Nas pausas dos concertos, o Palco Antena 2, no espaço Antena 2 (junto às Informações/Bilheteira), situado no piso 1, recebe concertos informais. (É necessário bilhete recinto).
30 abril 2017 | Palco Antena 2
14h00 | Quarteto Camões (C14)
Puccini, Crisantemi
Peer Gynt
Concerto de Abertura
Concertos
Excertos musicais a partir de várias salas
Comentários, entrevistas, apontamentos de reportagem
CONCERTOS
O Poema SinfónicoPrograma
Franz Liszt – Tasso, Lamento e Triunfo*
Orquestra Sinfónica APROARTE
Benoît Fromanger, direção musical
César Franck deixou-nos cinco poemas sinfónicos de inspiração e dimensões variadas. Um deles – O Caçador Maldito (1882) – reinterpreta musicalmente uma balada de Gottfried Bürger (1747-1794). Musicalmente, o poema sinfónico segue a estrutura da balada e desdobra-se em quatro secções principais: a paisagem tranquila da manhã de domingo, a caçada, a maldição e por fim a cavalgada demoníaca.
Liszt deixou-nos numerosos poemas sinfónicos que constituem uma das formas da música de programa sugerida por uma ideia “extramusical” poética ou descritiva. Inspirado pela personagem do poeta Torquato Tasso, este poema exprime através da música os estados de alma deste autor que descreve nos seus poemas as conversas com os fantasmas omnipresentes na sua vida. Na obra de Liszt, Tasso sai vitorioso do domínio das sombras, graças ao amor de uma mulher – Eléonor. Notar-se-á aqui alguma semelhança com aquilo que o próprio Liszt viveu?
Meditação e Êxtase
Programa
Richard Wagner – Abertura e Bacanal de Tannhauser*
Jovem Orquestra Portuguesa
Pedro Carneiro, direção musical
Tatiana Samouil, violino
Meditação e Êxtase, ou a meditação como meio para chegarmos ao êxtase. Se essa é a grande prova pela qual Tannhäuser tem de passar, abdicando da tentação da carne para poder alcançar o amor puro e idealizado, em The Lark Ascending o poeta propõe-nos como meditação a contemplação do voo da calhandra, para que com esse voo nos deixemos deslumbrar pela natureza.
Ralph Vaughn Williams baseou a sua romança para violino e orquestra, The Lark Ascending no poema homónimo do poeta britânico George Meredith, e colocou o seguinte fragmento à cabeça da partitura: “Sobe e começa a girar, / Soltando a sua argentina cadeia de som, / Múltiplos elos ininterruptos / De gorjeios, silvos, portamentos e trilos… // Cantando até encher o céu, / O amor à terra nos inspira / E sempre em alada ascenção / Faz do nosso vale sua dourada taça, / E ela é de vinho transbordante, / Que nos eleva ao partir… // Até que, perdidos na luz os seus dourados anéis, / Canta por sua vez a fantasia.”
Tannhäuser (1845) de Richard Wagner apresenta-nos o mito do Trovador dividido entre os amores da deusa Vénus e de Santa Isabel da Turíngia. Na abertura assistimos a um quase resumo do enredo, com o tema de Vénus em confrontação com o tema dos peregrinos, com o qual chegamos ao êxtase final. Nesta ópera, encontramos uma personagem, um trovador e poeta, que será uma das grandes fontes para as futuras óperas de Richard Wagner sobre a demanda do Graal: Wolfram von Eschenbach.
C3 | 17h00 *
À Memória de Camões
Programa
Ensemble e Coro MPMP
Jan Wierzba, direção musical
Joana Seara, soprano
Ana Ferro, meio-soprano
Pedro Rodrigues, tenor
Nuno Dias, baixo
Seguramente uma das mais belas, notáveis e importantes partituras de missa de exéquias da história da música ocidental, o Requiem de João Domingos Bomtempo foi escrito em 1817, mediando os célebres Requiem de Wolfgang Amadeus Mozart (1791) e de Hector Berlioz (1837). O caso português tem, contudo, uma especial singularidade: foi escrito em memória do poeta Luís de Camões, integrando-se portanto no movimento revivalista desta figura maior da literatura europeia — afinal, no ano anterior, em 1817, publicava-se em França uma edição d’Os Lusíadas que viria a influenciar e a marcar várias gerações de artistas e pensadores empenhados na construção de um Portugal moderno, liberal, rejuvenescido. É esta a obra que o Ensemble MPMP, no seu efetivo coral e orquestral, com mais de 60 músicos em palco, prepara agora para apresentação em 2017 — exatamente 200 anos depois da histórica edição francesa d’Os Lusíadas. A efeméride será assim festejada com uma releitura da partitura por alguns dos mais prestigiados intérpretes da atualidade. Oportunidade para celebrar Camões, para celebrar Bomtempo, para celebrar Portugal e a Lusofonia.
