Temporada de Concertos Antena 2
29 outubro | 19h00
Auditório do Museu do Oriente
Entrada gratuita
Indra Trio + Uli Kempendorff
Luís Barrigas, piano
João Custódio, contrabaixo
Jorge Moniz, bateria
Convidado Uli Kempendorff, saxofone
Programa
No exit
Second part
Brahma
Louange
Eyes closed
Mondadeira alentejana
Realidade aumentada
Indra Trio é um trio de jazz português, já com um longo percurso, formado por Luís Barrigas (piano), João Custódio (contrabaixo) e Jorge Moniz (bateria). A sua música distingue-se pela simplicidade e pela busca de uma “relação orgânica com a natureza”, procurando uma ligação profunda com os sons e com aquilo que chamam “não racionalidade”.
O trio mistura influências do jazz tradicional com elementos da música erudita europeia, explorando a improvisação como componente central. No repertório predominam composições originais, embora também incorporem standards de jazz e arranjos de canções populares. Há atenção especial à melodia, ao diálogo entre os instrumentos, e à harmonia, sem negligenciar espaço para o experimental e o atmosférico.
Quanto ao simbolismo, ‘Indra’ refere-se à divindade hindu associada aos céus, à água e às forças da natureza, o que reflete a estética do grupo que regressa com o seu terceiro álbum, Brahma, uma obra evocativa e rica em texturas que convida os ouvintes a uma jornada por paisagens sonoras de cor, memórias, lugares e sensações e que recebe o reconhecido saxofonista tenor Uli Kempendorff como convidado, trazendo a sua voz para uma conversa musical orgânica e intuitiva.
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
@ Jorge Carmona / Antena 2
Luís Barrigas | Nasce em 1978 na cidade de Setúbal, o seu primeiro contacto com o piano foi com seis anos. Aos dezanove anos ingressa no Conservatório Regional de Setúbal para estudar piano clássico com Carla Seixas e Joaquim Fernandes. Em 2002 licencia-se em Educação Musical, começando nesta altura a estudar composição com Cristopher Bochman, e Piano e Composição Jazz com Mário Laginha. Frequentou a escola de jazz do Hot Clube Portugal com Filipe Melo e Rui Caetano e tem participado em vários workshops e seminários desde então com Myra Melford, Kenny Werner, Fred Hersch, Vardan Ovsepian, John Taylor, Enrico Pieranunzi, Joshua Redman e Shai Maestro.
Em 2006 inicia vários projetos de jazz, do qual se destaca o seu trio com temas originais. Desde então já tocou com inúmeros músicos de destaque na área, como Perico Sambeat, Alexandre Frazão, José Eduardo, Bruno Santos, Nelson Cascais, Bruno Pedroso, Luís Candeias, Joel Silva, Jorge Moniz, Demian Cabaud, Sérgio Pelágio, Pedro Segundo, André Sousa Machado, Desidério Lázaro, entre outros. Conclui o curso superior de jazz na E.S.M.L. (Escola Superior de Música de Lisboa) com João Paulo Esteves da Silva em 2013.
Com o seu trio ganhou o 1º Prémio Luiz Villas-Boas em 2010 no Festival CoolJazz de Cascais, tendo gravado o disco 2:30. Em 2016 grava o seu segundo disco Songs with and without words que foi bem recebido pela crítica em geral, recebendo 5 estrelas pelo jornal Público.
Colaborou como músico e arranjador no disco Canto Primeiro de Beatriz Nunes que esteve em digressão em vários festivais prestigiados tanto em Portugal como a nível internacional, na Europa e América do Sul. Em 2019 gravou o disco Indra, com o trio com o mesmo nome, apoiado pela Antena 2, considerado como um dos melhores discos de 2019 pela Jazz.pt. Indra Trio tocou em vários festivais de jazz e auditórios em Portugal.
Como sideman tem trabalhado com vários grupos acompanhando inúmeras vozes do jazz, música pop e tradicional, destacando nomes como Paulo Ribeiro, Vitorino, Tim, Rão Kyao, Manuel João Vieira, entre outros.
@ Jorge Carmona / Antena 2
João Custódio | Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Nacional de Lisboa no curso de Contrabaixo onde estudou com Manuel Rego. Na área do Jazz estudou na Escola de Jazz do Barreiro e na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas do Hot Club de Portugal. Estudou com Zé Eduardo, Bernardo Moreira, Nelson Cascais, Mário Delgado, Afonso Pais, entre outros.
Ativo como músico desde 2001 na área do jazz, tocou com Júlio Resende, Diogo Vida, Victor Zamora, Rodrigo Gonçalves, Mário Delgado, Nuno Ferreira, Afonso Pais, Jorge Reis, João Moreira, Jacinta, Marta Hugon, Jorge Moniz, Bruno Santos, entre outros. Fora do jazz atua regularmente com os Irmãos Catita, tendo já trabalhado com Jorge Palma, Vitorino, entre outros. Colaborou com grupos de teatro e de dança contemporânea.
