Programação
1º concerto | 12 Novembro | 18h30
2º concerto | 3 Dezembro
4º concerto | 25 Fevereiro 2021
5º concerto | 4 Março 2021
Programa Mário Laginha
Alexandre Frazão, bateria jazz
Luís Gomes, clarinete / clarinete baixo
Franz Dorsam, fagote
Luís Vieira, trompa
António Quítalo, trompete
Jarrett Buttler, trombone
Taíssa Poliakova, piano
Elizabeth Davis, Richard Buckley, percussão
Ana Pereira, Filipa Serrão, violinos
Joana Cipriano, violeta
Cláudia Serrão, violoncelo
Adriano Aguiar, contrabaixo
Programa
para flautas, oboé, clarinete, clarinete baixo, fagote/contrafagote, trompa, trompete, trombone, percussão 1 e 2, piano, violino 1 e 2, viola, violoncelo, contrabaixo
[Encomenda da Orchestrutópica, estreia a 29 de Maio de 2010 no CCB]
György Ligeti – Six Bagatelles for Wind Quintet (1951 – 53)
para flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote
para flauta, oboé, clarinete, trompa, trompete, trombone, percussões, piano, violinos 1 e 2, viola e violoncelo
[Obra em estreia absoluta, composta para o Festival Criasons III]
De quantas cores se matiza o fado!
Nem sempre o homem ri, nem sempre chora,
Mal com bem, bem com mal é temperado.
Manuel Maria Barbosa Du Bocage
para flauta, oboé, clarinete, clarinete baixo, fagote, trompa, trompete, trombone baixo, percussões, bateria de jazz, piano, violinos 1 e 2, viola, violoncelo e contrabaixo.
A música que será ouvida esta noite, para além de outro tipo de emoções, que espero mais nobres e profundas, também nos poderá levantar essa questão. Em que prateleira a vamos arrumar?
Mário Laginha, 2020
Programa António Victorino D’almeida
Daniel Davis (compositor emergente)
Katharine Rawdon, flauta
Paulo Gaspar, clarinete
Franz Dorsam, fagote
Luís Vieira, trompa
António Quítalo, trompete
Taíssa Poliakova, Madalena Garcia Reis, pianos
Paulo Jorge Ferreira, acordeão
Pedro Silva, bateria
Luís Pacheco Cunha, Maria José Laginha, violinos
Isabel Pimentel, violeta
Carmen Cardeal, harpa
Programa
Apresentação por Achim Benning, Director do BurgTheater de Viena
Encomenda do Burg Theater de Viena
Estreado no Burg Theater, Viena, em 1982 – encenação de Achim Benning
António Victorino d’Almeida (1940) – A relíquia
Adaptação teatral do romance de Eça de Queiroz
Dramaturgia e música original de António Victorino d’Almeida
Encomenda do Burg Theather de Viena
Estreia em Portugal em 2000 (Teatro A Barraca, encenação de Hélder Costa)
Daniel Davis (1990) – Between a Man and a Butterfly (2020)
para violino, violoncelo e piano
Obra em estreia absoluta, composta para o Festival Criasons III
António Victorino d’Almeida (1940) – Georges Feydeau – “La Puce à l’Oreille”, op. 61 (1983)
Encomenda do Burg Theater de Viena
Estreado no Burg Theater, Viena, em 1983 – encenação de Achim Benning
As Suites Teatrais
A música de cena, tanto ou mesmo até mais do que as bandas sonoras cinematográficas, deve reflectir o mais possível a personalidade do dramaturgo, obviamente, a das personagens, mas também a do encenador.
Assim, se O Cerejal tem uma estética musical que se associa claramente, penso eu, a Tchekov e à Rússia do seu tempo, também me parece indiscutível que esta minha partitura se deveu em grande parte aos conceitos do encenador Achim Benning – ao tempo também Director do Burgtheater de Viena.
Nessa encenação, a pequena orquestra de judeus ( que, noutras encenações, se faz apenas ouvir ao longe…) fazia parte da acção, reagindo de acordo com as situações criadas pelas personagens, podendo até «perder a cabeça» e entrar, aqui e acolá, por uma linguagem caótica condizente com acção que se desenrolava no palco.
Já em Feydeau, a partitura de La puce à l’oreille, que também escrevi para o Burgtheater, segue claramente a linha estética do chamado teatro de boulevard, mas não conta nenhuma história paralela. Sobretudo, situa-nos na época, respondendo, de quando em quando, ao humor do texto.
Assim, talvez pudesse ter sido "outro compositor" aquele que escreveu a música de cena para "Uma Donzela para um Gorila", onde as truculências, por vezes surreais, do dramaturgo Arrabal mergulham os espectadores num estranho mundo de absurdos, pincelados aqui e além por inesperadas notas de realismo.
Este mundo de contrastes entre o burlesco e o brutal – ou também o sensual, com laivos de surpreendente candura -, foi-me sugerido pelo brilhante encenador Philippe Fridman, alguém que conseguiu transformar um grupo de jovens estudantes do Liceu Francês de Lisboa numa das melhores companhias teatrais de então.
A ligação do oboé ( também corne inglês) e da flauta à inusitada parceria de um piano e de um cravo, e destes a um naipe de percussionistas que engloba a chamada bateria de jazz, terá sido a minha tentativa de corresponder às truculências de Arrabal.
