De 23 a 26 Fevereiro 2022
Teatro Nacional São João | Porto
Música | Performance | Conferência | Teatro
uma parte simbólica daquilo que todos os dias se escuta na rádio pública.
Trata-se de uma prova de vida da
diversidade dos conteúdos (e seus intérpretes) definidores da Antena 2,
apresentados diante dos olhos e não apenas no éter ou no mundo virtual, uma
iniciativa ainda com mais significado no contexto dos condicionamentos que a
pandemia nos impôs, tornando, assim, a fruição da cultura ao vivo numa espécie
de desafio vital.
vai reverberar numa série variada de concertos de música clássica (nas suas
vertentes de música sinfónica com a Orquestra do Norte, música de câmara
com o Maat Saxophone Quartet, música antiga com o Bando de Surunyo
e música coral com os Cupertinos), jazz
(projeto Cotovelo) e música para banda filarmónica (Banda Musical de
Fajões), incluindo também um espetáculo de música e dança tradicional de
Trás-os-Montes (Pauliteiros de Miranda).
de Bolso) destinados aos mais novos, teatro radiofónico ao vivo (em
parceria com o CeDA, Centro de Dramaturgia e
Argumento), uma conferência
sobre a identidade social e cultural do Norte, e finalmente uma produção
teatral, Achadiço, de Nuno Cardoso,
apresentada no Teatro Carlos Alberto.
convidam assim os ouvintes/espectadores a celebrar ao vivo "os valores
artísticos do passado, os que marcam o presente e os que o futuro nos promete".
pela Antena 2, e os espetáculos no palco principal do São João podem também ser
acompanhados em direto via internet, em vídeo streaming, na RTP Palco.
palavra de sincera gratidão ao Teatro Nacional São João por nos acolher, apesar
de todos os constrangimentos, com a maior simpatia e profissionalismo.
4ª feira | 23 Fevereiro
19h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música de câmara
Daniel Ferreira, saxofone soprano
Catarina Gomes, saxofone alto
Pedro Silva, saxofone tenor
Mafalda Oliveira, saxofone barítono
Programa
II. Deylaman
III. Kurmanji Dance
Nuno Lobo – Pantomima (2021) [estreia nacional]
Dmitri Chostakovitch – Duas peças para quarteto de cordas, Adagio – Allegretto (1931)
Thierry Escaich – Le Bal (2003)
Ian Wilson – …so Softly (1992)
O Maat Saxophone Quartet apresenta para o Festival Antena 2 um programa à volta de música "nova". A obra inicial, concebida pelo iraniano Ramin Amin Tafreshi, intitula-se Negarehaye Rangin ("impressões coloridas" em Farsi) e é inspirada em música folclore do Irão, sendo cada um dos andamentos correspondente a uma canção tradicional de uma região do país. A obra do jovem compositor portuense Nuno Lobo é uma estreia nacional. Inspirada na obra Pantomima do icónico guitarrista Carlos Paredes, esta obra encomendada pelo Maat integra o projeto Renascer, à volta do Fado de Coimbra, de Nuno Lobo. Segue-se Chostakovtich no programa com uma obra emblemática, concebida originalmente para quarteto de cordas. O primeiro andamento, Adagio, nasceu de uma ária da ópera Lady Macbeth de Mtsensk, e o Allegretto pertence ao ballet A Era de Ouro op.22, ambas as obras do mesmo compositor e rearranjadas para quarteto de cordas pelo próprio. "Um palco vazio, ainda banhado em luz fraca" são as palavras de Thierry Escaich, referindo-se à sua obra Le Bal. Inspirada no filme Ballando Ballando (1983) do realizador italiano Ettore Scola, trata-se de uma obra densa, onde o compositor revisita vários estilos de dança dos famosos "ballrooms" de Paris, até à década de 1980. Desde a valsa ao disco, passando pelo slow e pelo tango, Escaich retrata estes estilos com o seu próprio cunho. O programa termina com a obra …so Softly ("tão suavemente"), do compositor irlandês Ian Wilson. Depois de alguém se ter referido ao quão suave era o tom da sua voz, Wilson escreveu esta obra em 1992 inspirada na sua própria voz. Trata-se de uma obra espacial, caracterizando-se pela respiração empregue na própria música. Destaca-se ainda o facto de apresentar uma formação do quarteto diferente da habitual (saxofone alto, saxofone tenor, saxofone tenor, saxofone barítono).
