Libreto
Ferruccio Busoni
Antecedentes
Busoni assistiu em 1912 a uma representação de commedia dell’arte em Bolonha e a um pequeno teatro de marionetas em Roma. Ambas as apresentações marcariam o tema e a forma das suas próximas óperas.
Primeiro pensou numa tragédia para marionetas com música, no entanto, um pouco antes da Primeira Grande Guerra Mundial apareceria o libreto de Arlechinno, sendo que a música só iria aparecer em 1916 devido a uma deslocação aos Estados Unidos da América.
A Estreia desta ópera estava assim planeada para o teatro Municipal de Zurique, mas Busoni queria combinar Arlecchino com a sua outra ópera Turandot numa única noite. Desta maneira ambas as óperas estreariam conjuntamente e seriam representadas juntas várias vezes, no entanto, não voltaram a suscitar o interesse do público até à década de sessenta do século passado, especialmente Arlecchino.
Apesar deste desinteresse aparente, podemos dizer que Arlecchino determinou estruturalmente a perspectiva musical do teatro épico de Brecht e Weill. Este é assim um dos muitos legados de Busoni, um compositor a descobrir e que tanta importância teve para a geração dos compositores pioneiros do século XX, como Arnold Schoenberg.
Resumo
O mestre alfaiate, Matteo, está sentado diante da sua casa a ler a "Divina Comédia" de Dante. Sua mulher, Anunziata, enquanto ele está distraído, leva Arlecchino, o seu amante, para dentro de casa.
Arlecchino, atrevidamente, salta pela janela e cai aos pés do alfaiate que é levado a crer que os bárbaros se encontram às portas da cidade. Matteo fica desconcertado com a noticia e Arlecchino aproveita-se roubando a chave da casa, fechando assim o pobre alfaiate lá dentro. Arlecchino foge.
A cena continua com Arlecchino. Desta vez ele adverte o Doutor e o Abade do pertenço perigo. Estes escondem-se imediatamente no posto fronteiriço.
Assim Arlecchino disfarça-se de oficial e ordena ao alfaiate que defenda a cidade. No entanto a aventura de Arlecchino com Anunziatta é perturbada pelo surgimento de Colombina.
A mulher de Arlecchino há muito que mantém uma relação com o Cavaleiro Leandro e Arlecchino para limpar a sua honra mata Leandro apunhalando-o nas costas e leva o cadáver para junto do posto fronteiriço onde começa a gritar a palavra "assassinato". Esconde-se em seguida.
Quando o cadáver de Leandro é descoberto, o Abade pede auxilio, no entanto nenhum dos curiosos que olham pela janela o acode.
O cadáver é finalmente carregado numa carroça puxada por burros que conduz uma procissão de despedida onde se encontram o Abade, o Doutor e Colobina. Arlecchino aproveita a comoção geral e escapa com Annunziata.
Quando o alfaiate regressa a casa vindo da guerra que não aconteceu, apercebe-se da ausência de Annunziata. Metteu volta à leitura da Divina Comédia.