5ª feira | 23 Fevereiro | 21h00
Grande Auditório
do Centro Cultural de Belém
Maiores 6 anos
Concerto | Música Sinfónica
Programa
Antonín Dvořák (1841-1904) – Abertura Othello
Luís de Freitas Branco (1890-1955) – Paraísos Artificiais
Maurice Ravel (1875-1937) – La Valse
Igor Stravinsky (1882-1971) – Suite Pássaro de Fogo
Postura filosófica e estética subjacente a um momento de mudança na linguagem musical do início do séc. XX, o Modernismo caracteriza um período diversificado de reinterpretação e renovação musical. Foi precedido pelas ousadias românticas e pós-românticas, incluindo a expressão dos nacionalismos emergentes, sendo o compositor checo Antonín Dvořák disso exemplo. Neste programa da Orquestra Gulbenkian, cujo repertório se concentra num espaço temporal de cerca de 30 anos, podemos escutar uma parte muito relevante dessa evolução, desde a expressão ainda romântica da Abertura Otelo (1892) – capítulo final da trilogia de aberturas "Natureza, Vida e Amor" -, até ao vanguardismo "infernal" da suite (1919) de O Pássaro de Fogo de Stravinsky. Em Portugal, Luís de Freitas Branco é considerado o introdutor do Modernismo, sendo obra chave nesse processo o poema sinfónico Paraísos Artificiais (1910). Por fim, La Valse (1920), de Ravel, compositor francês frequentemente associado à corrente impressionista, é uma obra concebida como um tributo, em forma de apoteose, à valsa vienense.
Dinis Sousa | Nascido no Porto, vive em Londres e é fundador e diretor artístico da Orquestra XXI – projecto vencedor do prémio FAZ-IOP 2013, que reúne músicos portugueses residentes no estrangeiro, com a qual se tem apresentado regularmente em Portugal, recebendo grandes elogios da crítica especializada.
Nas últimas temporadas, Dinis Sousa tem dirigido orquestras como a Southbank Sinfonia, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra de Câmara da Escócia, Aurora Orchestra e Orquestra Sinfónica de Londres.
Tem trabalhado com o maestro Sir John Eliot Gardiner, enquanto seu assistente em projetos com a Orquestra Sinfónica de Londres, onde já teve a oportunidade de dirigir a orquestra, com a Orquestra Filarmónica de Berlim e com o Monteverdi Choir e Orchestre Révolutionnaire et Romantique.
Em 2019, dirigiu o Monteverdi Choir nos BBC Proms numa apresentação da sinfonia coral "Rómeo et Juliette" de Berlioz, onde o coro se apresentava separado da orquestra, dirigida por Gardiner.
Dinis estudou na Guildhall School of Music and Drama, onde exerceu a Fellowship em Direcção de Orquestra. Durante esse período, dirigiu vários agrupamentos, tendo preparado a Guildhall Symphony Orchestra para o maestro Bernard Haitink, dirigido a Paixão Segundo S. João, de Bach, no Milton Court Concert Hall e uma encenação de "Down by the Greenwood Side" de Birtwistle no Silk Street Theatre. Na mesma escola, concluiu a licenciatura e mestrado com distinção, estudando direcção de orquestra com Sian Edwards e Timothy Redmond e piano com Philip Jenkins e Martin Roscoe. Paralelamente, trabalhou em classes de alto aperfeiçoamento com professores como Sequeira Costa, Angela Hewitt, Ralf Gothóni, Richard Egarr, Jean-Sébastien Béreau, entre outros.
Em Junho de 2015, foi condecorado pela Presidència da República, com o grau de Cavaleiro da Ordem do Infante D. Henrique.Em março de 2021 foi nomeado Maestro Titular da Royal Northern Sinfonia para um mandato inicial de três temporadas.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto.Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2