4ª feira | 23 Fevereiro
21h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música sinfónica
Orquestra do Norte
Gioacchino Rossini (1792-1868) – Il Barbiere di Siviglia – Abertura
Luís Tinoco (1969) Kokyuu – Concerto para Saxofone Alto
Franz Schubert (1797-1828) – Sinfonia Nº 8 Incompleta
I – Allegro moderato
II – Andante con moto
Em 1822 Schubert compôs a sua Sinfonia em si menor, D. 759 que só veio a ser descoberta após a morte do compositor. Habitualmente conhecida como Incompleta, por só possuir dois andamentos, é uma das sinfonias de referência do início do século XIX. Neste programa, destaca-se a apresentação do Concerto para Saxofone Kokyuu, composto em 2020, com o solista João Pedro Silva e a sonoridade do compositor Luís Tinoco. O concerto inicia-se com a Abertura da Ópera Il Barbiere di Siviglia, composta em 1816 e editada em Paris em 1822, certamente uma das obras mais famosas do compositor Gioacchino Rossini.
5ª feira | 24 Fevereiro
19h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música coral
Cupertinos
Cantus | Eva Braga Simões, Joana Castro, Bárbara Luís
Altus | Gabriela Braga Simões, Maria Bustorff
Tenor | Luís Toscano, André Lacerda
Bassus | Pedro Silva, Nuno Mendes, Pedro Lopes
Luís Toscano, direção musical
Programa
Temática mariana
Filipe de Magalhães (1571-1652) – Magnificat 1º tom
Jean Mouton (1459-1522) – Nesciens Mater a 8
Francisco Garro (1556-1623) – Missa O Quam Pulchra es
Kyrie
Gloria
Sanctus & Benedictus
Agnus Dei
Duarte Lobo (1565-1646) – 4 Responsórios de Natal
Pedro de Cristo (1545/50-1618) – Quae est ista? a 5
Pedro de Cristo (1545/50-1618) – Ave Maria a 8
O programa parte de uma cuidada seleção de obras dos séculos XVI e XVII, presentes nos arquivos portugueses, vinculadas ao Culto de Maria, num balanço entre a sua contemplação e exaltação enquanto Mãe Imaculada de Jesus Cristo e a ambiguidade poética da sua associação ao sensual “Cântico dos Cânticos”. Podem ser destacados os Responsórios de Natal a 4vv de Duarte Lobo – que, após reconstrução pelo Prof. Doutor José Abreu, integram a aclamada e premiada gravação monográfica de 2020 pela editora Hyperion – e a Missa O quam pulchra es, de Francisco Garro, transcrita e editada por elementos dos Cupertinos a partir do impresso original, de 1609, preservado na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra. O alinhamento fica completo com obras de Flipe de Magalhães e Pedro de Cristo, com uma nota para a evocação dos 500 anos sobre o desaparecimento de Jean Mouton, um dos nomes cimeiros da música europeia dos séculos XV e XVI, cuja obra era também conhecida e interpretada em Portugal.
Cupertinos | Nascido no seio da Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão, em 2009, este grupo vocal dedica-se quase em exclusivo à música portuguesa dos séculos XVI e XVII, alicerçada num núcleo de compositores de renome mundial como Duarte Lobo (c.1565-1646), Manuel Cardoso (1566-1650), Filipe de Magalhães (c.1571-1652) ou Pedro de Cristo (c.1550-1618).
5ª feira | 24 Fevereiro
21h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música para banda filarmónica
Bruno Costa, direção musical
Horácio Ferreira, clarinete
Programa
Jorge Salgueiro – Substância Nigra (para banda sinfónica e eletrónica fixa)
Este concerto apresenta obras de compositores portugueses concebidas no século XXI, expondo a riqueza e diversidade da música composta atualmente para banda sinfónica.
O pasodoble, um estilo musical utilizado tanto em touradas como em desfiles militares, serve de mote à obra de Luís Cardoso, Paso Quebrado.
O premiado clarinetista da Banda Musical de Fajões, Horácio Ferreira, interpreta depois a obra que lhe foi dedicada: Variações sobre o Carnaval de Veneza de Luís Carvalho.
