7 Dezembro | 19h00
Sala Luís de Freitas Branco,
Centro Cultural de Belém
Ciclo Quintas às 7
Integral da Música de Câmara de Joly Braga Santos
Jill Lawson, piano
Eliot Lawson, violino
Natasha Tchitch, violeta
Catherine Strynckx, violoncelo
Ricardo Lopes, oboé
Adriano Aguiar, contrabaixo
Programa
Integral Joly Braga Santos – 2º Concerto
Joly Braga Santos (1924-1988)
– Trio c/ piano, Op. 64
Largo
Allegro
Lento
Dedicado ao Trio Mirecourt
– Suite de Danças, Op. 63 p/ piano, oboé, violeta e contrabaixo
Prelúdio
Sarabanda
Tarantella
Dedicado ao Opus Ensemble
– Quarteto c/ piano, Op. 28 (1957)
Allegro non troppo
Dedicado ao Quarteto de Lisboa
Transmissão direta
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
@ Arquivo Herdeiras de Joly Braga Santos
Joly Braga Santos (Lisboa, 1924 – Lisboa, 1988) é uma das principais figuras da Música Portuguesa do Século XX. Sinfonista fecundo e inspirado, chefe de orquestra, diretor de gravação da RDP, crítico musical e pedagogo, a sua ação multiforme foi um fator impulsionador da atividade musical da sua época e a sua obra de compositor estará para sempre considerada entre as grandes realizações artísticas de matriz autoral portuguesa.
Reunir a sua música de câmara instrumental num ciclo orgânico de concertos em Portugal, que também pudesse gerar uma edição discográfica é um projeto que
Musicamera Produções alimenta laboriosamente desde há pelo menos dois anos. A fixação de uma ficha artística credível que contasse com a aprovação de todos e cada um dos intérpretes, a elaboração das sequências de repertório de cada concerto, a localização, revisão e eventual correção de algumas partituras, a sempre difícil coincidência das agendas e o contacto permanente com interlocutores empresariais do âmbito discográfico internacional foram os vetores em que Musicamera Produções se empenhou a fundo. Nesta longa preparação, Musicamera Produções contou com dois parceiros de excelência: Centro Cultural de Belém e RTP Antena 2.
Jill Lawson, pianista de nacionalidade luso-americana, nasceu no México em 1974 e cresceu na Bélgica, residindo atualmente em Portugal. Iniciou os seus estudos de piano aos 8 anos de idade em Antuérpia, tendo sucessivamente obtido as mais elevadas classificações e distinções em prestigiadas escolas como o Conservatório Real da Flandres, a Chapelle Musicale Reine Elisabeth em Waterloo e o Conservatório de Amsterdão, onde estudou com Jan Wijn. No Peabody Institute, em Baltimore, onde recebeu aulas de Leon Fleisher e Ellen Mack, obteve o Diploma de Pós-Graduação em Piano, em 2000, e o Mestrado em Música de Câmara, em 2004. Fez vários cursos de aperfeiçoamento com Dimitri Bashkirov, Gyorgy Sebok, Maria Tipo e Maria João Pires, entre outros. Colaborou no documentário, que se realizou em 2001 durante um workshop de Maria João Pires em Belgais.
Gravou os Estudos Sinfónicos Opus 13 de Schumann para a Fundação Internacional de Vianna da Motta, a obra completa da música de câmara de António Fragoso e as sonatas de Hindemith para violino e piano, para a editora BrilliantClassics.
Entre os numerosos prémios e distinções que obteve em competições nacionais e internacionais, destacam-se o 2º prémio no concurso internacional de piano “Vianna da Motta”, a presença na final da “Classical Fellowship Awards” da
American Pianists Association e o 4º prémio no “Concurso Internacional Schubert” em Dortmund.
