Durante os três dias da Web Summit, a grande conferência de tecnologia realizada em Lisboa, a Antena 2 esteve à procura de respostas para a questão:
O que pode a Web Summit trazer para o mundo da música?
A Música na Web Summit
Texto e Fotos
de Andrea Lupi
No 1º dia, Olivier
Robert-Murphy,
responsável pela ponte entre os artistas e as marcas na Universal Music Group,
deu uma conferência intitulada “Judging creativity”, sendo os seus critérios:
Robert-Murphy,
responsável pela ponte entre os artistas e as marcas na Universal Music Group,
deu uma conferência intitulada “Judging creativity”, sendo os seus critérios:
1. Ideia com um propósito
2. As emoções que provoca
3. O impacto que tem
Há
o mito de que a criatividade é um dom, mas para Olivier a criatividade é um
músculo que tem de ser exercitado diariamente. Num mundo de globalização, a
criatividade tem de ser “culturalmente relevante e tem de fazer sentido pelo
mundo fora e numa época de múltiplos ecrãs”. Uma criação deve “começar com um
porquê, o que se pretende fazer, onde se quer chegar”, porque se faz algo e
deve, acima de tudo, proporcionar emoções.
o mito de que a criatividade é um dom, mas para Olivier a criatividade é um
músculo que tem de ser exercitado diariamente. Num mundo de globalização, a
criatividade tem de ser “culturalmente relevante e tem de fazer sentido pelo
mundo fora e numa época de múltiplos ecrãs”. Uma criação deve “começar com um
porquê, o que se pretende fazer, onde se quer chegar”, porque se faz algo e
deve, acima de tudo, proporcionar emoções.
No
2º dia, Imogen
Heap,
artista britânica, subiu ao palco principal. Numa apresentação
feita em tempo recorde, explicou que aplicações como o Spotify pouco
beneficiam a grande maioria dos artistas, que têm dificuldade em chegar ao
público, cuja autoria nem sempre é reconhecida e que recebem pouquíssimo
retorno económico pelo streaming da sua música.
2º dia, Imogen
Heap,
artista britânica, subiu ao palco principal. Numa apresentação
feita em tempo recorde, explicou que aplicações como o Spotify pouco
beneficiam a grande maioria dos artistas, que têm dificuldade em chegar ao
público, cuja autoria nem sempre é reconhecida e que recebem pouquíssimo
retorno económico pelo streaming da sua música.
Contrapropõe
a sua plataforma – My
Celia for Music – e o respectivo Creative Passport, um
sistema que liga artistas e promove “meaningful collaborations” entre “music
makers” de todo o mundo.
a sua plataforma – My
Celia for Music – e o respectivo Creative Passport, um
sistema que liga artistas e promove “meaningful collaborations” entre “music
makers” de todo o mundo.
Quem
são os “music makers”? São músicos, mas também produtores, engenheiros de som e
todos os que produzem e criam música de um modo lato.
são os “music makers”? São músicos, mas também produtores, engenheiros de som e
todos os que produzem e criam música de um modo lato.
Esta
plataforma será lançada oficialmente dia 9 de Dezembro (data do aniversário de
Imogen Heap), em modo beta numa fase inicial. A partir dessa data, quem quiser
experimentar pode inscrever-se e descarregar directamente no site, já que não
haverá (ainda) uma app disponível no Google Play ou App Store.
plataforma será lançada oficialmente dia 9 de Dezembro (data do aniversário de
Imogen Heap), em modo beta numa fase inicial. A partir dessa data, quem quiser
experimentar pode inscrever-se e descarregar directamente no site, já que não
haverá (ainda) uma app disponível no Google Play ou App Store.
Imogen e a sua
pequena equipa estão a meio de uma digressão, #myceliaformusictour, onde vão
dando a conhecer este projecto colaborativo de fins não lucrativos.
pequena equipa estão a meio de uma digressão, #myceliaformusictour, onde vão
dando a conhecer este projecto colaborativo de fins não lucrativos.
O 3º e último dia contou com um palco exclusivamente dedicado às “Mu$ic Not€s“, conferências onde a tecnologia é aliada à indústria da música.
