LibretoNicolò Beregan
EstreiaTeatro de São Salvador em Veneza no ano de 1683
AntecedentesCompositor e Organista Italiano, Legrenzi foi um dos compositores mais importantes da Veneza da segunda metade do século XVII, tendo desenvolvido um papel de primeiro plano no desenvolvimento da linguagem barroca na Itália Setentrional.
Legrenzi nasceu em Clusone, perto de Bergamo, tendo sido aí que começou a estudar música. Foi Organista na Igreja de Santa Maria Maior em Bergamo de 1645 a 1656, ano em que aceita o lugar de Mestre de Capela da Academia do Espírito Santo em Ferrara, posição que manteve até ao final do ano de 1665. Os anos seguintes da vida de Legrenzi mantêm-se um mistério, não havendo registos da sua actividade até 1681. Contudo acredita-se que Legrenzi tenha desenvolvido actividade no Ospedale dei Mendicanti em Veneza. Sabe-se que viajou por Veneza, Milão, Parma, Bolonha, Modena e Bergamo. Em 1681 torna-se Mestre de Capela Assistente da Capela de São Marcos em Veneza, passando a Mestre de Capela no ano de 1685.
A produção de Legrenzi inclui quase todos os géneros difundidos pela Itália Setentrional do final do século XVII, incluindo, em particular, a ópera e a música sacra à capela.
Resumo
A Ópera Il Giustino de Giovanni Legrenzi é um drama em três actos que conta com libreto de Nicolò Beregan e foi estreada no Teatro de São Salvador em Veneza no ano de 1683.
O primeiro acto começa com acelebração das bodas de Ariana e Anastácio, o novo imperador de Bizâncio. Polimante, embaixador de Vitalino, o inimigo e invasor, vem propor a Anastácio um tratado de paz com a condição de Ariana ser oferecida a Vitalino.
Entretanto, Giustino, um camponês, sonha com a glória militar e decide alistar-se no exercito. Eis que surge o momento para demonstrar o seu valor: Eufémia, a irmã do imperador é perseguida por um urso. Giustino consegue vencer o animal e é convidado para se apresentar no palácio imperial. Aí, surge uma nova personagem – Andronico, irmão de Vitalino que se infiltra na corte disfarçado de mulher. Andronico apresenta-se com o nome de Flávia e aproxima-se de Eufémia a fim de lhe conquistar a confiança. Na verdade Andronico tem como unico objectivo cortejar a princesa bizantina.
As coisas não correm bem a Andronico: Vestido de Flavia, ele atrai as atenções de Giustino.
No campo de batalha é a vez das coisas não correrem bem a Anastacio. Decidida a seguir o seu marido no campo de batalha, Ariana é capturada pelas forças de Vitalino. Num acto de coragem Ariana enfrenta Vitalino declarando preferir a morte a ter que ficar com o tirano.
No segundo acto Giustino e Anastácio chegam a uma praia depois do naufrágio do seu barco, mesmo a tempo de Giustino poder libertar Ariana da rocha a que estava presa. Esta rocha era guardada por um monstro.
No palácio, Eufémia e Flávia disfarçam-se de soldados – Flávia que na realidade já é Andrónico disfarçado. O objectivo é capturarem Giustino. Eufémia porque sente ciúmes de Ariana; Andrónico porque deve dificultar a vida ao inimigo de seu irmão, Vitalino.
Tudo parece virar-se contra Giustino. Amantio, um traidor ao serviço da Ásia Menor, acusa Giustino de conspirar contra o imperador de Bizâncio, envolvendo Ariana nessa conspiração.
As suspeitas de Anastácio crescem quando a sua esposa intercede junto dele para que recompense Giustino pela sua bravura.
Entretanto Eufémia e a falsa Flávia chegam ao campo de batalha. Nesse momento Flávia revela ser Andrónico e, num acto de paixão tresloucado, tenta violar Eufémia. A princesa é salva precisamente por Giustino a quem acaba por confessar o seu amor.
O terceiro acto começa então com a vingança de Anastácio. Envenenado por Amantio, o Imperador acredita que Giustino é um traidor e manda prendê-lo. Cego de ciúmes, faz Ariana seguir para o exílio.
Eufémia é obrigada a intervir e liberta Giustino. Contudo é tarde de mais. Amantio consegue levar a sua avante faz-se coroar imperador aprisionando Ariana e Anastácio. É nessa altura que Giustino descobre ser irmão do tirano Vitalino e de Andronico. Tarde, mas a tempo de se juntarem para reporem a ordem capturando Amantio e libertando Ariana e Anastácio.
Giustino é feito co-imperador de Anastácio que o une em matrimónio com Eufémia.