Como solista, deu recitais e tocou com inúmeras orquestras de renome na Europa, América e Ásia, mantendo simultaneamente uma intensa actividade no domínio da música de câmara. Juntamente com seu irmão Eliot, violinista, forma o Duo Lawson & Lawson, e trabalha ainda com diversos cantores regularmente.
É docente na Escola Superior de Artes Aplicadas em Castelo Branco, onde leciona os cursos de Piano e Repertório para cantores.
Eliot Lawson, de nacionalidade luso-americana, nasceu no ano de 1978 em Bruxelas. Em 1989 foi selecionado por Sir Yehudi Menuhin para estudar na sua escola em Londres, mas prosseguiu os seus estudos musicais com L. Souroujon, H. Krebbers, I. Oistrakh, JJ. Kantorow, I. Grubert, P. Vernikov e Nelli Shkolnikova. Obteve com as maiores classificações o Bacharelato e o Mestrado no Conservatório de Roterdão, o Mestrado do Conservatório de Bruxelas, o ‘Artist Diploma’ na Indiana University e o diploma de “virtuosity” da Scuola di Musica di Fiesole. Escolhido ex-aequo entre 250 outros violinistas, teve a oportunidade de tocar para Lorin Maazel.
Participou em vários concursos, tendo obtido o 1° Prémio no Jong Talent, no Jong Tenuto 1988, no Concurso de Beriot em 1989 e 1996, no
Prémio Jovens Músicos / Antena 2 em 1996 e no concurso internacional Dexia em 1996; um 2° Prémio no concurso de Herman Krebbers em 1995, um 3° Prémio e o Prémio da interpretação no concurso internacional Julio Cardona em 1997 e 2001. Deu vários concertos pelo mundo fora e participou em vários festivais e tocou em diversas salas conhecidas, como a de Singel, a sala Elisabeth, Bozar (Bruxelas), Dias de Musica (CCB-Lisboa), Festival de Flandres, Ars Musica, Théatre Varietés (Paris), Théatre Sebastopol (Lilles), Festival de Valónia, Festival de Bretanha, Festival Roussel, Centro Cultural de Belém (Lisboa), Bruges 2002 Cidade da Cultura do Festival Europeia, de Doelen (Roterdão), Concertgebouw Amesterdão, Concertgebouw Tilburg, Jeunnesses Musicales, Jeugd en Muziek, para a RTP, para Canvas, Klara, RTBF, Musique 3. Atuou como solista com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra Sinfónica de Sófia, Orquestra de Câmara da Valónia, Orquestra Juvenil de Covilhã, Orquestra Sinfónica do Porto, Euregio Orquestra, Orquestra Sinfónica Flamenga, Orquestra Nacional da Bélgica, Orquestra Sinfónica da Madeira, Orquestra Sinfónica de Lovaina, Orquestra Sinfónica de Bonn, Juventude e Música de Antuérpia, Orquestra Juvenil de Lisboa, Orquestra Gulbenkian, Filarmónica Real de Flandres, Middle Tennesee Symphony, Orquestra do Minho.
Formou com a sua irmã pianista, Jill Lawson, um duo.
Já gravou vários CD para editoras como a Cypres, Fuga Libera, Festival Roussel, Brilliant Classics, com críticas nas revistas, tais como: Diapason, Crescendo, The Strad, Le Monde de Musique, Le Soir. É convidado regularmente como professor em Masterclasses na Bélgica, em Portugal, na Itália, no Luxemburgo, em França e nos Estados Unidos da América.É professor assistente no Conservatório de Amsterdão e professor na Universidade do Minho.
