Libreto Autor desconhecido, adaptado da ópera homonima de Giovanni Bononcini por Silvio Stampiglia
ResumoNo ano de 1737-1738, Handel escreveu duas óperas totalmente novas para o Teatro do Rei – Faramondo e Xerxes – e ainda uma terceira – Alessandro Severo – que não é nada mais do que uma reciclagem de material do próprio Handel. Nesse ano a programação deste Teatro consistiu sobretudo na reposição de óperas de outros compositores, aparentemente segundo o gosto vigente entre a nobreza patrocinadora da actividade do Teatro.
Com Xerxes, Handel volta a trabalhar com o libertista que lhe proporcionou o argumento para Partenope – Sílvio Stampiglia. O espírito de Xerxes resulta assim semelhante ao da ópera anterior: o diálogo decorre de uma forma moderada, não há grandes causas nem grandes actos heróicos.
Xerxes, o rei da Pérsia, goza da sombra protectora de um carvalho que se encontra no seu jardim. O seu irmão, Arsamene está à procura de Romilda, por quem se encontra apaixonado e cujo canto se ouve vindo do outro lado do jardim. Ao ouvi-la Xerxes apaixona-se.
Arsamene tenta convencer o seu irmão de que o estatuto social da jovem o impede de amá-la, pois um rei não se deve envolver com a filha de um vassalo. Ignorando o seu concelho, Xerxes incube o Arsamene de transmitir à jovem a sua admiração.
Atalanta, irmã de Romilda, está presente quando Arsamene cumpre com o seu dever. Esta há muito que pretende Arsamene só para si.
Entretanto, quando Xerxes tenta conduzir Romilda ao matrimónio, Arsamene opõe-se ao casamento do monarca. Xerxes expulsa assim o seu irmão da corte e Romilda rejeita o amor de Xerxes.
Entra em cena Amastre, uma princesa prometida em casamento a Xerxes. A jovem vem disfarçada de homem e ouve Xerxes comentar para si próprio que pretende casar com Romilda, filha do seu general Ariodate, vencedor da guerra contra Mauri. Amastre, desalentada com a notícia, quase se denuncia. Esta planeia uma vingança.
No final deste acto, Arsamene confia ao seu criado Elviro uma carta que deve ser entregue em mãos a Romilda. Nesta o irmão do rei promete visitá-la ás escondidas. Enquanto isso Atalanta tenta fazer com que Romilda ponha em dúvida a constância de Arsamene, mas Romilda não se deixa enganar.
O segundo acto tem inicio na praça da cidade. Elviro, disfarçado de vendedor de flores comenta com Amastre acerca dos acontecimentos que envolveram Xerxes, Arsamene e Romilda.
Entretanto Atalanta consegue interceptar a carta enviada por Arsamene a Romilda e usa-a de maneira a provar a infidelidade de Arsamene.
Romilda, enganada, sente-se invadida por ciúmes, mas mesmo assim, continua a rejeitar Xerxes para seu marido.
Fora da cidade Xerxes encontra Amastris, ainda disfarçada de homem, e tenta recrutá-la para o seu exército. Esta cena é interrompida pela chegada de Romilda.
Quando Xerxes tenta fazer com que Romilda o aceite, Amastris acode a jovem aflita declarando que a defenderá das pressões de Xerxes.
No início do terceiro ato, Romilda acusa Arsamene de ter escrito a Atalanta. Este responde com a verdade e a irmã de Romilda é desmascarada.
Perante as acusações Atalanta alega que Xerxes chegou repentinamente, não lhe dando tempo para esconder a carta, e que, por isso, ela fingiu ser a destinatária daquela carta para encobrir a sua irmã.
Entretanto, Xerxes tenta mais uma vez aproximar-se de Romilda. Desta vez a jovem escapa-se arguindo que necessita da autorização de seu pai para poder casar.
Xerxes não perde tempo e vai ter imediatamente com Ariodate. O rei declara que Romilda deverá casar-se com uma pessoa da casa real. Ariodate concorda pensando que essa pessoa é Arsamene.
Quando finalmente Xerxes vai reclamar a mão da jovem, esta diz-lhe agora que está prometida a Arsamene. Xerxes manda prender o seu irmão.
Escondido, Arsamene, vai até ao templo onde o esperam Romilda e Ariodate. Realizam-se as bodas.
Quando Ariodate agradece a Xerxes pela honra dada à sua família, o rei apercebe-se de que o seu irmão lhe tomou o lugar e acusa Ariodate de traição. Nesta altura chega um pajem que traz uma carta de Amastris. A noiva de Xerxes declara na carta que se vai suicidar e que isso se deve ao grande desgosto provocado pela infidelidade do rei.
Xerxes ordena que Arsamene mate Romilda e dá-lhe uma espada para o efeito. Amastris apodera-se da espada e revelando a sua verdadeira identidade, a aponta contra Xerxes.
O rei descobre assim o seu verdadeiro amor e reconcilia-se com Amastris, aprovando o casamento de Arsamene com Romilda.