Temporada de Concertos Antena 2
Ciclo PortugalSom
em parceria com a Direção Geral das Artes e a ESML
20 maio | 19h00
Auditório Vianna da Motta da
Escola Superior de Música de Lisboa | PortugalSom
Entrada gratuita
Inérzio Macome & João Paulo Santos | Quarteto Vigurus
Inérzio Macome, violoncelo
João Paulo Santos, piano
Quarteto Vigurus
Rodrigo Teófilo, violino
Catarina Baptista, violino
Eva Grancho, viola d’arco
Teresa Martins, violoncelo
Inérzio Macome & João Paulo Santos
Programa
Luís de Freitas Branco (1890-1955) – Sonata para violoncelo e piano
I. Moderado
II. Muito Vivo
III. Muito Moderado
IV. Muito Vivo
Quarteto Vigurus
Programa
Luís de Freitas Branco (1890-1955) – Quarteto de Cordas
I – Moderato
II – Vivo
III – Lento
IV – Animato
Notas ao programa
A Sonata para Violoncelo e Piano de Luís de Freitas Branco é uma obra notável do compositor português do século XX. Composta em 1913, reflete a influência do impressionismo francês e do nacionalismo português. A peça é conhecida pela sua riqueza melódica, harmonias expressivas e uso habilidoso dos dois instrumentos para criar texturas emocionantes e variadas. É uma obra significativa no repertório de música de câmara portuguesa e uma peça desafiadora para os músicos executantes.
Composta por 4 movimentos, o primeiro apresenta temas contrastantes e desenvolvimento elaborado, mostrando a habilidade do compositor em criar tensão e drama. O segundo movimento traz uma energia renovada à sonata, com passagens virtuosísticas para ambos instrumentos. Geralmente é marcado por ritmos rápidos e motivos dinâmicos, criando uma sensação de impulso e movimento constante. O terceiro é frequentemente caracterizado por uma atmosfera mais lírica e contemplativa. Aqui, os temas melódicos são explorados com delicadeza, proporcionando momentos de reflexão e expressão emocional. O quarto movimento, quando presente, tende a trazer uma conclusão enérgica e emocionante para a sonata. É caracterizado por passagens virtuosísticas e tempestuosas, com momentos de destaque para ambos os instrumentos antes de chegar a uma conclusão poderosa.
A sonata é uma peça importante no desenvolvimento da música de câmara em Portugal e destaca-se pelo seu estilo romântico e expressivo, enriquecido pela sensibilidade nacionalista do compositor.
Paris, 1911. É nesta cidade imersa em cultura que o português Luís de Freitas Branco, então com 20 anos de idade, escreve o seu Quarteto de Cordas – uma obra denotada pelos impressionismo e simbolismo, com uma vertente moderna associada a Debussy.
A riqueza musical francesa de Debussy e Ravel influencia muito Freitas Branco nesta obra, mas este decide ir mais longe e compor uma obra mais expressionista do que aquelas que se ouviam no início do século XX.
A ousadia de Freitas Branco pode ainda comprovar-se pela forma desta obra, uma vez que apresenta uma estrutura quase única: um primeiro andamento rápido e curto, um scherzo como segundo andamento – tal como já era esperado na altura -, um terceiro andamento muito lento e mais longo do que a soma dos dois anteriores e, para concluir, um quarto andamento animado que dura quase tanto como todos os anteriores juntos.
Ao longo desta obra, é possível ver muitos materiais musicais que passam de um andamento para outro, contendo num andamento os outros todos e vice-versa – resultando numa sensação cíclica inigualável.
O Quarteto de Cordas de Luiz de Freitas Branco resume duas décadas de tradição musical francesa, cruzando diversas formas clássicas sem encarnar nenhuma, deixando apenas visível uma mistura de silhuetas e contornos.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Zulmira Holstein
Inérzio José Macome | Nascido em 2001, na província de Maputo, iniciou seus estudos musicais em 2016, no projeto Xiquitsi, onde teve o primeiro contacto com o violoncelo sob a orientação de Kristine Hirvonen, Juan Rivas, Maria Quevedo e Peter Martens.