O compositor e pianista correpetidor na casa de ópera alemã Komische Oper Berlin, Rui Rodrigues, compôs A Viagem de Balão, obra premiada em 2015 no III Concurso Nacional de Composição para Banda Sinfónica. A peça descreve a fantasia de um menino com sede de aventuras que conhece um senhor, dono de um balão de ar quente. Este leva-o a visitar terras encantadas e pessoas estranhas, num lugar apenas ao alcance da imaginação e dos sonhos.
A mestria de Jorge Salgueiro permite criar uma obra como Substância Nigra, em que a eletrónica dialoga com a banda para descrever uma parte fascinante do cérebro humano. A eletrónica permite ritmos de dança que proporcionam um movimento algo viciante e sensações de prazer, aspetos relacionados com o órgão em causa.
O concerto termina com a obra (também premiada) de Nelson Jesus, Porto de Saudades, a 1ª rapsódia portuguesa do compositor, com todas as características adequadas à conclusão de um concerto, citando lugares icónicos do Porto como o Palácio de Cristal ou os Clérigos, um modo, pois, de enaltecer a cidade onde decorre este festival.
19h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música antiga
Eunice Abranches d’Aguiar, soprano
Raquel Mendes, soprano
Patrícia Silveira, alto
Carlos Meireles, tenor
Sérgio Ramos, baixo
Manuel Vilas, harpa
Hugo Sanches, alaúde, tiorba & direção
Programa
A música de Claudio Monteverdi no despontar da era Moderna
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Toccata 1
Dolcissime legami, a 5 (Il secondo libro de madrigali, 1590)
Non giacinti o narcisi, a 5 (Il secondo libro de madrigali, 1590)
Ohimé, dov’è’l mio bem, a 2 soprani (Concerto. Settimo libro de madrigali, 1619)
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Toccata 2
Interrotte speranze, a 2 tenori (Concerto. Settimo libro de madrigali, 1619)
Cor mio mentre vi miro, a 5 (Il quarto libro de madrigali, 1603)
Voi pur da me partite, a 5 (Il quarto libro de madrigali, 1603)
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Toccata 3
Non son in queste rive, a 5 (Il secondo libro de madrigali, 1590)
Ecco mormorar l’onde, a 5 (Il secondo libro de madrigali, 1590)
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Toccata 4
Chi’o t’ami, a 5 (Il quinto libro de madrigali, 1605)
Zefiro torna e’l bel tempo rimena, a 5 (Il sesto libro de madrigali, 1614)
A dio Florida Bella, a 5 (Il sesto libro de madrigali, 1614)
A transição para a Modernidade caracteriza-se por uma profunda transformação na mundividência europeia. Na base, encontra-se uma primazia sem precedentes atribuída aos sentidos. Até então considerados com desconfiança, estes tornam-se agora a principal via não só de observação do mundo, mas também de acesso à interioridade do homem. Neste novo quadro, a música também ela se transforma, assumindo-se como veículo privilegiado de impacto afetivo. Os madrigais de Claudio Monteverdi são a representação paradigmática desta nova música. Usando como matéria-prima a poesia de autores como Petrarca, Tasso ou Guarini, o compositor preconiza uma nova prática de composição assente “na razão e nos sentidos”. A música, engenhosamente esculpida em torno dos textos poéticos, ilustra e potencia as palavras emprestando-lhes o seu intrínseco e inefável pathos. O objetivo é, nas palavras do próprio Monteverdi, “movere gli affetti”, objetivo esse eloquentemente ilustrado pelas obras apresentadas.
Bando de Surunyo | Ensemble especializado na interpretação de música dos séculos XVI e XVII. O nome é retirado de um vilancico seiscentista português e significa “bando de estorninhos”.
6ª feira | 25 Fevereiro
21h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Jazz
Cotovelo
Catarina Lacerda, voz
Nuno Trocado, guitarra e eletrónica
Tom Ward, flauta, saxofone alto, clarinete baixo
Sérgio Tavares, contrabaixo
Acácio Salero, bateria
Jorge Louraço Figueira, texto
Programa
Sentada no escuro
Que lhes terá acontecido…?
Quando D. João VI regressou a Portugal
Os três pintavam a cara de branco
Estou há mais de meia hora (I)
De que adianta? O rei tem de morrer!…
Lundu
Desejo de subversão
Açúcar não aguentou de ciúme
Estou há mais de meia hora (II)
Como é que eu podia escolher um dos três?
