A Antena 2 estreia no início de Julho uma nova série do programa Caleidoscópio, intitulada Grandes Compositores Negros, da autoria de Jorge Fonseca de Almeida. Até 27 de Setembro.
Domingos 22h00 | 4ª feiras 13h00 | Sábados 5h00
Grandes Compositores Negros
Grandes Compositores Negros propõe-se levar até si uma seleção criteriosa e cuidada do que de melhor produziram nos últimos três séculos Compositores Negros de todo o mundo. Ao longo do nosso programa abordaremos a música produzida pelos maiores compositores Negros desde o período Barroco até à Música Contemporânea.
A música erudita é, muitas vezes, apresentada como o campo exclusivo de compositores masculinos europeus. E, no entanto, toda uma magnífica plêiade de compositores negros e compositoras negras, produziu, desde o século XVIII, um grande acervo de peças nos mais variados formatos e estilos, de sinfonias a quartetos de cordas, de música coral barroca a música concreta, que merece ser conhecido do grande público. Resgatar a sua memória e a sua música é, também, embora muito modestamente, contribuir para o fim da violência e da desigualdade racial.
Mulheres negras como Florance Beatrice Price (1887-1953) compuseram a sua música muito antes da primeira compositora portuguesa ter nascido e muitas outras, de variadas geografias, deixaram o seu cunho pessoal inapagável na História da Música Erudita.
Os primeiros compositores negros barrocos surgem no Brasil do período colonial mas rapidamente se libertam da tutela da Igreja Católica e do cânone barroco para enveredar por novos estilos e métricas.
Mesmo a extrema violência da escravização não impediu o talento musical dos compositores negros de se expressar em obras de grande beleza e de profundo sentimento. Compositores como Newport Gardner, Thomas Wiggins e outros viveram a totalidade ou parte das suas vidas escravizados por ignóbeis esclavagistas. Muitos outros foram descendentes de pais ou avós escravizados, carregando a memória direta desse período terrível da História da Humanidade. Período que não deve ser apagado, esquecido, ou sequer normalizado como se tal crime fosse fruto da época e não realização dos homens que a habitaram. A música reflete essa dor e esse passado. Mas também celebra o espírito humano, com todos os seus sentimentos (“sabi e margose”), a libertação e as conquistas obtidas ao longo dos séculos.
Prog. 1 | 5 Julho
Pioneiros do Barroco
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Prog. 2 | 12 Julho
Ignatius Sanch e o Cavaleiro de São Jorge
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Prog. 3 | 19 Julho
Dois génios na América: Lobo de Mesquita e Newport Gardner
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Prog. 4 | 26 Julho
O Compositor da Corte Portuguesa: José Maurício Nunes Garcia
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Retrato do Padre José Maurício Nunes Garcia (detalhe)
Prog. 5 | 2 Agosto
Séculos XVIII e XIX
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Prog. 6 | 9 Agosto
O genial Edmund Dédé
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Prog. 7 | 16 Agosto
Thomas Wiggins: escravizado e explorado
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Prog. 8 | 23 Agosto
Século XIX: a Libertação
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Prog. 9 | 30 Agosto
Florence Beatrice Price
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Prog. 10 | 6 Setembro
As mulheres compositoras I
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Prog. 11 | 13 Setembro
As mulheres compositoras II
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Prog. 12 | 20 Setembro
Fim de século
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Prog. 13 | 27 Setembro
O Século XXI
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Jorge Fonseca de Almeida | Economista, MBA. Carreira como Diretor de Marketing na Banca em Portugal, Holanda e Polónia. Autor de vários livros entre os quais Marketing Bancário, Capital Social, As Elites de Portugal e inúmeros artigos científicos nas áreas da economia e da sociologia. Na rádio estreou-se com o programa Grande Música da Polónia. Escreve regularmente no Jornal de Negócios e noutras publicações económicas.
Membro da Direção (tesoureiro) da Associação Portuguesa de Prospetiva (APP) e do Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM). Membro do Conselho Consultivo do Observatório do Mundo Islâmico. Membro e participante do Observatório de Economia e Gestão de Fraude (Obegef).
Dinamiza o Clube de Leitura da APOIO e mantém coluna de crítica e difusão literária em jornais regionais, nomeadamente na A Voz de Trás os Montes.
Ativista antirracista.