Libreto
Paul Schott
Resumo
Die tote Stadt representa, fundamentalmente, um mórbido culto ao passado – o de Paul, o protagonista obcecado pela recordação da sua esposa morta e que no decurso da ópera é alvo de um processo traumático que terminará apenas quando decide encarar a realidade, libertando-se assim dessa obsessão doentia.
Paul vive fechado numa casa transformada por ele próprio num santuário cheio de recordações – retratos, objectos, madeixas de cabelo – tudo para lembrar Marie, a sua mulher morta. No entanto a aproximação de uma outra mulher vai deixar Paul muito transtornado.
Trata-se de Marietta, uma cantora alegre e extraordinariamente parecida com Marie. Por isso, desde que surge na vida de Paul, Marietta vai exercer sobre ele uma forte atracção que se vai traduzir numa série de situações oníricas que revelam as emoções contraditórias vividas por Paul.
Por um lado, o mundo que o atrai e que ele deseja expressa-se numa companhia de comediantes que cantam e bailam com uma vitalidade desavergonhada; Por outro, esta atracção provoca-lhe uma sensação de culpabilidade que se materializa em determinados aspectos da cidade de Bruges e nas suas procissões religiosas.
No final de seu sonho, Marietta, que o havia seduzido, castiga-o gozando com a sua religiosidade e com a memória de Marie, chegando a apoderar-se de
uma trança da defunta, que Paul guardava como uma relíquia, para dançar provocatoriamente. Horrorizado, Paul estrangula-a….
Tudo havia sido um sonho, e a realidade acaba por impor-se quando entram na
habitação Brigitta, a criada, Marietta, a quem Paul deixa sair sem a reter, e seu amigo Frank, que lhe propõe que abandone Bruges com ele. Paul aceita.