Cotovelo é o relato de dois casos de ciúmes e de discórdia: entre três homens, escravos trazidos do Brasil para Portugal, no séc. XIX, e entre um homem e uma mulher, criados no palácio real. O tema é do passado, mas a forma é do presente. Ou ao contrário. O relato é feito por uma atriz e quatro músicos através de palavras e notas.
Sábado | 26 Fevereiro
15h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Conferência | Ser do Norte: A Identidade de uma Região
Mário Cláudio, escritor
Luís Caetano, moderador
Personalidades que marcam a vida social e cultural do Porto, de toda uma região e também a nível nacional, refletem acerca da identidade do Norte: o peso dos costumes, a influência da história, das ideias e pessoas que povoam um universo dinâmico, rico em paisagens e vivências. A relação com o resto do país, com o mundo e o modo como o olhar sobre si próprios tem evoluído, influenciando a identidade, expressa nomeadamente através das artes e em especial na literatura. Os caminhos que se anteveem no futuro.
Sábado | 26 Fevereiro
19h00 | TNSJ Sala Principal
Maiores 6 anos
Concerto | Música e dança tradicional
Pauliteiros de Miranda
1. Campaniças de Toledo
2. 21 de Maio
3. Repassiado
4. Fado
5. Oufícios
6. Pingacho
7. Vinte e Cinco
8. Castelo
Pauliteiros de Miranda | Grupo de dança original com antecedência na denominada "dança de espadas". Sem certezas quanto à sua categoria, na dança dos Pauliteiros facilmente identificamos elementos guerreiros, religiosos e rituais de dança, apresentando uma contribuição fundamental na divulgação da cultura e tradição das Terras de Miranda. Os Pauliteiros trabalham para que esta tradição seja divulgada pelo mundo, contribuindo para dinamizar atividades, festas e romarias. A preservação desta identidade cultural é uma base sólida para um futuro mais rico.
4ª a 6ª feira | 23 a 25 Fevereiro
17h00 | TNSJ Sala Branca
Maiores 6 anos
Performance | Teatro Sonoro
23 Fev. | Raíz
Texto de Belmiro Ribeiro
24 Fev. | Não disseste que nada muda? O céu muda.
Texto de Bernardo Gavina
25 fev. | Serão para soldados de Portugal
Texto de Flora Miranda
Estas peças radiofónicas, gravadas ao vivo diante de público, revelam três textos originais, peças sem imagens, escritas para serem ouvidas e não vistas: Raíz, de Belmiro Ribeiro; Não disseste que nada muda? O céu muda., de Bernardo Gavina; e Serão para soldados de Portugal, de Flora Miranda. Os textos são partilhados com o público e sonorizados ao vivo por uma pequena trupe de atores e atrizes radiofónicos. A gravação vai para o ar, na Antena 2, no mesmo dia entre as 20h00 e as 21h00.
Interpretação e sonorização ao vivo de:
Bernardo Gavina
Flora Miranda
Isabel Carvalho
Micaela Soares
Vitor Gomes
Belmiro Ribeiro, gravação e pós-produção áudio
Jorge Louraço Figueira, direção
4ª feira a sábado | 23 a 26 Fevereiro
18h30 | TNSJ Foyer do Salão Nobre
Maiores 6 anos
Performance | Palavras de Bolso
As Palavras de Bolso são curtas rubricas diárias transmitidas na Antena 2, com o objetivo de promover a língua portuguesa de um modo simultaneamente divertido e educativo, com recurso ao humor, a efeitos surpresa e a dinâmicas vocais expressivas.
Pode-se aprender, por exemplo, como se faz a chuva e se cria uma tempestade, ou como se evoca uma lareira a crepitar e o bater do coração, uma árvore a tombar ou um rebanho a pastar. Neste festival, a rubrica é apresentada ao vivo, algo informalmente, em forma de pequenos sketches de teatro, destinados primordialmente a um público infanto-juvenil. Os textos são da autoria das intérpretes ou podem ser extraídos e adaptados de obras de literatura portuguesa.
Sábado | 26 Fevereiro | Teatro Carlos Alberto
21h00 | Sala Principal TeCA
Entrada 10 €
Maiores 12 anos
Teatro | Achadiço
Uma tela em fundo vira uma imensa página em branco e é o adereço-chave de que Nuno Cardoso lança mão para construir Achadiço, título-nome que recupera um regionalismo das Beiras, nomeadamente de Canas de Senhorim, de onde é originário.
As entradas pagas podem ser adquiridas na Bilheteira Online – bol.pt.