foram transmitidos em rádios e televisões do país e estrangeiro.
É membro do João Roiz Ensemble, com o qual assume profissionalmente preenchidas temporadas de música de câmara. Foi membro fundador do Síntese – Grupo de Música Contemporânea, com o qual se apresentou em inúmeros concertos e estreias de compositores portugueses. Apresenta-se com muita frequência em recitais de viola de arco e piano nas mais importantes salas nacionais, sendo atualmente um dos mais intensos dinamizadores portugueses da viola de arco enquanto instrumento solista.
Tem realizado diversas publicações de edições críticas de obras históricas, bem como de obras próprias, através da AVA – Musical Editions. As suas obras têm sido tocadas em diversas salas de concerto por todo o país, bem como em Espanha, Suíça, Cuba ou Estados Unidos.
É Professor Adjunto Convidado na Escola Superior de Artes Aplicadas do Instituto Politécnico de Castelo Branco. Foi Diretor Pedagógico e Executivo do Conservatório de Castelo Branco.