Nos 90 anos da rádio pública um retrato da sua história e do panorama que traduz a atualidade do serviço público de áudio. As vozes, as geografias, os desafios, cruzando 90 anos de história da comunicação.
No Ar
Série documental de Nos 90 anos da Rádio Pública
Sábados 10h00 | 5as feira 17h00 (repetição) (na Antena 2)
De 2 de agosto a 4 de outubro de 2025
Na Antena 1: 2as feira | 10h10
Na RDP Internacional: 2as feira | 13h00
Um programa de iniciativa conjunta das Rádios do grupo RTP: Antena 1, Antena 2, Antena 3, RDP África, RDP Internacional e Direção de Informação
Por Isabel Meira, João Couraceiro, João Paulo Baltazar, Linda Luz, Nuno Galopim, Pedro M. Ribeiro, Raquel Mourão, Rita Colaço e Susana Barros
Documentários sonoros
2 agosto | ep. 1
E no meio disso tudo, a rádio não se calava
Por João Couraceiro
Vitórias, guerras, catástrofes e revoluções. Mas a rádio não ficou quieta. Numa viagem sonora pelo passado da rádio pública, conhecemos 90 anos de história de Portugal e do mundo. Porque antes de a internet nos ligar a todos, a rádio já estava a dizer alguma coisa.
Havia tanques nas ruas. Prédios a cair. Vagas a engolir a terra. Vozes a ecoar de praças e parlamentos. Havia quem gritasse. Quem fugisse. Quem não soubesse no que pensar.
E havia… a rádio. Ligada no canto da cozinha. No carro, em andamento. Ao ouvido, com um botão de volume que nunca se desligava.
Quando mil sóis brilharam no Japão. Quando a guerra acabou. Quando nasceu o dia inicial inteiro e limpo. Quando caiu o Muro. Quando os aviões embateram nas torres. Quando o mundo parou, ou fingiu que parava.
A rádio estava lá.
A dizer.
A repetir.
A traduzir.
Mas sempre… a contar alguma coisa.
Porque, no meio disso tudo… a rádio não se calava. Não se cala.
Neste documentário de João Couraceiro, ouvimos muitas vozes, as vozes de homens e mulheres que fizeram estes 90 anos de rádio pública, as vozes que, no meio de tudo isso, nunca se calaram.
9 agosto | ep. 2
As vozes (históricas) da rádio e as vozes proibidas
Por João Paulo Baltazar
Ao longo da sua história, a rádio foi sempre um poderoso instrumento político para informar (ou manipular) as populações. Antes do advento da televisão, a rádio era o principal meio de comunicação de massas e controlá-la significava ter a capacidade de condicionar um grande número de pessoas – sobretudo em países com elevadas taxas de analfabetismo.
A Emissora Nacional (EN) nasce em pleno Estado Novo e, por isso, não espanta que o regime vigiasse com zelo todas as palavras e até o modo como elas eram ditas. Fernando Pessa será vítima dessa escuta minuciosa depois da sua passagem pela BBC, onde se destacou pelos relatos (e paródias) sobre a Segunda Guerra Mundial.
Ainda na década de 40, Igrejas Caeiro vai também ser afastado da EN, por subscrever a exigência de eleições livres num documento do MUD – Movimento de Unidade Democrática. Mesmo fora da rádio pública, o radialista verá o seu trabalho fortemente condicionado, mas não deixará de dar voz (no RCP – Rádio Clube Português) a quem discorda do modo como o país é governado.
O papel crucial da rádio no 25 de Abril é bem conhecido, mas este período não foi apenas de celebração da liberdade. As várias purgas na comunicação social durante o PREC deixaram marcas profundas.
No documentário sobre as vozes históricas e proibidas da rádio, o jornalista João Paulo Baltazar percorre estes momentos da história da rádio pública, com a ajuda do investigador Nelson Ribeiro, da historiadora Maria Inácia Rezola e do jornalista Eugénio Alves.
16 agosto | ep. 3
Escutar o país profundo
Por Isabel Meira
Dos 308 concelhos do país, mais de um terço não tem uma estação de rádio com notícias locais, segundo o estudo “Desertos de Notícias – Europa 2022”, do Media Trust.Lab da Universidade da Beira Interior. O mapa da rádio pública revela que metade do território nacional não está coberto pela rede de correspondentes e delegações. Mas nem sempre foi assim. Ao longo da sua história, a rádio pública encontrou sempre formas de se aproximar do território.
A onda de nacionalizações que varreu a banca, os seguros e a imprensa diária chegou também à rádio, na sequência do 25 de Novembro de 1975. O Estado aglutinou à Emissora Nacional praticamente todas as estações de rádio do país. Nasceu a Empresa Pública de Radiodifusão e abriram-se as portas da descentralização.
Apareceram os piratas com os seus emissores clandestinos que desafiavam o éter. A luta pela legalização das rádios livres foi um dos momentos históricos que se atravessou no caminho da RDP: redesenhou o mapa radiofónico do país e deu novo fôlego à ideia de proximidade.
A jornalista Isabel Meira abre o baú da rádio à procura de momentos em que o território cabia inteiro e de outros em que o tempo se fragmentava, região a região.
Em Abrantes, bastião das rádios livres, António Colaço, um dos dinamizadores do movimento, partilha memórias da luta pela legalização e faz play no gravador de cassetes que registou o momento em que Ramalho Eanes, então Presidente da República, foi cúmplice dos piratas.
A provedora do Ouvinte da RTP, Ana Isabel Reis, e os investigadores Sílvio Correia Santos e Luís Bonixe refletem sobre passado e presente, lembrando os “desdobramentos” da emissão e a necessidade de “mais país na rádio pública”.
Entre os sons de uma ninhada de bacorinhos com sede, junto à Ribeira de Odeleite, em Castro Marim, no Algarve, e a curiosidade como norte primordial de cada história, o que é, afinal, o “país profundo”?
23 agosto | ep. 4
O teatro e o humor na rádio
Por Pedro M. Ribeiro
30 agosto | ep. 5
A música na rádio
O Centro de Preparação de Artistas, a Orquestra da RDP, a descoberta de novos talentos, da Antena 3 aos jovens músicos
Por Nuno Galopim
6 setembro | ep. 6
A rádio para as comunidades e a rádio em África
Por Susana Barros
13 setembro | ep. 7
Operações regionais, a rádio nas ilhas
Por Linda Luz
20 setembro | ep. 8
A rádio e a tecnologia:
a evolução técnica, o fim da onda curta e onda média, o futuro
Por Rita Colaço
27 setembro | ep. 9
Para além do som
(redes, vídeo, plataformas, a Zig Zag,…)
Por Raquel Mourão Lopes
4 outubro | ep. 10
O nascimento da rádio pública
Por Isabel Meira
[em atualização]