C4 | 19h00 | Transmissão direta
Hino à Alegria
Programa
Orquestra Sinfónica Metropolitana
Pedro Amaral, direção musical
Coro da Fundação Princesa das Astúrias
José Esteban García Miranda, maestro do coro
Ana Paula Russo, soprano
Maria Luísa de Freitas, meio-soprano
Marco Alves dos Santos, tenor
André Henriques, barítono
A Nona Sinfonia foi estreada em 1824 na cidade de Viena. Muitos consideram ser a primeira grande sinfonia da História da Música. Com efeito, a sua orquestração apontava novos horizontes criativos. Era uma composição que apresentava uma complexidade formal sem precedentes e uma tal ousadia, no que respeita às premissas artísticas e ideológicas, que assumia um alcance verdadeiramente gigantesco.
Beethoven tinha completado a Sinfonia nº 8 havia já doze anos. Apesar de os gostos musicais então se reorientarem para a ópera italiana (em particular Rossini), mantinha-se uma figura respeitada. O anúncio de um concerto com novas obras da sua autoria incendiava expetativas. Relatos da época não deixam dúvidas de que a receção foi entusiástica. O empolgamento do segundo andamento, o lirismo do terceiro e o fervor épico do final não passaram despercebidos. Ainda assim, a sua verdadeira dimensão só se descobriu mais tarde.
Ao longo dos tempos, em cada vez que a Nona Sinfonia é interpretada, revela-se sempre algo novo. Desde logo na sua dimensão musical intrínseca, sendo fascinante acompanhar o desenrolar das soluções criativas, até nos mais insignificantes detalhes. Por outro lado, e em sintonia com a Sinfonia Eroica, transmite uma profunda reflexão filosófica moral e espiritual acerca da natureza humana. O seu lugar transcende a condição de uma obra artística. Como se nos mostrasse o caminho desde as trevas ao esplendor da existência, soergue-se como um monumento da Humanidade. (Rui Campos Leitão)
C5 | 21h30
Candide ou o Otimismo
Programa
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Coro do Teatro Nacional de São Carlos
João Paulo Santos, direção musical
Mário Redondo, barítono
Lara Martins, soprano
Mário Alves, tenor
Patrícia Quinta, meio-soprano
Leila Moreso, meio-soprano
Diogo Oliveira, barítono
Marco Alves dos Santos, tenor
Bruno Almeida, tenor
Nuno Dias, baixo
Christian Luján, baixo
João Oliveira, baixo
Sérgio Martins, tenor
“Candide, ou o Optimismo”, é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire. Foi escrito, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terramoto de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, “Monsieur le docteur Ralph”, literalmente, “Senhor Doutor Ralph”. Narra a história de um jovem, Cândido, que vive numa espécie de mundo à parte, onde recebe os ensinamentos sobre otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar as dificuldades do mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — pelo menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, “tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis”, por um preceito enigmático: “devemos cultivar nosso jardim.”
Cândido é caracterizado pelo tom sarcástico, bem como pelo enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco parodia diversos clichés do romance e da aventura, cujas provas são caricaturadas num tom mordaz. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já citado terramoto de Lisboa de 1755. A problemática do mal, tema comum aos filósofos da época, é exposta também neste conto, de forma mais direta e irónica: o autor ridiculariza a religião, os teólogos, os governos, o exército, as filosofias e os filósofos por meio de alegorias; de maneira mais conspícua, chega a roubar Leibniz e seu otimismo. Tal como esperado por Voltaire, Cândido desfrutou de um enorme sucesso e causou grande celeuma.
Candide é assim uma opereta baseada no romance homónimo de Voltaire, e com libreto escrito por Lillian Hellman. A estreia de Candide foi em 1956, mas em 1974 foi apresentada novamente, com um novo libreto, de Hugh Wheeler, sendo esta a versão apresentada nos Dias da Música. Para além de Hugh Wheeler, colaboraram ainda para o libreto: John Latouche, Dorothy Parker, Lillian Hellman, Stephen Sondheim e o próprio Bernstein. Hershy Kay, John Mauceri e Maurice Peress contribuíram para a orquestração.