Enquanto aluno no projeto Xiquitsi, participou em 2018 no Festival de Música de Primavera em Viseu e no Festival Internacional de Música de Câmara de Stellenbosch na Cidade do Cabo, recebendo orientação de músicos renomados como Boris Brovtzyn, David Cohen, Gareth Lubbe, Nicolas Dautricourt e Peter Martens. No mesmo ano, iniciou sua jornada de ensino como monitor, e obteve uma menção honrosa como o segundo melhor aluno no projeto Xiquitsi.
Em 2019, foi convidado a tocar como solista nas Quatro Estações de António Vivaldi para violino, no âmbito da primeira série de concertos da temporada de música clássica em Maputo. No mesmo ano, conquistou o primeiro lugar no Prémio de melhor aluno do ano no projeto Xiquitsi.
Em 2020, participou do Festival de Música de Santa Catarina, no Brasil, e venceu o concurso para atribuição de bolsas de estudo no âmbito do projeto ProCultura, financiado pela União Europeia, co-financiado pela Fundação Calouste Gulbenkian e gerido pelo Instituto Camões.
Desde então, Inérzio tem estado ativamente envolvido em vários projetos, incluindo música eletroacústica, master classes, festivais, concertos de música de câmara com o Quarteto Tágide, e estágios de orquestra.
Em agosto de 2023, Inérzio foi músico residente em Seia, onde estreou a peça Barro Branco, escrita para violoncelo e eletrónica pelo compositor português Luís Salgueiro. Além disso, Inérzio teve a oportunidade de tocar como reforço tanto na Orquestra Municipal de Sintra, quanto na prestigiada Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Atualmente, está a frequentar o último ano de licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa, estudando sob a orientação de Levon Mouradian, e Irene Lima em Música de Câmara.
Rodrigo Teófilo | Nasceu em 2003, sendo natural do Fundão. Iniciou os estudos musicais em 2013, em trompa, mas logo depois elegeu o violino como instrumento predileto – na Academia de Música e Dança do Fundão, com Patrícia Carvalho e Dhiego Lima, acabando com 20 valores. Estuda atualmente na Escola Superior de Música de Lisboa, com Ana Beatriz Manzanilla e música de câmara com Irene Lima.
Já colaborou com várias orquestras e ensembles como a Orquestra Sem Fronteiras, Orquestra Sinfónica de Thomar, Orquestra do Algarve, Camerata Atlântica, Orquestra Estágio Gulbenkian, Orquestra de Câmara Portuguesa, Sinfonietta de Castelo Branco, Jovem Orquestra Portuguesa, Orquestra Académica Filarmónica Portuguesa, Orquestra Sinfónica Juvenil e outras. Foi também aqui que começou a ter contacto com maestros como, entre muitos, Joana Carneiro, Diogo Costa, Martim Sousa Tavares, Pedro Carneiro, Jean-Marc Burfin, Bruno Martins, Pablo Urbina, Constança Simas, José Eduardo Gomes, Cristopher Bochmann, Vasco Pearce de Azevedo.
Na mira de se aperfeiçoar a solo e em música de câmara, teve aulas com músicos como Borika van der Booren, Oyvor Volle, Vadim Tsibulevsky, Evandra Gonçalves, Evan Rothstein, Vítor Vieira, Lelio Olart, Andrew Watkinson, Levon Chiligirian, Jenny Spangohe, Augusto Trindade, Roberto Valdez, Afonso Fesch, Meagan Milatz, Mihai Choa e André Gaio Pereira.
Agora com 20 anos, já é de salientar que lhe foi atribuído o 4º lugar no concurso internacional Novelles Etoiles, em Paris, e ficou em 1º lugar nas provas de admissão à Orquestra Sinfónica Juvenil. É membro-fundador do Quarteto Transversal, grupo de música de câmara selecionado para as Residências em Música de Câmara da Orquestra Sem Fronteiras, que, para além dos vários concertos feitos, tocou nos dois Parlamentos Europeus (Bruxelas e Estrasburgo) em 2023, e é também grupo pioneiro no projeto Música no Lugar Certo no IPO de Coimbra, com iniciativa da Orquestra Sem Fronteiras.
É de relevar, ainda, ter sido recentemente convidado para ser professor na Orquestra de Câmara Portuguesa, no projeto Orquestra dos Navegadores.
