Comemorando o 43º aniversário do 25 de Abril e o 2º aniversário da inauguração do
Museu do Aljube – Resistência e Liberdade,
Um CertO_Olhar foi visitar este espaço museológico dedicado à memória do combate à ditadura e da resistência em prol da liberdade e da democracia.
Um CertO_Olhar
6ª feiras | 23h00
Um programa de Luís Caetano
com Gabriela Canavilhas, Luísa Schimdt e António Araújo
Convidado especial: Luís Farinha, Diretor do Museu
Esta semana, Um CertO_Olhar esteve no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade, numa emissão especial, onde a propósito daquelas datas comemorativas, e de questões politicas fundamentais desencadeadas por alguns acontecimentos internacionais recentes, o painel de convidados do programa debate alguns aspectos que se mantêm atuais: Que memória e conhecimento tem hoje a sociedade, do fascismo, da opressão e da luta contra a ditadura? E do 25 de Abril e das mudanças que trouxe? A justiça perdeu para a reconciliação nacional? A importância do ensino da História para o conhecimento e compreensão do tempo presente.
O
Museu do Ajube – Resistência e Liberdade, quer na sua
exposição permanente, quer nas suas exposições temporárias, tem como objetivos, entre outros, "a valorização dessa memória na construção de uma cidadania responsável e assumindo a luta contra a amnésia desculpabilizante e, quantas vezes, cúmplice da ditadura que enfrentámos entre 1926 e 1974", assim como "partilhar nos nossos dias aspetos das realidades então vividas, organizando-os de modo sistemático e rigoroso". São estes também os propósitos que norteiam a sua dinâmica programação complementar, donde se pode destacar atualmente o Ciclo de debates "É a Guerra, Mas Não Tem de Ser", ou a programação da celebração do dia 25 de Abril.
25 Abril | 10h00 às 18h00
O Museu do Aljube está aberto no dia 25 de abril para celebrar a Liberdade.
Dias da memória – Recolha de Terstemunhos e de Objetos da Comunidade | 10h00 – 18h00
um apelo à comunidade para ceder ao Centro de Documentação do Aljube, materiais e testemunhos da Resistência e dos primeiros dias da Liberdade.
Meus Caros Amigos – Augusto Boal – Cartas do Exílio | 17h00
inauguração da exposição temporária com leituras por Maria do Céu Guerra e a presença e testemunhos de muitos dos seus amigos.
Esta exposição abre um olhar cruzado dos exílios de opositores à Ditadura, de um e de outro lado do Atlântico.
No ano em que Lisboa é Capital Ibero-Americana da Cultura, trazer
Augusto Boal ao Aljube é lembrar o exílio de um dramaturgo de renome internacional, que fez escola pelos lugares onde se fixou (Buenos Aires, Lisboa, Paris), depois de ter sido torturado pela polícia brasileira em 1971. Viveu em Lisboa entre 1976 e 1978, dirigindo o Teatro A Barraca e deixando numerosos discípulos e uma memória viva de várias formas experimentais de teatro.
«Viva Portugal» | 11h30 | 17h30 | 21h00
um documentário de Malte Rauch, realizado nos dias de Abril de 1974, com base em imagens inéditas ou pouco conhecidas, dos primeiros dias da Revolução.
Com a presença do "Capitão de Abril" Carlos Matos Gomes, protagonista no filme. Às 21h00.
É a guerra. Mas não tem de ser.
12 Abril a 10 Maio | 18h00 (quartas feiras)
Auditório do Museu do Aljube
Pensar a violência hoje
a partir de
Pedro e o Capitão de Mário Benedetti,
com encenação de Marta Carreiras e Romeu Costa
Curadoria: Ana Bigotte Vieira
Produção: Maria Folque
Ciclo de debates no Museu do Aljube a propósito da encenação de Pedro e o Capitão por Marta Carreiras e Romeu Costa.
Partindo sempre da leitura de um acto da peça de Mário Benedetti por Ivo Canelas, Pedro Gil e Romeu Costa, com este ciclo procura-se discutir e contextualizar violência e tortura hoje – inquirindo as condições de possibilidade de situações como as retratadas no texto Pedro e o Capitão de Mário Benedetti, e abordando temas como guerra, tortura, trauma, intervenções do FMI, venda de armas, respostas artísticas a situações de crise.
Cada sessão contará com a participação de um convidado de uma área disciplinar distinta. Assim, depois da Amnistia Internacional abrir o ciclo com uma visão geral sobre tortura hoje, será a vez das investigadoras Giulia Lamoni e Cristiana Tejo falarem sobre Arte e Política na América Latina nos anos 1960/1970, ajudando a compreender o contexto de onde Mário Benedetti fala – e que não é assim tão distante do nosso, como na semana seguinte dará conta Irene Pimentel abordando a PIDE e as suas práticas. Gianfranco Ferraro abordará a questão da violência no séc. XX de um ponto de vista filosófico para, por último, Rui Pina Coelho enquadrar o teatro de Mário Benedetti no contexto de violência sistémica a que muitas vezes tenta responder.
12 Abril | 18h00
Tortura no séc. XXI – O Sem Sentido que teima em persistir
com a Amnistia Internacional
e a leitura de um excerto de Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti por Pedro Gil e moderação de Samara Azevedo.
19 Abril | 18h00
Arte e Política na América Latina nos anos 1960/1970: Centros ex-cêntricos
com Giulia Lamoni e Cristiana Tejo
e a leitura de um excerto de Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti por Ivo Canelas
26 Abril | 18h00
A Tortura da PIDE: Fazer falar e calar
com Irene Pimentel
e a leitura de um excerto de Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti por Pedro Gil
3 Maio | 18h00
Tortura e Violência: Uma perspetiva filosófica
com Gianfranco Ferraro
e a leitura de um excerto de Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti por Ivo Canelas
10 Maio | 18h00
Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti: Teatro e Violência Sistémica
com Rui Pina Coelho
e a leitura de um excerto de Pedro e o Capitão, de Mário Benedetti por Romeu Costa
23 Junho a 2 Julho
(de 4ª feira a sábado às 21h00; domingos 17h30)
São Luiz Teatro Municipal
24 de junho | conversa com o público após o espetáculo
Pedro e o Capitão
de Mário Benedetti
Encenação de Romeu Costa e Marta Carreiras
Em Pedro e o Capitão de Mário Benedetti, peça premiada em 1979 pela Amnistia Internacional e primeira encenação da dupla formada por Romeu Costa e Marta Carreiras, um torturador insiste com um preso para que este fale.
Num diálogo obstinado entre os dois que se pauta pelo silêncio do prisioneiro que vai sendo sistematicamente agredido, desenha-se um elogio à irredutibilidade humana e à força de vontade.
Confronto entre dois homens, Pedro e o Capitão torna visíveis como uma série de imperativos éticos e práticos se jogam no dia a dia, muito para além de situações limite. Peça definida pelo autor como um mergulho profundo na psicologia de um torturador, Pedro e o Capitão actualiza a questão, urgente, das conjunturas que podem levar alguém a converter-se num torturador. No ar está o pano de fundo maior da violência estrutural que a tal pode levar, aparecendo em decalque o tipo de mundo que faz com que seja “normal” situações limite como esta tornarem-se norma.
Museu do Aljube
Rua de Augusto Rosa, 42
1100-059 Lisboa
info@museudoaljube.pt
(+351) 215 818 535
O museu está aberto diariamente das 10.00 às 18.00h.
Encerra às segundas-feiras e feriados.