Natasha Tchitch nasceu na Rússia em 1975 no seio de uma familia de músicos. Começou a tocar piano e violino aos 5 anos, fazendo formação musical durante quinze anos em Moscovo, na Escola Superior de Música Tchaikovsky e seguidamente no Conservatório Superior de Tchaikovsky, na mesma cidade. A sua carreira como violetista começou aos 13 anos de idade, tendo aulas com Maria Sitkovskaya e Fiodor Druzhinin (professor de Yurii Bashmet). Durante a sua estadia na Rússia, tocou como solista e fez parte de numerosas formações de música de câmara e orquestas. Mudou-se em 1998 para Espanha, para integrar a Orquesta Sinfónica de Galicia. Entre 2001 e 2003 continua a sua formação na Escola Superior de Música Rainha Sofia, em Madrid, na cátedra de viola de Gérard Caussé. Frequentou masterclasses com Tomas Rieble, Paul Neubauer, Roberto Diaz, Walter Levin, Hatto Beyerly.
Participa em vários recitais e concertos de música de câmara em Madrid, Valencia, Bilbao, San Sebastián e Granada, entre outros locais. Em 2003, é convidada para integrar como violetista a Ópera de Paris. É também solicitada para tocar como solista com a Orquestra de Ópera de Bruxelas, Sinfónica das Canárias e Orquestra Nacional de Espanha. Em 2006, é convidada para colaborar na criação da Orquesta Joven de Cámara da Fundación Caja Duero, em Salamanca. Desde então, tem-se dedicado ao desenvolvimento do projecto pedagógico e artístico do festival de música “
Florilegio Musical Salmantino“ (2006-2008), cujo objectivo visava oferecer a jovens intérpretes a experiência de tocar ao lado de grandes nomes espanhóis e internacionais.
Participa, entretanto, em formações de música de câmara em diversos festivais (Gran Canarias, 2000, Santander, 2001-2003, Sully, 2002, Verbier, 2002, Nápoles, 2005-2007 e Entrecasteaux, Francia), apresentando-se com nomes como Radovan Vlatkovitch, Gérard Causse, Katia e Marielle Labeque, Alain Meunier, Luciano Berio, Silvia Marcovici, David Grimal, Jordi Savall e Augustin Dumay, entre outros.
No ano de 2002 é convidada pela Associação Belgais a tocar com Maria João Pires. Toca em França e Espanha com músicos das novas gerações. Participa na Orquesta Band Art, em Espanha, dirigida por Gordan Nicolic, e no “Ensemble Dissonances “, em França, sob a direcção do violinista David Grimal, formações com as quais partilha uma mesma visão musical. Em 2006, com o pianista Felipe Pinto – Ribeiro, a violinista Tatiana Samouil e o violoncelista Pavel Gomziakov forma o
Ensemble Schostakovitch, cuja intensa e versátil actividade tem levado o quarteto a tocar nos mais prestigiados palcos e com convidados de prestígio internacional. Desde 2008, o Ensemble Schostakovich tem residência artística no CCB, em Lisboa.
A pedagogia ocupa paralelamente uma grande parte da carreira de Natalia Tchitch. Em 2002 conduz uma masterclasse na Universidade de Limerick, na Irlanda. Desde 2007, faz regularmente masterclasses em Graves (Bordéus). Foi nomeada em 2003 assistente da classe de viola de Gérard Caussé no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris. Desde 2007 é professora titular na Academia Superior de Música do País Basco (“Musikene”).
Recebeu o prémio Especial no Concurso Internacional de Viola Lionel Tertis, em Inglaterra, e o Grande Prémio do Concurso Internacional de Viola em Almaty de 2000.
De nacionalidade francesa, Catherine Strynkx, obteve os Primeiros Prémios nos Concursos Internacionais de Caltanissetta e Trapani, e é laureada do Concurso Internacional “Vittorio Gui “ de Florença. Foi violoncelo solo nas Orquestras durante 10 anos: na Camarata Lysy (1989-1992) e na “Orchestre des Pays de Savoie” (1993-2000). Também foi membro da Orquestra Nacional do Porto (2000-2002). Gravou 6 Discos de Música de Câmara. Colabora regularmente com a Orquestra Utópica.