Pequeno Auditório
C6 | 13h00 | Transmissão direta
O Doido e a Morte
Programa
I. Com que voz II. Erros meus III. Má fortuna*
Carlos Guilherme, tenor
Raquel Queirós, violino
Jed Barahal, violoncelo
Christina Margotto, piano
Alexandre Delgado – Poema de Deus e do Diabo
*
Alexandre Delgado, direção musical
Luís Rodrigues, barítono
Carla Rodrigues, flauta em Sol e flautim
João Moreira, clarinete baixo
Raquel Queirós, violino
Jed Barahal, violoncelo
Ana Castanhito, harpa
Alexandre Delgado – O Doido e a Morte [versão de concerto]
Ópera de Câmara em um ato para três cantores e nove instrumentos, baseada na farsa homónima de Raúl Brandão
*
Alexandre Delgado, direção musical
Carlos Guilherme, tenor (Governador Civil)
Luís Rodrigues, barítono (Sr. Milhões)
Susana Teixeira, meio-soprano (Aninhas)
Salmo Faria, ator (Nunes, polícia)
Toy Ensemble
Carla Rodrigues, flauta em Sol, flautim
Iva Barbosa, clarinete em Lá
João Moreira, clarinete baixo em Si bemol, clarinete em Si bemol
Vera Dias, contrafagote, fagote
Raquel Queirós, violino
Luís Norberto Silva, viola
Jed Barahal, violoncelo
José Fidalgo, contrabaixo
Ana Castanhito, harpa
Christina Margotto, piano, cravo
O Doido e a Morte (1993) foi uma encomenda de Lisboa 94. Baseada na farsa homónima de Raul Brandão, é uma ópera de câmara que junta três cantores, um ator e nove instrumentos. O prólogo instrumental apresenta os temas que são explorados em oito variações e revisitados no epílogo, opondo grupos de instrumentos numa sucessão de tese, antítese e síntese. O nervosismo do Governador face à eminente explosão da bomba trazida pelo “homem mais rico de Portugal” tem como reverso os momentos lentos em que o Senhor Milhões revela o que lhe vai na alma. Estreada no Teatro Nacional de São Carlos e no Theater am Halleschen Ufer, em Berlim, a obra já teve sete encenações distintas desde 1994 e foi gravada em CD em 2014. Poema de Deus e do Diabo (2001), obra encomendada pelo Grupo de Música Contemporânea de Lisboa, destina-se a barítono e uma formação instrumental próxima de Pierrot Lunaire, usando harpa em vez de piano. Em Painel, primeiro dos Poemas de Deus e do Diabo (1926), José Régio sente-se dilacerado entre o Cristo e o Demónio. A música procura evocar ambos os personagens e o cantor fica dilacerado como o poeta. O Tríptico Camoniano (2012) foi uma encomenda do Performa Ensemble que teve como requisito fazer uma ponte entre a música erudita e o fado. À falta de empatia com o fado, o compositor decidiu musicar três sonetos de Camões que Amália Rodrigues cantava: Com que voz, Erros meus e Má fortuna. Para tenor (ou soprano) e trio com piano, o resultado oscila entre alusões quinhentistas, música de câmara e (apesar de tudo) um pouco de fado. (Alexandre Delgado)
C7 | 16h00 *
Da Grécia Antiga ao Palácio da Zarzuela
Programa
Melleo Harmonia Antigua
Joaquim Ribeiro, direção musical
Sara Afonso, Amor
Joana Nascimento, Diana
Rute Dutra, Júpiter
Inês Madeira, Apolo e Morfeo
Manuel Rebelo, Marte e Gracioso (Momo)
Raquel Cravino, violino
Lúcio Studer, viola
Ana Raquel Pinheiro, violoncelo
Pedro Wallenstein, contrabaixo
Maria Correia, guitarra barroca, tiorba e arquialaúde
João Luís Lopes, percussão
António Carrilho, flautas e direção musical
Jenny Silvestre, cravo e direção artística
Jenny Silvestre, tradução e tratamento de texto
Nuno Esteves, caracterização
É bem sabido que o gosto pelo repertório italiano constituiu um dos predicados dos séculos XVII e XVIII. No entanto, não podemos esquecer a existência de toda uma panóplia de géneros musicais específicos de regiões determinadas, como é o caso da Zarzuela, tão ibérica, tão nossa. Esta, que faz remontar a sua génese ao século XVI, com autores como o grande Juan del Encina, traduz-se num caso de sucesso da literatura musical, tendo perdurado, como se sabe, até aos nossos dias.
C8 | 17h00 | Transmissão direta
Tudo aquilo que não é prosa, é verso; e tudo o que não é verso é prosa
“Um coração, dominado pelo amor, por mil cuidados é sempre agitado.
Dizemos que, com prazer, enlanguescemos, e suspiramos;
mas não importa o que digamos: nada há de tão doce como a nossa liberdade!”