Foi concertino convidado em diversas ocasiões, como durante 18 concertos com a Orquestra Sem Fronteiras, no projeto Maratonas com Orquestra de Bolso, na Orquestra Oper’arte, na estreia absoluta da ópera O Jardim Secreto, de Rafael Araújo e no concerto da Jovem Orquestra Portuguesa na Konzerthaus de Berlim. Em 2023, foi ainda solista com a Orquestra Sinfónica da ESML, sob direção do maestro José Eduardo Gomes.
Catarina Baptista | Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório Regional de Castelo Branco aos 10 anos na classe de violino de Hadewych Steenbergen. Em 2021 ingressa na Escola Superior de Música de Lisboa onde frequenta atualmente o 3° ano de licenciatura na classe de violino de Tiago Neto e na classe de música de câmara de Irene Lima.
Ao longo do seu percurso teve oportunidade de participar em masterclasses de violino e música de câmara com Ana Beatriz Manzanilla, Augusto Trindade, Qui Van Woerdekom, Levon Chilingirian, Jenny Spanoghe, Øyvor Volle, Tera Shimizu, Andrew Watkinson, Evan Rothstein e Meagan Milatz.
No presente frequenta a classe de música de câmara de Irene Lima com a formação de quarteto de cordas.
Eva Grancho | Iniciou os seus estudos de viola d’arco em 2013 no Conservatório S. José da Guarda, em regime articulado com Olena Sokolovska. Em 2021, concluiu o ensino secundário e o 8º grau, com a nota final de 18 valores. Nesse mesmo ano, ingressou na Escola Superior de Música de Lisboa, onde atualmente frequenta o 3º ano no Curso de Execução, na classe de Pedro Muñoz.
Ao longo do seu percurso académico, teve várias masterclasses com Roberto Valdez, Pedro Muñoz, Ewelina Bielarczyk, Johanna Persson, Evan Rothstein e Mihai Cocea, entre outros.
Desde o ingresso na Escola Superior de Música, teve também a oportunidade de trabalhar em diferentes formações de música de câmara, como quarteto de cordas, quarteto com piano, quarteto com flauta e, trio violino, viola e flauta, estes orientados por Paulo Pacheco e Teresa Rombo. Atualmente, frequenta a classe de Irene Lima, na formação de quarteto de cordas.
Para além dos seus estudos, e desde muito cedo, participa em estágios de orquestras como a Ensemble, e mais recentemente, tem vindo participar em orquestras académicas e profissionais, tal como a Orquestra Sem fronteiras, a Orquestra Filarmônica Portuguesa, a Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Teresa Martins | Iniciou os estudos de violoncelo integrando o projeto Orquestra Geração, aos 8 anos, sob a orientação de Carlos Gradíssimo. Dois anos depois, em 2014, entrou para o 1° grau e regime integrado da Escola Artística de Música do Conservatório Nacional, na classe de Cristina Coelho. Foi nesta escola, em 2021, que veio a concluir os ensinos básico e secundário e o 8°grau de violoncelo, com a nota final de 18 valores. No ano de 2021, após concluir o 8° grau, ingressa na Escola Superior de Música de Lisboa, onde atualmente frequenta o 3° ano de licenciatura em Música, na classe de Levon Mouradian.
Ao longo do seu percurso académico, teve masterclasses com Filipe Quaresma, Marco Pereira, Catherine Strynckx, Jed Barahal, Marco Pereira, Kyril Zlotnikov, Ophélie Gaillard, Irene Lima e Cameron Crozman. Teve também a oportunidade de trabalhar em diferentes formações de música de câmara, sob a orientação de Ana Tomasik, Teresa Rombo e Fernando Fontes. No presente, frequenta a classe de Irene Lima, na formação de quarteto de cordas.
Paralelamente à faculdade, integra a Orquestra Sinfónica Juvenil sendo membro efetivo e bolseira do Banco Carregosa em 2022, da Fundação GDA em 2023 e atualmente da Fundação EDP.
A PortugalSom é, há décadas, guardiã de uma parte fundamental da identidade musical portuguesa, constituindo um espólio sonoro inestimável. A sua missão foi sempre a divulgação da música de compositores e intérpretes portugueses, aproximando-a do grande público. Este Ciclo dá continuidade a essa missão, tornando vivo o património da PortugalSom e dando a conhecer novos intérpretes, novos compositores e novas obras.
Ouça o próximo andamento da PortugalSom.