@ Jorge Carmona / Antena 2
Jorge Moniz | Estudou na Academia de Amadores de Música de Lisboa e no Conservatório Nacional de Lisboa onde concluiu o 7º ano do curso de Piano. Simultaneamente, estudou bateria na Escola de Jazz do Hot Club de Portugal. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa (1999), mestre em Etnomusicologia pela Universidade Nova de Lisboa (2007) e doutorado em Letras pela Faculdade de Letras de Lisboa (2017) com uma tese sobre Significação Musical em Cinema. Leciona no Conservatório de Setúbal e na Universidade Lusíada de Lisboa. Foi um dos fundadores da Escola de Jazz do Barreiro em 1999.
Ao longo da sua carreira como músico integrou e gravou numerosos projetos, principalmente na área do Jazz. Em 2010 lançou o seu primeiro álbum em nome próprio com o título Deambulações, que foi amplamente aclamado pela crítica. O seu 2º álbum, intitulado Inquieta Luz, chegou em 2014 e o 3º, Cinematheque, num ambiente mais clássico e cinematográfico, em 2021.
Atualmente faz parte, entre outros projetos, do grupo Beatriz Nunes (Madredeus) grupo desde 2012, tendo participado nos discos Canto Primeiro e Livro de Horas, editados em 2018 e 2023, respetivamente. Lançou recentemente, em parceria com Luís Barrigas e João Custódio, os álbuns Indra, Shiva e Brahma (neste último, também com o saxofonista Uli Kempendorff) com o Indra Trio. Participa no projeto de Mariano Deidda com quem gravou o álbum Faust, em homenagem à escrita de Fernando Pessoa, estando para breve um novo álbum, desta vez, alusivo a Pirandello.
Numa vertente mais POP colabora desde 2004 com o cantautor Paulo Ribeiro e com os projetos The Analog Music Project e Eroscópio. Recentemente escreveu os arranjos e orquestrações para o projeto Zeca Afonso Tocado por Miúdos numa homenagem a José Afonso interpretado por crianças do Conservatório Regional de Setúbal, o qual deu origem a um álbum com edição da associação José Afonso.
Paralelamente, tem vindo a trabalhar na composição teatral e cinematográfica, tendo composto a banda sonora da curta-metragem Fisherman (de Dean Radovanovic – 2018), e das longas-metragens Raspberry1508 (de Nadina Helen Bakos – 2023) e Noites Claras (de Paulo Filipe Monteiro – 2025).
Na área teatral, compôs as bandas sonoras do projeto In.MEM da Orizon.Art (Malmo, Suécia) em 2021 e de A Menina do Mar, obra-prima de Sophia Mello Breyner, adaptada e encenada por Anarita Rodrigues e estreada em Oslo em Maio de 2022. Colabora frequentemente com a companhia Lêndias d’Encantar, de Beja, nas áreas do teatro e dança.
Para além da sua atividade como músico e compositor, desenvolve investigação etnomusicológica no Cante Alentejano, património cultural imaterial da humanidade do Alentejo. É, desde 2019, diretor artístico do Festival Internacional de Jazz ‘Jazz no Parque’ na sua cidade natal, Barreiro, Portugal.
Uli Kempendorff | Nasceu em Berlim em 1981. O seu trabalho está documentado em mais de três dezenas de CDs e LPs e emissões de rádio, em editoras como ECM, Enja, Whirlwind Records ou Four Music. Entre elas estão cinco produções próprias com seus grupos Field e Yellow Bird. Além de seus próprios projetos como Field (desde 2018 com Christopher Dell, Peter Bruun e Jonas Westergaard), Kempendorff atua em grupos com Julia Hülsmann, Ulrich Gumpert, Benjamin Weidekamp, Felix Henkelhausen, Wanja Slavin, Rudi Mahall, Markus Pesonen, Pablo Held, Tobias Delius, Mike Pride, Lina Allemano e Christian Weber; ele excursionou, gravou e tocou com SEEED, Rolf Kühn, Bad Stream, Jimi Tenor e ‘Little’ Jimmy Scott.
Em 2010, iniciou a série de concertos Serious Series que programou até 2014. Em 2016, programou a série de concertos In Between Festivals em Breslávia (Wroclaw, Polónia), no âmbito da cidade como Capital Europeia da Cultura. Isto foi feito em colaboração com Marc Schmolling, Stiftung Zukunft Berlin e MicaMoca. Até 2018 também co-programou a série JAB 105 no clube A-Trane de Berlim com Gebhard Ullmann.
Por concertos e o ensino da música, já viajou até à Costa do Marfim, Canadá, EUA, América do Sul, Usbequistão, México e muitos países da Europa. Kempendorff recebeu diversas bolsas da cidade de Berlim, foi bolseiro do DAAD de 2006 a 2007 em Nova Iorque e passou um mês no Stadtmühle Willisau na Suíça como convidado da Fundação Alfred-Köchlin e foi bolseiro da Stiftung Àrvore.
Foi membro fundador e dirigiu o IG Jazz Berlin, um sindicato auto-organizado que trabalha para um melhor financiamento das artes e especialmente do Jazz e da Música Improvisada em Berlim. Nesta função, Kempendorff também atuou como porta-voz da música na Coalizão da Cena Independente de Berlim e realizou trabalho pro bono em política cultural a nível estadual e federal de 2012-2023.
Fez parte do corpo docente da HMTM Hannover para Saxofone de 2021-2024. Estudou Saxofone e Improvisação no Conservatório Hanns Eisler em Berlim e no City College, Nova Iorque.