Excerto de Le Bourgeois Gentilhomme, traduzido por Fernando Miguel Jalôto/Ludovice Ensemble
Programa
Ludovice Ensemble
Fernando Miguel Jalôto, cravo e direção artística
Orlanda Velez-Isidro, soprano (uma cantora; uma senhora elegante; uma cantora italiana)
André Lacerda, tenor I (um cantor; um gascão; um espanhol; um músico do Poitou)
Carlos Monteiro, tenor II (outro cantor; um senhor elegante; outro espanhol; outro músico do Poitou)
Hugo Oliveira, baixo I (outro cantor; um suíço; outro espanhol; um cantor italiano)
Inês Lopes, soprano II (outra senhora elegante)
Joana Nascimento, alto (velha burguesa tagarela)
Rui Aleixo, tenor III (outro gascão)
André Henriques, baixo II (outro senhor elegante; velho burguês tagarela)
Joana Amorim, flauta traversa, flauta
Pedro Lopes e Castro, oboé, flauta
Andreia Carvalho, oboé
José Rodrigues Gomes, fagote, flauta
Rui Silva, percussão
Miguel Henry, tiorba, guitarra
Lucia Giardini, primeiro violino
Lilia Slavny, segundo violino
Miriam Macaia Martins, primeiro viola
César Nogueira, segundo viola
Manuel Costa, terceiro viola
Sofia Diniz, viola de gamba
Marta Vicente, violone
O Burguês Fidalgo é a mais perfeita e justamente a mais famosa de todas as comédias-bailado da autoria do dramaturgo e comediante francês Jean-Batiste Poquelin, dito Molière (1622-1673), um dos maiores e universais génios da literatura. Foi estreada na presença de Luís XIV, no dia 14 de outubro de 1670, antes de ser apresentada publicamente em Paris, no Teatro do Palais-Royal, sede da trupe de Molière. Trata-se de uma verdadeira “obra de arte total”, concebida conjuntamente com Jean-Batiste Lully (1632-1687), mas com essenciais contributos de Beauchamp (coreografia) e Vigarani (cenografia). O tema principal é a crítica à burguesia arrivista (endinheirada mas inculta, e aqui personificada no burlesco Monsieur Jourdain) que pretendia igualar-se à nobreza. No entanto, a censura estende-se a todas as classes sociais (os serventes interesseiros, os artistas e letrados oportunistas, a nobreza falida e exploradora). Ainda que não tão polémica como outras obras (A Escola das Mulheres ou, sobretudo, O Tartufo) a peça não deixou de ser criticada pelos mais conservadores. Escrita a pedido do rei para satirizar a recente embaixada turca enviada pelo sultão otomano, a cena da Cerimónia dos Turcos não só marca a introdução do gosto pelas Turqueries no Ocidente, como se tornou numa página incontornável na história do teatro. A genial música de Lully, apesar de inseparável da criação literária de Molière, foi longamente negligenciada, mas hoje recupera gradualmente o seu lugar no teatro e, mesmo independentemente, na sala de concerto. O seu encanto deve-se sobretudo à caleidoscópica variada dos diversos intermédios – em língua e estilo francês, italiano e espanhol – bem como ao vigor ritmos e frescura das danças. No início e no fim da obra incluem-se ainda duas cenas seminais para o teatro lírico francês, em verdadeiro “teatro dentro do teatro”: o Diálogo em Música premonitório das melhores páginas das futuras Tragédies-Lyriques, e a burlesca Cena do Vendedor de Libretos com a sua panóplia de personagens caricatas e tipos regionais. (Fernando Miguel Jalôto / Ludovice Ensemble 2017)
C9 | 19h00 *
O Sonho de Uma Noite de Verão
Programa
Acto II, nº 10 [Prelúdio]
Acto II, nº 11 May the God of Wit inspire (trio)
Acto II, nº 9 Come all ye Songsters of the Sky (canção)
Acto V, nº 58 They shall be as happy (trio)
Acto V, nº 59 They shall be as happy (coro)
Acto V, nº 57 Chaconne. Dance for Chinese Man and Woman
Acto IV, nº 32. Let the Fifes, and the Clarions (duo)
Acto I, nº 5 Overture
Acto V, nº 50 Prelude & Hark how all things
Acto V, nº 52 Sure the dull God of Marriage (duo e coro)
Acto V, nº 56 Hymen: My Torch, indeed (canção)
Acto IV, nº 31 Attendant: Now the Night is chas’d away (canção e coro)
Acto IV, nº 30 Symphony
Acto I, nº 8 First Act Tune. Jig
Acto III, nº 22 Dance for the Fairies
Acto V, nº 49 Monkeys’ Dance
First Music, nº 2 Hornpipe
Act III, nº 29 Third Act Tune. Hornpipe
Acto III nº 27 A Dance of Haymakers
Acto III nº 25 Coridon e Mopsa: Now the Maids and the Men (duo)
Acto I nº 7 Scene of the drunken Poet: Fill up the Bowl (canção, duo e coro)
First Music nº 1 Prelude
Second Music nº 4 Rondeau
Acto III, nº 23 Dance for the Green Man
Acto IV, nº 39 Winter: Now Winter comes Slowly (canção)
Acto V, nº 43 The Plaint. O let me weep
Acto II, nº 16 Secresy: One charming Night
Acto II, nº 17 Sleep: Hush, no more, be silent all (canção e coro)*
Músicos do Tejo
Marcos Magalhães, direção musical e cravo
Joana Seara, soprano
Mariana Caldeira Pinto, soprano
Inês Madeira, alto
Artur Filemon, contratenor
João Pedro Cabral, tenor
Bruno Almeida, tenor
João Fernandes, baixo
Álvaro Pinto, Denys Stetsenko, Lígia Vareiro, Raquel Cravino, violino
Paul Wakabayashi e Lúcio Studer, viola
Peter Krivda, viola da gamba soprano
António Carrilho, flauta de bisel
Ana Raquel Pinheiro e Pedro Massarrão, violoncelo
Jarrod Cagwin, percussão
Hugo Santos, Daniel Louro, trompetes
Marta Araújo, cravo
Começámos por ler o Fairy Queen pela última página, como tantas vezes se gosta de ler o jornal, e, dada essa subversão da ordem, acabámos por conjugar peças com base em ligações poéticas e subtis. Já não se trata de ler da última para a primeira página, mas, talvez, de ler um livro de poesia de forma semi-aleatória e depois relê-lo saltando de associação em associação. Em todo o caso, como todos sabemos, Fairy Queen não é uma ópera tal como as a que nos habituámos. Dentro da tradição britânica da Masque, foi concebido como uma obra de teatro com muitos números musicais, números esses que não se inserem diretamente no enredo principal mas que são pequenos desvios paralelos e/ou subterrâneos. Respirações, repousantes paragens do mecanismo dramático em que mergulhamos, por mágicos momentos. Esses mundos paralelos, Purcell encheu-os de música. Por mais curta que seja a peça, Purcell enche-a de tanta microscópica riqueza que a sua audição (e execução) exige uma atenção e concentração como se se tratasse de um fragmento de Kurtag ou um haiku de Bashô.
