Temporada Gulbenkian Música
12 abril | 19h00
Grande Auditório
da Fundação Calouste Gulbenkian
Ravel & George Benjamin
Bejun Mehta, contratenor
Coro e Orquestra Gulbenkian
Inês Tavares Lopes, maestra do Coro Gulbenkian
Direção de George Benjamin
Programa
Maurice Ravel – Le Tombeau de Couperin
1. Prélude
2. Forlane
3. Menuet
4. Rigaudon
George Benjamin – Dream of the Song
1. The Pen
2. The Multiple Troubles of Man
3. Gazing Through the Night
4. [sem título]
5. The Gazelle
6. My Heart Thinks as the Sun Comes Up
George Benjamin – Concerto para Orquestra
Leoš Janáček – Sinfonietta
1. Allegretto – Allegro maestoso (Fanfarra)
2. Andante – Allegretto (O Castelo, Brno)
3. Moderato (O Mosteiro da Rainha, Brno)
4. Allegretto (A Estrada para o Castelo)
5. Andante con moto (Os Paços do Concelho, Brno)
Aluno de Olivier Messiaen no Conservatório de Paris, George Benjamin cedo começou a cumprir a ambição de um futuro auspicioso como compositor. Aos 20 anos integrara já a programação dos exclusivos e prestigiados BBC Proms, através da apresentação de Ringed by the Flat Horizon; pouco depois, First Light seria dirigida por Simon Rattle, à frente da London Sinfonietta.
Em paralelo, Benjamin foi-se afirmando também como maestro, tendo estreado peças de Rihm ou Ligeti. À frente da Orquestra Gulbenkian, lidera um programa eclético que inclui também importantes obras de Ravel e Janáček.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Alexandra Louro de Almeida, Reinaldo Francisco
George Benjamin | Nascido em 1960, em Londres e começou a compor aos sete anos de idade. Estudou no Conservatório de Paris com Olivier Messiaen e no King’s College, em Cambridge, com Alexander Goehr.
Aos vinte anos, viu a sua obra Ringed by the Flat Horizon ser tocada nos BBC Proms pela Orquestra Sinfónica da BBC, sob a direção de Mark Elder. Dois anos depois, a London Sinfonietta e Simon Rattle estrearam At First Light. Em 2023, George Benjamin dirigiu a estreia mundial de Picture a day like this, no Festival d’Aix-en-Provence, com grande sucesso. Tal como nas suas três óperas anteriores, o libreto é da autoria de Martin Crimp. Into the Little Hill foi encomendada para o Festival d’Automne à Paris de 2006. As obras Written on Skin (2012) e Lessons in Love and Violence (2017), têm sido apresentadas com regularidade em teatros de ópera e salas de concertos por todo o mundo.
Ao longo dos anos, George Benjamin desenvolveu uma estreita relação com a Mahler Chamber Orchestra, que estreou o Concerto para Orquestra, sob a direção do compositor, nos BBC Proms 2021, e interpretou Written on Skin e Picture a day like this.
O compositor e maestro tem também uma forte relação com o Ensemble Modern, com o qual realiza na presente temporada uma digressão de concertos que inclui Londres, Berlim e Amesterdão. Outros compromissos incluem apresentações das suas óperas em concerto, com a Orquestra de Paris e a Sinfónica da Rádio Finlandesa, e novas colaborações com o Concertgebouw de Amesterdão e com a Orquestra de Cleveland.
Desde 2001, George Benjamin é “Henry Purcell Professor of Composition” no King‘s College, em Londres. As suas obras foram publicadas pela Faber Music e gravadas pela Nimbus Records.
Foi condecorado Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres em França e armado cavaleiro nas 2017 Birthday Honours, no Reino Unido. Em 2019 recebeu o Leão de Ouro da Bienal de Veneza e, em 2022, o Grande Prémio artístico da Fondation Simone et Cino Del Duca, do Institut de France. Mais recentemente, foi o 50.º laureado com o Prémio de Música Ernst von Siemens. Já em 2024, foi-lhe atribuído o BBVA Foundation Frontiers of Knowledge Awards for Music and Opera.
Bejun Mehta | O contratenor norte-americano, aclamado pelo Süddeutsche Zeitung como “…indiscutivelmente o melhor contratenor do mundo” e pelo The New York Times como “um dos contratenores mais estimulantes da era moderna”, desenvolve uma brilhante e influente carreira mundial. A sua abordagem técnica do bel canto tem contribuído para mudar e expandir a perspetiva do que é ser um contratenor nos nossos dias.
