Teatro Sem Fios
23 janeiro | 19h00
28 janeiro | 14h00 (repetição)
August Strindberg | Menina Júlia
Texto de August Strindberg
Tradução de Augusto Sobral
Direção artística de Miguel Maia e Filipe Abreu
Interpretes
João Gaspar como João
Lara Matos como Cristina
Rita Brutt como Menina Júlia
Didascálias por Filipe Abreu
Uma produção Cepa Torta dentro do ciclo Esta Noite Grita-se para a Antena 2.
O Esta noite grita-se é o festim itinerante da palavra lida, da Companhia Cepa Torta, que celebra o texto teatral em todo o seu esplendor e onde, à semelhança de um banquete, se come, se bebe e se degusta a palavra.
Trazemos para o teatro sem fios, Menina Júlia, de August Strindberg, numa tradução de Augusto Sobral, um clássico da dramaturgia mundial, definido pelo próprio autor como um “drama naturalista moderno” ou uma “tragédia naturalista”, e que põe em cena a perigosa aproximação entre Júlia, uma jovem aristocrata filha de um conde e com desejos de libertação do status quo da sua classe, e João, um ambicioso e vivido criado do seu pai. Cristina, cozinheira e noiva de João, completa este triângulo de personagens trágicas, de uma profundidade psicológica marcada pelas questões de classe e de género.
Apesar de, como em muitos textos naturalistas, estarem aparentemente em primeiro plano as paixões e as vontades das personagens, esta é a história da relação impossível não entre duas pessoas, mas entre dois mundos que, mesmo em mudança acelerada, talvez estejam destinados a nunca se poderem encontrar.
Com a direção artística de Miguel Maia e Filipe Abreu, interpretam João Gaspar como João, Lara Matos como Cristina e Rita Brutt como Menina Júlia. As didascálias, indicações do autor que integramos na leitura, ficam a cargo de Filipe Abreu.
+ sobre a peça [Folha de Sala]
August Strindberg (1849-1912) | Dramaturgo, romancista, ensaísta e contista sueco.
É autor, entre outras obras, das peças dramáticas Menina Júlia (Fröken Julie) e O Sonho (Ett drömspel), dos romances O Salão Vermelho (Röda rummet) e Gente de Hemsö (Hemsöborna), e da novela Casados (Giftas).
Figura ao lado de Henrik Ibsen, Søren Kierkegaard e Hans Christian Andersen entre os maiores escritores escandinavos de todos os tempos. É um dos pais do teatro moderno. Os seus trabalhos são classificados como pertencentes aos movimentos literários naturalista e expressionista.
Strindberg é considerado um renovador da literatura e da língua sueca. No romance O Salão Vermelho, ele ultrapassa o estilo declamatório da época, introduzindo a linguagem falada real. O mesmo romance é considerado igualmente o marco temporal do início do Sueco Contemporâneo (Nusvenska).
Frequentou a Universidade de Uppsala, tendo-a abandonado para trabalhar como jornalista e ator, até que ingressou na Biblioteca Real (1874) o que lhe permitiu assegurar o seu futuro económico. As suas primeiras peças teatrais denotam influências de Ibsen e Kierkegaard, e aí transparece uma personalidade amarga e torturada: O Livre Pensador (1869), Hermion (1869), Mestre Olof (1872), A Viagem de Pedro Afortunado (1882) e A Mulher do Cavaleiro Bent (1882).
O fracasso do seu primeiro matrimónio com Siri von Essen deu à sua obra um tom misógino, que está patente em especial nos contos de Esposos (1884) e nos dramas de carácter naturalista Camaradas (1897), O Pai (1887) e Menina Júlia (1888), a sua obra mais importante.
Filipe Abreu | Tem o curso de Interpretação da EPTC (2012). Ingressou no curso de Atores da ESTC, que trocou pelo curso de Produção de Teatro, no qual se licenciou em 2017. Trabalhou com encenadores como Carlos Avilez, Teresa Côrte-Real, Pedro Caeiro, Bruno Bravo, Leonardo Garibaldi, Gonçalo Amorim, Luís Guenel e Francisco Medina, Luís Moreira, Miguel Maia e Pedro Saavedra. No cinema participou em obras de João Pedro Rodrigues, da dupla André Santos e Marco Leão, de Miguel Clara Vasconcelos, de Matilde Calado e de Henrique Prudêncio. Desde Março de 2017 codirige com Miguel Maia o Festim de leituras de peças de teatro chamado Esta noite grita-se, com a Companhia Cepa Torta. Em 2022 criou e interpretou os espetáculos À Noite no Mercado e A Barca dos Loucos. Foi codiretor artístico do projeto MALACATE, na Mina de S. Domingos, financiado pelos EEA Grants.