A ligação Shakespeareana é mais indireta do que se possa pensar, a peça para a qual Purcell compôs a sua música era uma adaptação total da obra do bardo de Stratford-upon-Avon. O autor anónimo do texto de Fairy Queen baseou-se na história da peça Midsummer Night’s Dream (1595/96) mas escreveu-a à sua maneira, “modernizando” uma peça teatral (à época) com quase 100 anos. (Marcos Magalhães)
C10 | 13h00 *
O Carnaval dos Animais
Programa
1. A Marcha do Soldado / 2. O Violino do Soldado /
Camille Saint-Saëns – O Carnaval dos Animais, Grande Fantasia Zoológica
Versão livre em português de António Mega Ferreira,
I. Introdução e Marcha Real do Leão / II. Galinhas e Galos /
DSCH – Schostakovich Ensemble
Filipe Pinto-Ribeiro, piano e direção artística
Pedro Lamares, narraçãoRosa Maria Barrantes, piano
Corey Cerovsek, violino
Cerys Jones, violino
Isabel Charisius, viola
Quirine Viersen, violoncelo
Tiago Pinto-Ribeiro, contrabaixo
Pascal Moraguès, clarinete
Abel Cardoso, percussão
Luc Mangholz, flauta (1.º Prémio Flauta Verão Clássico 2016)
O célebre Carnaval dos Animais foi composto por Camille Saint-Saëns na Áustria, em 1886, e dado em primeira audição privada na Terça-feira Gorda desse mesmo ano, em Paris. Trata-se, segundo o próprio compositor, de uma Grande Fantasia Zoológica, que inclui muitos animais, para todos os gostos e feitios, incluindo músicos! Sejam eles pianistas, a quem é dedicada uma das peças, ou compositores, vários deles parafraseados satiricamente ao longo deste Carnaval. E nem o próprio Saint-Saëns escapa, com uma paráfrase autocrítica na peça Fósseis. A obra foi composta para a esfera privada do compositor, que não consentiu a sua publicação e interpretação em público enquanto fosse vivo, com a exceção da famosa peça O Cisne. As razões normalmente evocadas apontam para que Saint-Saëns, o maior nome da música francesa da época, tenha pretendido evitar que o conotassem com o carácter leve e humorístico da obra e fugir a juízos equívocos das suas ironias. Mas a maior ironia é que, paradoxalmente, o Carnaval dos Animais veio a tornar-se a sua obra mais famosa. Neste concerto, o Carnaval dos Animais será narrado com a versão portuguesa da autoria de António Mega Ferreira dos célebres textos que o humorista francês Francis Blanche escreveu para esta obra divertida e exuberante.
C11 | 15h00 *
A Noite Transfigurada
“Carrego eu uma criança, e não é tua,
ando ao teu lado em pecado.
Cometi contra mim uma grande ofensa.
Eu não acreditava mais na felicidade
e contudo desejava ardentemente
Algo que preenchesse a minha vida,
a felicidade de ser mãe
e os seus deveres. Por insolência,
tremendo, deixei possuir meu sexo
por um homem estranho,
e, ainda por cima, abençoei-me por isso.
E agora a vida vingou-se
E agora eu encontrei-te, a ti.”
Noite Transfigurada, Richard Dehmel
Programa
Arnold Schoenberg – A Noite Transfigurada*
Anglo-Portuguese Ensemble
Inspirado no poema Manfred, do poeta inglês Lord Byron, o compositor português Luís de Freitas Branco escreveu esta peça original para sexteto de cordas em 1906. Composta ao mesmo tempo da hiper-romântica sinfonia dramática Manfred, quando Freitas Branco tinha apenas 16 anos, esta obra pauta-se pela escuridão, melancolia e pessimismo bem patentes nos temas apresentados nos registos graves de violinos e violas. Verklärte Nacht, a Noite Transfigurada, será certamente a obra-prima do período tonal de Arnold Schoenberg (1899). Escrita originalmente para sexteto de cordas, foi estreada em 1924 na versão de orquestra de cordas. Inspirada no poema de igual nome de Richard Dehmel, foi uma obra que deu azo a grande controvérsia desde logo pela avançada linguagem harmónica (na sequência do romantismo tardio alemão), conteúdo programático duvidoso (o papel da mulher que traiu o seu marido, ilustrada no poema) e pelo facto de ter um acorde não categorizado pela Associação Musical de Viena e, por conseguinte, “não existente”.