Ao longo de mais de 25 anos, Bejun Mehta interpretou papéis principais em importantes palcos de ópera, incluindo a Royal Opera House – Covent Garden, o Scala de Milão, as Óperas Estaduais de Berlim, da Baviera (Munique) e de Hamburgo, o Theater an der Wien, o Théâtre Royal de La Monnaie (Bruxelas), a Ópera dos Países Baixos, o Gran Teatre del Liceu de Barcelona, o Teatro Real de Madrid, a Ópera de Zurique, o Théâtre des Champs-Élysées, a Ópera Nacional de Paris, a Metropolitan Opera de Nova Iorque, a Ópera Lírica de Chicago, a Ópera de São Francisco, a Ópera de Los Angeles e os Festivais de Salzburgo, Glyndebourne, Aix-en-Provence, Santa Fe e Viena.
Bejun Mehta apresenta-se também como solista e maestro, tendo dirigido repertório do Barroco e do Classicismo inicial, nomeadamente à frente da Riga Sinfonietta, da Orquestra do Konzerthaus de Berlim, da Orchestra della Svizzera Italiana, da Sinfonieorchester Frankfurt, da Dresdner Philharmonie, da Kammerakademie Potsdam e da Württembergisches Kammerorchester, entre outras.
No verão de 2023, dirigiu a sua primeira ópera, Theodora, no Theater an der Wien, com a orquestra La Folia e o encenador Stefan Herheim.
Bejun Mehta teve a felicidade de ser o destinatário de vários papéis e de novos trabalhos, com destaque para Written on Skin de George Benjamin, considerada como uma das mais importantes novas óperas do séc. XXI. Subsequentemente, Benjamin escreveu para Mehta a cantata Dream of the Song, que foi interpretada com a Orquestra do Royal Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra de Paris e a Sinfónica de Boston, entre outras orquestras. Mehta também esteve na origem do papel de Stefan, em Stilles Meer de Toshio Hosokawa, para a Ópera Estadual de Hamburgo, e estreou I am in need of Music, de Tobias Picker, por ocasião da Gala do 70.º Aniversário de Marilyn Horne, no Carnegie Hall.
Em 2023 foi nomeado Professor de Canto da Universität für Musik und darstellende Kunst Wien, sendo o primeiro contratenor a ocupar o lugar.
Coro Gulbenkian | Fundado em 1964, o Coro Gulbenkian conta presentemente com uma formação sinfónica de cerca de cem cantores, podendo atuar também em grupos vocais mais reduzidos.
Apresenta-se tanto como grupo a cappella como em colaboração com a Orquestra Gulbenkian ou com outros agrupamentos para a interpretação das grandes obras do repertório clássico, romântico ou contemporâneo. Na música do século XX tem apresentado, frequentemente em estreia absoluta, inúmeras obras contemporâneas de compositores portugueses e estrangeiros.
Tem sido igualmente convidado para colaborar com as mais prestigiadas orquestras mundiais, entre as quais a Philharmonia Orchestra de Londres, a Freiburg Barockorchester, a Orquestra do Século XVIII, a Filarmónica de Berlim, a Sinfónica de Baden‑Baden, a Sinfónica de Viena, a Orquestra do Real Concertgebouw de Amesterdão, a Orquestra Nacional de Lyon, a Orquestra de Paris ou a Orquestra Juvenil Gustav Mahler.
Orquestra Gulbenkian | Em 1962 a Fundação Calouste Gulbenkian decidiu estabelecer um agrupamento orquestral permanente. No início constituído apenas por doze elementos, foi originalmente designado por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Ao longo de mais de cinquenta anos de atividade, a Orquestra Gulbenkian (denominação adotada desde 1971) foi sendo progressivamente alargada, contando hoje com um efetivo de sessenta instrumentistas que pode ser pontualmente expandido de acordo com as exigências de cada programa de concerto. Esta constituição permite à Orquestra Gulbenkian interpretar um amplo repertório que se estende do Barroco até à música contemporânea. Obras pertencentes ao repertório corrente das grandes formações sinfónicas tradicionais, nomeadamente a produção orquestral de Haydn, Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou Schumann, podem ser dadas pela Orquestra Gulbenkian em versões mais próximas dos efetivos orquestrais para que foram originalmente concebidas, no que respeita ao equilíbrio da respetiva arquitetura sonora.
Em cada temporada, a Orquestra Gulbenkian realiza uma série regular de concertos no Grande Auditório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito tem tido ocasião de colaborar com alguns dos maiores nomes do mundo da música, nomeadamente maestros e solistas. Atua também com regularidade noutros palcos em diversas localidades do país, cumprindo desta forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez, a Orquestra Gulbenkian foi ampliando gradualmente a sua atividade, tendo até agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.
No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às editoras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx, Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida, desde muito cedo, com diversos prémios internacionais de grande prestígio.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2