António Victorino D’Almeida, 2020
António Victorino D’Almeida | Compositor, maestro, pianista, escritor, apresentador e realizador. Estudou com Wladislav Kedra, Dieter Weber, Karl Schiske, Friedrich Cehra, Dieter Kaufman e Prof. Koslik. Como compositor, tem uma vasta produção, desde música para piano e de câmara, à música sinfónica, ao Lied e à opera, que o coloca, sem qualquer dúvida, entre os compositores portugueses com mais obras escritas. Bastantes dessas obras foram executadas ou dirigidas em concerto, tanto pelo próprio compositor como por grandes solistas e músicos de câmara e orquestras como a Sinfónica da RDP de Lisboa, a orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Nova Filarmonia, e Orquestra Metropolitana, a Orquestra Sinfónica de Biena, a Orquestra de câmara da Filarmónica de Viena, a Orquestra da ORF e diversos agrupamentos sinfónicos ou de câmara de Paris. Além disso, compôs mais de duas dezenas de músicas de cena, para os mais diversos teatros, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente o TEP, o TEC, o Teatro Nacional D. Maria II, A Barraca, o Bando, o Teatro da Graça, o teatro da Escola Politécnica, o Burgtheater de Viena, o Schauspielhaus de Zurique, o Kammerspiel de Hamburgo, além de também escrever bandas musicais para várias peças e séries televisivas. É igualmente autor da banda sonora de inúmeros filmes, tanto em Portugal como na Áustria ou nos Estados Unidos. Fora do seu catálogo de compositor, figuram ainda mais de meia centena de canções editadas em vários discos e CDs.
Mário Laginha gravou um único disco a solo, “Canções e Fugas”, mas tem sobretudo partilhado a sua arte com outros músicos e criadores. Desde logo, com Maria João, com quem gravou mais de uma dezena de discos. E também com Pedro Burmester, Bernardo Sassetti, com quem cultivou grande cumplicidade até ao seu inesperado desaparecimento, e com músicos excepcionais como Trilok Gurtu, Gilberto Gil, Lenine, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Howard Johnson, André Mehmari ou Django Bates.
A obra mais recente do Mário Laginha Trio é “Mongrel”, a partir de temas originais de Chopin, e “Iridescente” é a sua última aventura musical com Maria João. Em finais de 2013, Mário Laginha e o seu Novo Trio lançaram “Terra Seca”, um disco que desbrava novos caminhos para o jazz e a música portuguesa.
Em finais de 2015, retomou a colaboração com o pianista Pedro Burmester, com quem tem participado nalguns dos mais importantes Festivais de Música em Portugal e no estrangeiro.
Em Novembro de 2017, conjuntamente com os músicos Julian Arguelles e Helge Norbakken editou em Inglaterra o álbum “SETEMBRO”.
Em 2018 inicia uma longa tourné com Camané, fazendo algumas dezenas de concertos que culminam com a gravação do álbum “Aqui está-se sossegado”, sendo muito aclamado pela crítica e tendo ganho diversos prémios.
Em 2019 continua os concertos em Duo com Pedro Burmester, com Camané e com o seu Trio, com quem acaba de gravar um novo disco, com edição prevista para breve.
Daniel Davis | Estudou composição com Sérgio Azevedo, António Pinho Vargas e Luís Tinoco. Em 2014, a sua obra …from the last breath foi estreada pela Orquestra Gulbenkian sob a direção do maestro Pedro Carneiro. Daniel, foi o jovem compositor residente da Orquestra de Camara de Cascais e Oeiras e o compositor e produtor do teatro musical Baú da Descoberta. Em 2016, foi convidado pela Guildhall School of Music & Drama em Londres para realizar um doutoramento em composição, com os compositores Julian Philips, Richard Baker e Julian Anderson, financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian. Recentemente, foi convidado para fazer parte da comunidade ENOA após ter realizado o Workshop Novas Tecnologias com o compositor Michel van der Aa no Festival d’Aix-en-provence. Daniel, é um dos cinco jovens compositores residentes da London Philarmonic Orchestra para a temporada 2019-2020.
Francisco Fontes | Nasceu na cidade de Braga em 1993 e iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga. Licenciou-se pela Escola Superior de Música de Lisboa e posteriormente estudou na Guildhall School of Music and Drama onde completou o mestrado em composição de ópera.
Ao longo do seu percurso tem explorado diversas formas musicais, tendo dado particular ênfase à ópera e a projetos colaborativos. Do seu catálago destacam-se as óperas de câmara, "The Parrot House", "precisas de falar?" e a ópera juvenil "Theatro – um ensaio geral”. Apesar do seu interesse em colaborações no âmbito da criação de música dramática, Francisco tem dedicado o seu tempo à composição de diferentes tipos de música, desde obras solo a concertos e obras para orquestra sinfónica. A sua música tem sido tocada em Portugal e no estrangeiro em cidades como Braga, Lisboa, Londres e Amesterdão.
Em 2019 venceu a 8ª edição do concurso de composição SPA/Antena 2 com a obra para orquestra sinfónica “Manifesto.”
Colabora nos projetos "FIO – Festival Informal de Ópera” que se vai realizar pela primeira vez no outono de 2021 e "No Man’s Land" – um laboratório/ensemble dedicado à performance de música contemporânea e colaborativa.
Entre 2020 e 2022 será um dos compositores residentes do projeto Traction – Ópera na Prisão, que prevê a composição de uma Ópera de Câmara e uma grande Ópera.