C12 | 17h00 *
La Bonne Chanson
Programa
I. Saudade saceada (Poema de Friedrich Rückert)
II. Canção de embalar sagrada (Poema de Emanuel Geibel
Dmitri Schostakovich – Trio n. º 1, op. 8, PoemaGabriel Fauré – La Bonne Chanson, op. 61, para Meio-Soprano, Dois Violinos, Viola,
I. Une sainte en son auréole / II. Puisque l’aube grandit /
DSCH – Schostakovich Ensemble
Filipe Pinto-Ribeiro, piano e direção artística
Hagar Sharvit, meio-sopranoCorey Cerovsek, violino
Isabel Charisius, viola
Quirine Viersen, violoncelo
Tiago Pinto-Ribeiro, contrabaixo
Rosa Maria Barrantes, piano
O ciclo de nove canções La Bonne Chanson ocupa um lugar cimeiro na obra de Gabriel Fauré e no maravilhoso universo da “mélodie française”. A obra é baseada em poemas do livro homónimo de Paul Verlaine. A segunda “Canção de embalar sagrada” (segundo o poema “Canción de cuna sacra”, de Lope de Vega), foi composta por ocasião do batismo do seu afilhado, filho do grande violinista Joseph Joachim e da igualmente célebre cantora Amalie Joachim, em 1864. A primeira canção, Saudade saceada, nasceu provavelmente só 20 anos mais tarde, no período mais tardio de criação do grande compositor alemão. Em oposição, Schostakovich compôs o Trio op. 8, n.º 1, para piano, violino e violoncelo, que intitulou de Poema, com apenas 16 anos, enquanto aluno do Conservatório de São Petersburgo. A génese desta obra está relacionada com circunstâncias pessoais: o Trio é dedicado a Tatiana Glivenko, que Schostakovich conheceu na Crimeia no Verão de 1923 e com quem teve a sua primeira e intensa relação amorosa, que durou até 1929. Este Trio Poema, um poema sem palavras, impressiona pela qualidade de composição e pela grande expressividade e lirismo do ainda muito jovem compositor russo. (Filipe Pinto-Ribeiro)
C13 | 19h00 *
Canções Espanholas
Programa
Juan Ruiz/Heyse – Nun bin ich dein
Lope de Vega/Geibel – Die ihr schwebet
Anónimo/Geibel – Ach, wie Lang die Seele schlumert
Don Manuel del Rio/Geibel – Mühvoll komm’ ich und beladen
Anónimo /Heyse – Herr, was trägt der Boden hier
Weltliche Lieder
Anónimo /Heyse – In dem Schatten meiner Locken
Anónimo /Geibel – Seltsam ist Juanas Weise
Anónimo /Heyse – Eide, so die Liebe schwur
Anónimo /Geibel – Wer sein holdes Lieb verloren
Anónimo /Heyse – Sagt, seid Ihr es, feiner Herr
Anónimo /Geibel – Mögen alle bösen Zungen
Anónimo /Geibel – Alle gingen, Herz zur Ruh
Camões/Geibel – Tief im Herzen trag’ ich Pein
Anónimo /Geibel – Bedeckt mich mit Blumen
Comendador Escriva/Geibel – Komm, o Tod von Nacht umgeben
Anónimo /Geibel – Schmerzliche Wonnen und wonnige Schmerzen
Gil Vicente – Und schläfst du mein Mädchen
Anónimo /Geibel – Geh Geliebter, geh jetzt
Susana Gaspar, soprano
João Terleira, tenor
Nuno Vieira de Almeida, piano
Wolf é o último dos grandes compositores de lieder do séc. XIX, sucessor legítimo não só de Schubert e Schumann, mas também de Brahms. É, como eles, romântico, mas o seu romantismo é mais moderno e mais apaixonado, como o de Wagner. As contribuições de Wolf para o género passam por uma seleção rigorosa dos textos (Wolf nunca fez música para poesias de valor literário inferior); pela criteriosa interpretação musical desses textos (a música só serve para realçar aquilo que as palavras não podem dizer); e pela elaboração muito desenvolvida do acompanhamento pianístico. Os primeiros lieder de Wolf foram sobre textos de Eichendorff, ainda tradicionalmente românticos. Daí em diante, Wolf reuniu os seus lieder em livros. Neste concerto teremos o Livro de canções espanholas (1890), sobre textos traduzidos do castelhano e do português para o alemão, a partir de poemas de Luís de Camões, Gil Vicente, Lope de Vega, Juan Ruiz, Dom Manuel del Rio e anónimos.