Rita Brütt | Estudou no IFICT, na Act, na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, foi aluna da École des Maîtres em 2012. É aluna do mestrado em Artes Cénicas da FCSH. Trabalhou em teatro, em Portugal, com Nuno M. Cardoso, Jorge Silva Melo, Pedro Penim, Luís Moreira, Nuno Carinhas e António Pires, entre outros, mas também com Rafael Spregelburd em Itália. Em televisão, estreou-se em Conta-me Como Foi e desde aí tem vindo a trabalhar para a RTP e TVI. No cinema, trabalhou com Paolo Marinou Blanco, João Constâncio, Paulo Filipe Monteiro, entre outros. Fez a sua primeira criação com Keli Freitas, Katrin Kaasa e Vanda Cerejo em 2019.Em 2023, estreou-se numa ópera de Luís Soldado, Beatriz, a partir da poesia de Charles Bukowski no Festival de Música Erudita do Espírito Santo, no Brasil.
João Gaspar | Nasceu em Almada em 1994. Licenciado em Teatro/Atores pela ESTC. Em Teatro foi dirigido por Maria Duarte, Miguel Mateus, Martim Pedroso, Miguel Maia, Miguel Loureiro, Fernando Casaca, Rodrigo Aleixo, Afonso Molinar, Rui Neto, Elmano Sancho e Carlos Avilez. Em 2019 integrou o elenco dos espetáculos Boudoir (Martim Pedroso & Nova Companhia), coprotagonizou O Beijo de Judas (Carlos Avilez, TEC), e ainda o espetáculo Sobreviventes (Carlos Avilez, TEC). Integrou o espetáculo Bruscamente no Verão Passado e também Hamlet, ambas encenações de Carlos Avilez. Foi um dos atores selecionados para a École des Maîtres 2019, com direção de Angélica Liddel. Nomeações: Melhor Actor em Teatro (O Beijo de Judas, enc. Carlos Avilez), Prémio Autores 2020.
Lara Matos | Nasceu em 1995 em Lisboa. Licenciou-se em teatro como intérprete na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), local onde terminou também o mestrado em teatro, com especialização em produção, frequentou também a Escuela Superior de Arte Dramático em Madrid no ramo de Teatro Físico. Para além dos estudos em teatro, investiu na sua formação em Dança e em Canto lírico pela Escola de Música do Conservatório Nacional. Ao terminar os estudos criou uma estrutura artística, a Sui Generis, onde tem desenvolvido o seu trabalho como produtora, atriz e criadora. Está atualmente a colaborar com a Câmara Municipal de Sesimbra no desenvolvimento cultural do território. Como atriz e intérprete já trabalhou em projetos com João Brites, Jorge Silva Melo, Ana Palma, Carlos J. Pessoa, Wagner Borges, Miguel Jesus, Tiago Rodrigues, Miguel Fragata, Bruno Bravo, João Cachola, Miguel Simões, Suzana Branco, Joaquim Benite, Ana Paula Russo, Miguel Maia, Filipe Abreu, entre outros, e em estruturas tais como: Companhia de teatro Sui Generis, Crianças Loucas, Teatro Nacional D. Maria II, Teatro O Bando, Teatro Municipal Joaquim Benite, Centro Cultural de Belém, Artistas Unidos, Teatro da Garagem, AM live produções, Arte de encantar, Companhia Cepa Torta, entre outras. Vê-se sobretudo como criadora com interesse em práticas artísticas performativas multidisciplinares.
Ficha Técnica Esta noite grita-se
Direção Artística: Filipe Abreu e Miguel Maia
Coordenação de Produção: Inês Achando
Produção Executiva: Beatriz Sousa
Comunicação: Sónia Godinho
Assessoria de Imprensa: Mafalda Simões
Fotografia: Sónia Godinho
Design Gráfico: Edoardo Trave
Vídeo: Mário Jerónimo Negrão
Registo audiovisual: James Newitt
Estrutura financiada pelo Ministério da Cultura – Governo de Portugal /Direção-Geral das Artes
Apoios: Câmara Municipal de Lisboa, Bibliotecas de Lisboa, Museu da Marioneta, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro das Figuras
Parceiros: Douda Correria, Escola Superior de Teatro e Cinema
Parceiro Media: Antena 2
Fotos @ Sónia Godinho