10 Agosto | 21h00
Grande Auditório
Realização e Apresentação: Reinaldo Francisco
Produção: Pedro Ramos
Gravação pela Radiodifusão Berlim-Brandenburgo
no Konzerthaus, em Berlim,
a 6 de Setembro de 2019
Valeriy Sokolov
Valeriy Sokolov
Programa
Arthur Honegger – Pacífico 231 – Movimento Sinfónico nº 1
Béla Bartók – Quatro peças para orquestra
– Concerto para violino e orquestra nº 1
Claude Debussy – La Mer
Hector Berlioz comparou a orquestra com máquinas capazes de inteligência e com necessidade de direção. Arthur Honegger transforma isso na sugestão de uma máquina. Ele professava ter planeado experiências puramente musicais no seu Movimento Sinfónico, ensaios rítmicos, aceleração, reversões de batimentos básicos e movimentos percebidos. Mas tudo isso foi adaptado para a crescente pathos do culto da máquina, essa mistura de Futurismo e Nova Objetividade. Há paralelismos no facto de uma curta-metragem ter sido produzida com o Pacific 231: em 1930, Fedor Ozep coreografou a ação motora de uma locomotiva com a música de Karol Rathaus, na sequência de abertura do seu filme Os Irmãos Karamazov; em 1923, Honegger compõe a música para o filme de Abel Gance La Roue, na qual a ferrovia desempenha um papel central, e que é um esboço de Pacífico, escrito nesse mesmo ano.
A resposta a essa exploração do mundo das máquinas é um olhar para os movimentos da natureza como um condutor da imaginação musical e do poder criativo. Com a sua composição La Mer, Claude Debussy liberta-se dos conceitos de forma material: a forma é um processo, assim como a natureza é um processo. O jovem Bartók aproveita desse espírito de novos caminhos, que percebiam o som como força motriz da música, em novas composições que o libertariam de Brahms, de Strauss e de outros alemães. Debussy não mais designa as suas quatro peças de orquestra como sinfonia, apesar de, juntas, constituirem. O seu primeiro concerto para violino, escrito para a sua grande paixão â época, torna-se um retrato das suas próprias emoções que inclui uma enorme gama de movimentos pendulares – música que evoca Transparência por Francis Picabia.
Mais sobre o concerto, aqui.