Donizetti, Verdi e Puccini sem palavras
Programa
I. Allegro non troppo / II. Adagio non troppo /
Giacomo Pucci – Crisantemi em Dó menor
Giuseppe Verdi – Quarteto de Cordas
I. Allegro / II. Andantino / III. Prestissimo /
Quarteto Camões
Pedro Meireles, primeiro violino
Anne Victorino d’ Almeida, segundo violino
Ricardo Mateus, viola
Martins Henneken, violoncelo
A que ponto estão distantes ópera e música de câmara? Este programa atípico de quarteto de cordas mostra que essa distância pode ser menor do que se pensa. Donizetti, Verdi e Puccini são compositores cuja fama reside exclusivamente no teatro lírico e, no entanto, em algum momento da sua carreira escreveram música para quarteto de cordas que vale a pena a conhecer.
Gaetano Donizetti é sinónimo de belcanto e escreveu exemplos paradigmáticos da ópera romântica italiana, com destaque para Lucia de Lamermoor (1835). Através do seu professor Simon Mayr estudou Haydn, Mozart e Beethoven e escreveu 18 quartetos de cordas na sua juventude que são exemplos clássicos e melodiosos do género, nomeadamente o nº 13, escrito aos 23 anos (1821). Por contraste, o único quarteto de cordas de Giuseppe Verdi é uma obra altamente pessoal, escrita aos 70 anos, no mesmo ano que o Requiem (1873) e dois anos depois da estreia de Aida; então no auge da fama, Verdi estava em Nápoles sem nada para fazer e o resultado foi um quarteto com toda a verve e o dramatismo fremente dos personagens verdianos. Como interlúdio, temos Crisantemi, de Giacomo Puccini, obra escrita aos 32 anos (1890), poucos antes das óperas que o tornaram famoso. Num só andamento, é um trecho que exala um perfume Arte Nova no título floral e nas suas harmonias envolventes, cujas ideias Puccini reutilizaria na ópera Manon Lescaut. (Alexandre Delgado)
C15 | 15h00 *
Peer Gynt
Programa
Eurico Carrapatoso – O Eterno Feminino em Peer Gynt
I. Anitra / II. Solveig / III. Ingrid
Edvard Grieg – A Manhã; A Canção de Solveig
Eurico Carrapatoso – O Imaginário em Peer Gynt
I. A mulher de verde / II. Peer, negreiro,
Edvard Grieg – O regresso de Peer Gynt (Noite de Tempestade no Mar);
Perspective Trio
Carla Caramujo, soprano
Uma viagem pelo universo do anti-herói Peer Gynt, sob a perspetiva do romântico norueguês Edvard Grieg e o olhar contemporâneo do compositor português Eurico Carrapatoso.
Escrita pelo dramaturgo Henrik Ibsen em 1867, a peça teatral retrata o percurso e as aventuras de Peer Gynt, um jovem rufia que sonha ser o imperador do mundo, vivendo cada dia sem considerar as consequências dos seus atos. Depois de vários anos de viagens, muitas histórias amorosas e diferentes peripécias, o viajante, agora mais velho e desgastado pelas suas vivências, volta às suas origens em redenção total.
Nesta versão para oboé, fagote e piano, o Perspective Trio (vencedor do Prémio Jovens Músicos 2015) apresenta alguns momentos da famosa suíte de Grieg, entre as quais as canções de Solveig interpretadas pela soprano Carla Caramujo.
Dividida em duas partes, a obra de Eurico Carrapatoso descreve as personagens femininas da vida de Peer Gynt e excertos das suas aventuras. Em estreia mundial neste recital, o Perspective Trio continua assim a apostar na expansão do repertório para esta formação.
C16 | 17h00 *
A Poesia levada para a Música
Programa
I. Pelos montes for a / II. Murmúrios das fontes /
Claudio Carneyro – 3 Poemas em Prosa, op. 27
I. Moderato espressivo / II. Allegretto / III. Presto assai
Fernando Lopes Graça – Glosas
I. Da canção alentejana De Noite Tudo São Sombras /
*
Artur Pizarro, pianoArtur Pizarro leva-nos pela música de três nomes maiores da música portuguesa do século XX, e que se apropriaram das formas e estruturas literárias, para dar corpo a obras musicais. Os Poemas do Monte de Luís Costa foram dedicados ao seu mestre e amigo Vianna da Motta. Luiz Costa surge-nos aqui como um compositor do seu tempo. A par das influências de Dukas, Fauré e da nova música alemã o compositor vê no Impressionismo francês a melhor forma de recriar o ambiente do seu Minho natal, com os seus campos e regatos. Por sua vez, Claudio Carneyro compõem os seus três Poemas em Prosa em 1930 e que tiveram como primeiro intérprete Vianna da Motta. As Glosas de Fernando Lopes-Graça foram escritas em 1950 e revelam mais uma vez o poder da identidade em Lopes-Graça que se baseou em canções tradicionais, que aparecem literalmente citadas, como base de especulação musical.