Entre
apresentação de novos produtos da gigante Native Instruments (que
tem grandes promessas para 2019), numa conferência intitulada “Empowering
anyone to make music”, ou propostas de app que permitem capitalizar os fãs que
seguem os artistas nas redes sociais habituais, em “Do musicians make better
entrepreneurs?”, do holandês Sam
Feldt,
criador da rede Fangage,
outras conferências discutiram questões pertinentes.
apresentação de novos produtos da gigante Native Instruments (que
tem grandes promessas para 2019), numa conferência intitulada “Empowering
anyone to make music”, ou propostas de app que permitem capitalizar os fãs que
seguem os artistas nas redes sociais habituais, em “Do musicians make better
entrepreneurs?”, do holandês Sam
Feldt,
criador da rede Fangage,
outras conferências discutiram questões pertinentes.
Nick
Sabine, da plataforma Resident
Advisor,
e B. Traits Brianna Price,
radialista e DJ canadiana, contrapuseram dois pontos de vista distintos para se
“descobrir” música – através de algoritmos ou da curadoria humana em “The future of music discovery“.
Sabine, da plataforma Resident
Advisor,
e B. Traits Brianna Price,
radialista e DJ canadiana, contrapuseram dois pontos de vista distintos para se
“descobrir” música – através de algoritmos ou da curadoria humana em “The future of music discovery“.
Com
milhares de álbuns lançados semanalmente, a hipótese de se fazer uma triagem é
humanamente impossível e os algoritmos têm por isso um papel fundamental na
organização de tanta informação. Mas as propostas feitas através da
inteligência artificial retiram-nos o prazer de descobrirmos por nós próprios
uma canção ou artista…
milhares de álbuns lançados semanalmente, a hipótese de se fazer uma triagem é
humanamente impossível e os algoritmos têm por isso um papel fundamental na
organização de tanta informação. Mas as propostas feitas através da
inteligência artificial retiram-nos o prazer de descobrirmos por nós próprios
uma canção ou artista…
Ainda o relevante papel da rádio e dos radialistas foi
também abordado na conferência disponível
aqui.
também abordado na conferência disponível
aqui.
Destaque
ainda para “Talent can only get you so far”, onde dois modelos radicalmente
distintos apresentaram provas de sucesso: o “self made man” Peter Hollens, que
vive exclusivamente dos vídeos que produz com a participação dos seus fãs, ou o
modelo da super equipa de produção, representada por José Woldring,
relações públicas de DJ internacionais como David Guetta ou Martin Garrix.
ainda para “Talent can only get you so far”, onde dois modelos radicalmente
distintos apresentaram provas de sucesso: o “self made man” Peter Hollens, que
vive exclusivamente dos vídeos que produz com a participação dos seus fãs, ou o
modelo da super equipa de produção, representada por José Woldring,
relações públicas de DJ internacionais como David Guetta ou Martin Garrix.
Na
opinião dos participantes desta conferência, músicos não são forçosamente
artistas, nem vice-versa, e por isso a autenticidade é relativa.
opinião dos participantes desta conferência, músicos não são forçosamente
artistas, nem vice-versa, e por isso a autenticidade é relativa.
Não
há receitas para o sucesso, mas ter uma visão sólida do que se quer expressar e
um bom auto-conhecimento são essenciais, assim como a criatividade, o trabalho
duro, ser-se simpático… e ter um pouco de sorte.
há receitas para o sucesso, mas ter uma visão sólida do que se quer expressar e
um bom auto-conhecimento são essenciais, assim como a criatividade, o trabalho
duro, ser-se simpático… e ter um pouco de sorte.
Apenas duas startups estavam etiquetadas em “Music”: Epicentric, startup suíça, e JNB Music,
empresa espanhola, de Barcelona, que propõe uma jukebox moderna, graças a uma
aplicação disponível para restaurantes e espaços públicos. Por maioria de
votação, os clientes escolhem a música que passa a seguir, a partir de uma
playlist pré-definida.
empresa espanhola, de Barcelona, que propõe uma jukebox moderna, graças a uma
aplicação disponível para restaurantes e espaços públicos. Por maioria de
votação, os clientes escolhem a música que passa a seguir, a partir de uma
playlist pré-definida.