Tocou a solo e em grupos de câmara em muitos países, na Europa, Quirguistão, Malta, Tailândia, Sultanato de Omã, Argentina, nos Estados Unidos. Com o violoncelo barroco trabalhou sobre a direcção de R.Goebel, T. Koopmann, C. Coin e Fabio Biondi.
Leccionou nos Conservatórios de Besançon e Belfort em França e deu Master-classes na Tailândia, Brasil, Suíça, Portugal A sua actual atividade pedagógica divide-se entre a Escola Superior de Castelo Branco e a Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa.
Ricardo Lopes é atualmente primeiro oboé da Orquestra Sinfónica Portuguesa, onde tem trabalhado sob a direcção de alguns dos grandes maestros da atualidade como Nello Santi, Jeffrey Tate, Alain Lombard, Rafael Frübeck-de-Burgos ou Eliahu Inbal.Apresentou-se como solista com diversas orquestras, entre as quais a Orquestra Sinfónica do Teatro Nacional de São Carlos, a Orquestra Regie Sinfonia, a Orquestra Nacional do Porto, a Orquestra Sinfónica Portuguesa e inúmeras orquestras ad hoc.
A partir de 1995 é professor de oboé na Escola Superior de Música, Artes e Espectáculo do Porto, materializando um projecto de ensino largamente reconhecido, sendo regularmente convidado para ministrar master-classes por todo o país e na Alemanha.
Dedicando parte da sua atividade à performance em cópias de instrumentos históricos, tem colaborado com grupos como Divino Sospiro, Músicos do Tejo, Freitagsakademie e
Bach Collegium Zürich.
Ao longo de mais de 25 anos de carreira, Ricardo Lopes apresentou-se em países como a Espanha, Itália, França, Suíça, Alemanha, Áustria, Bélgica e Japão, e efectuou inúmeras gravações para a RTP e RDP, não só integrando agrupamentos de câmara como também em recitais com piano, tendo várias das suas actuações sido difundidas pela Antena 2 / RTP, pela espanhola RNE Clásica, a suíça RSR2 e a britânica BBC3.
Detem o título de Professor Especialista, o grau de Mestre em Música / Oboé, e frequenta atualmente o Doutoramento em Musicologia Histórica na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Adriano Aguiar Músico contrabaixista com uma carreira centrada na actividade orquestral, integrou as Orquestras Sinfónicas da RDP/Porto (1978-1985), do Teatro Nacional de São Carlos (1985-1992) e desde 1996 é Coordenador de Naipe Adjunto na Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Estudou contrabaixo com Augusto Fortuna, Alejandro Erlich Oliva e Iouri Axenov. É licenciado em contrabaixo pela ESML e doutor em Música e Musicologia pela Universidade de Évora. Salienta-se o seu interesse pela Música de Câmara. Neste contexto fez parte de diversos ensembles (Oficina Musical, Quarteto de Contrabaixos de Lisboa, Contr’Orquestra), destacando-se o
Duo Contracello (com Miguel Rocha) e o Avondano Ensemble.
A sua apresentação como solista tem alguns pontos de interesse, com relevo para as suas actuações com a Orquestra D. Fernando II e com a Orquestra Sinfónica Portuguesa (Passione Amorosa de Bottesini, com Pedro Wallenstein); com a Orquestra da Escola Profissional de Música de Espinho (Concerto de Goleminov); com o Quarteto Lopes-Graça (repertório português do séc. XIX); com o pianista João Paulo Santos apresentou a Sonata de Hindemith e um recital nos Dias da Música no CCB, em Abril de 2013, intitulado “Bottesini em Lisboa”.
Formou vários alunos na Escola Profissional de Música de Espinho e na Academia Nacional Superior de Orquestra. Desde 2012 é professor de contrabaixo na Escola Superior de Artes Aplicadas (ESART), tendo tido ao longo do seu percurso uma actividade regular enquanto professor em Masterclasses.
Fotos do concerto @ Jorge Carmona / Antena 2 RTP