C17 | 19h00 *
Programa Graça MouraPrograma
Pavel Gomziakov, violonceloSegundo de dois recitais dedicados a Vasco Graça Moura, nos quais o célebre violoncelista Pavel Gomziakov interpretará as Seis Suítes para Violoncelo Solo de J. S. Bach. Neste programa serão interpretadas as suítes nº 2, 3 e 5.
As Sete Últimas Palavras de José Saramago
Programa
L’Introduzione: Maestoso ed adagio /
Alis Ubbo Ensemble
Ana Pereira e Romeu Madeira, violinos
Joana Cipriano, viola
João Pires, violoncelo
Pedro Gil, narração
O Alis Ubbo Ensemble apresenta a versão para quarteto de cordas de As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, uma das mais simbólicas obras de Joseph Haydn, muitas vezes considerada, paradoxalmente, uma autêntica “oratória sem palavras”.
Neste concerto, a intemporal música de Haydn será acompanhada pela leitura do texto de José Saramago: As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz.
C19 | 15h00 *
As Canções e a Literatura Francesa (Lou Tavano – Fauksa 4tet)
“La vie ne vaut d’être vécue sans amour
Mais c’est vous qui l’avez voulu mon amour
Ne vous déplaise
En dansant la Javanaise
Nous nous aimions
Le temps d’une chanson”
Excerto de La Javanaise, de Serge Gainsbourg
Programa
Serge Gainsbourg – La Javanaise; La Chanson de Prévert; Le Poinçonneur des Lilas
Boris Vian/Renée Lebas – Sans Blague
Georges Brassens – Il n’y a pas d’amour heureux
Charles Aznavour – La Bohème
Leo Ferré – Est-ce ainsi que les hommes vivent
Boris Vian – La Java des Bombes Atomiques
Henri Salvador – Jardin d’hiver
Lou Tavano, voz
Fauksa 4tet
Hamza Touré, saxofone
Samuel Lercher, piano
Freddy Blondeau, contrabaixo
Rui Pereira, bateriaA cantora Lou Tavano e o Fauksa 4tet trazem um programa em torno de alguns dos mais conceituados cantautores franceses do século XX. Serge Gainsbourg, Georges Brassens, Boris Vian, Léo Ferré, Henri Salvador e Charles Aznavour tinham em comum a paixão pela literatura. Boris Vian e Léo Ferré tiveram, aliás, uma carreira tão musical como literária, onde se destaca a dimensão humanista e contestatória. Na canção La java des bombes atomiques, por exemplo, Boris Vian dá a receita de fabricação de uma bomba atómica, ironizando sobre a proliferação descontrolada das armas nucleares. Neste repertório, as referências à literatura e à poesia são múltiplas, como é o caso da Chanson de Prévert, de Serge Gainsbourg, em referência ao poeta Jacques Prévert, e Il n’y a pas d’amour heureux, adaptação musical por Georges Brassens de um poema de Louis Aragon. Henri Salvador (1917-2008), grande amigo e colaborador de Boris Vian, atravessou quase um século de música e poesia. Em 2000, aos 83 anos, gravou a canção Jardin d’hiver, epílogo feliz de uma carreira incrível e de um século onde a relação entre música e literatura foi particularmente fértil em França.
C20 | 17h00
A grande bossa do Brasil na poesia de Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Tom Jobim – Corcovado
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Garota de Ipanema
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – A Felicidade
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Canção em Modo Menor
Tom Jobim/Dolores Duran – Por Causa de Você
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Janelas Abertas
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Brigas Nunca Mais
Tom Jobim/Vinícius de Moraes – O Morro Não Tem Vez
Tom Jobim/Chico Buarque – Piano na Mangueira
Vinícius de Moraes – Medo de Amar
Tom Jobim – Lígia
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Insensatez
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Eu não Existo Sem Você
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Sem Você
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Eu Sei Que Vou Te Amar
Fred Martins/Marcelo Diniz – O Samba me Diz
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Chora Coração (intro)
Tom Jobim/Luiz Bonfá – Correnteza
Tom Jobim – Chovendo na Roseira
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Água de Beber
Fred Martins/Marcelo Diniz – Doceamargo
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – O Nosso Amor
Tom Jobim/ Vinicius de Moraes – Chega de Saudade
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Trio Orfeu
Fred Martins, voz e guitarra
Jed Barahal, violoncelo
Ruca Rebordão, percussão
C21| 19h00
Concerto Surpresa: Adivinha quem vem cantar o fado?
Não vamos divulgar o nome do artista. Apenas lhe dizemos que é imperdível. O que acha de comprar um bilhete às escuras?
Sala Fernando Pessoa
C22 | 15h00
Os Poetas que eu cantei
Aldina Duarte
C23 | 17h00
No além dos sentidos: Música e literatura no romantismo alemão
Cristiana Vasconcelos Rodrigues e Claudia Fisher
As Letras do Rock
Pedro Serrano
* Concerto gravado para posterior transmissão