A 18ª edição do mais importante festival de música experimental do País decorre entre os dias 5 e 8 de Outubro, e volta abrir as portas em diferentes espaços do Barreiro, como na ADAO – Associação Desenvolvimento Artes e Ofícios, Biblioteca Municipal do Barreiro,
Centro Comercial Sol-Pôr, Largo 1º de Maio, Gasoline – Associação Cultural e Desportiva, Sala 6 e SIRB "Os Penicheiros", e pela primeira vez, nas históricas e emblemáticas oficinas de reparação de locomotivas da CP.
@ Michael Jackson
Na noite de 6 de outubro merecem destaque os concertos da flautista, compositora, poetisa nova-iorquina
Nicole Mitchell, nome marcante do novo jazz americano deste século, e de
Amirtha Kidambi que se apresenta com o seu quarteto
Elder Ones, formação que cruza o jazz contemporâneo com as influências e raízes indianas da líder.
Este último concerto decorre ao abrigo do projeto europeu
Remaiin, que promove a música experimental europeia com raízes noutras culturas do mundo e do qual a OUT.RA é parceira.
Também ligados a este projeto atuam o britânico
David Toop, numa das suas raras aparições ao vivo, trazendo consigo mais de quatro décadas de carreira enquanto músico, escritor e pensador da música, do som e da escuta nas suas múltiplas vertentes; e também o percussionista australiano
Will Guthrie com o ensemble parisiense
Nist-Nah para prestarem homenagem e construírem novos mundos de som por via do tradicional gamelão da Indonésia.
São os artistas que trazem ao Barreiro músicas ancestrais do mundo, revisitadas com os ouvidos da contemporaneidade.
O cartaz deste ano prosegue com o duo
Cavernancia & Maria da Rocha que une em palco o projeto do barreirense Pedro Roque e a violinista lisboeta, o mistério indie dos britânicos
bar italia – nova banda lançada pela World Music, editora de Dean Blunt -, a pianista e compositora francesa
Eve Risser com uma grande experiência em diversas lides jazzísticas, os portuenses
Sereias que acabam de editar novo e homónimo álbum incendiário, a japonesa
Phew, voz única e intrigante com quatro décadas de trabalho, e
o regresso do italiano
Still, desta vez em colaboração com o ugandês
Ecko Bazz.
@ Sylvain Gripoix
O último dia do OUT.FEST inicia-se na SIRB Os Penicheiros com
Poly Vuduvum, duo das multifacetadas Diana Policarpo e Marta von Calhau, e com o co-fundador da editora Rotten/Fresh
usof. Em programa paralelo na Biblioteca Municipal, tocam as electrónicas do bracarense
Luís Fernandes, a dupla portuense de Inês Tartaruga Água e Xavier Paes em
Dies Lexic, e a norte-americana
Claire Rousay. Noutros espaços marca presença a formação
Má Estrela liderada pelo saxofonista Pedro Alves Sousa em busca dos espectros eletrónicos fora do jazz, e o quarteto
George Silver & Gold, expansão do trabalho solo do barreirense George Silver, a brasileira radicada no Porto
Dibuk, e a artista de origem turca a residir no Porto,
Ece Canlı com obra pensada e valorosa de intuição exploratória.
Ece Canli @ Pelin Kazak
Ao longo dessa noite e madrugada, têm lugar oito concertos entre os quais o do regresso da norte-americana de descendência chinesa e taiwanesa
Audrey Chen, o do britânico
Richard Dawson em colaboração com os finlandeses
Circle, o do rap claustrofóbico do duo norte-americano
Prison Religion, o do pioneiro na criação, disseminação e avanço do footwork,
RP BOO, ou o do tailandês
Pisitakun.
Desde 2004 e anualmente, o
OUT.FEST – Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro tem trazido uma programação que procura refletir o que de mais significativo se faz atualmente na música experimental contemporânea, nas suas mais diversas ramificações – da música improvisada à electrónica abstracta, do free-jazz ao noise, à música clássica contemporânea e às novas e inclassificáveis linguagens que todos os dias nascem e enriquecem um pouco mais o mundo.
A par com a música, convive
todo um excitante universo de experiências e cruzamentos inter-media que
fervilha de novidade, desafiando as regras e as fronteiras clássicas das
diversas formas de expressão artística e humana.
A partir da periferia de
Lisboa, grande centro cultural do país, traça-se um paralelo quase perfeito com
a periferia do "mainstream" artístico, região fértil e laboratório insuspeito
da grande arte dos nossos tempos.
Desde a primeira edição, o OUT.FEST apresentou já mais de 300 concertos em mais de 50 espaços
diferentes do Barreiro, acolhendo músicos de todos os continentes e promovendo
novas colaborações e trabalhos comissariados, dando a conhecer outros universos
sonoros a mais de 2000 espectadores anuais.
@ Pedro Roque
Todo o
Programa e mais
informações em
OUT.FEST.pt.
O OUT.FEST é organizado pela OUT.RA – Associação Cultural, em parceria de programação com a Filho Único, e é financiado pela Direcção-Geral das Artes e Município do Barreiro. A Antena 2 e a Wire são os parceiros media oficiais e os TCB o parceiro mobilidade.