Teatro Radiofónico
18 junho | 19h00
27 junho | 15h00 (repetição)
Fala-me de ti, Juvenal, de Serena Cacchioli
Intérpretes
Ana Maia e André Gago
Músicas, composição e interpretação
Ana Maia
Sinopse
Fala-me de ti, Juvenal é um diálogo entre duas personagens de duas épocas diferentes. Juvenal, vindo dos anos 30 do século XX, protagonista do livro Eternidade de Ferreira de Castro, é convocado por uma investigadora de Literatura que procura escrever um artigo académico sobre o autor e a sua passagem na ilha da Madeira. O artigo acaba por não ser escrito e dá lugar a uma conversa sobre os temas de Eternidade: o amor, a traição, a lealdade, o abandono, a morte e o renascimento. Passeando pela ilha e tentando esconder a Juvenal as mudanças negativas da modernidade, a investigadora leva-o de volta aos lugares que amou.
O texto é o resultado do projeto premiado pelo concurso de Bolsas de Criação Artística na vertente Escrita promovido pela Câmara Municipal do Funchal em 2023.
Serena Cacchioli | Nasceu em Parma, Itália. É doutorada em Estudos Comparatistas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente dedica-se à tradução literária, à investigação científica (integrando o grupo de pesquisa LaGC – Literature and the Global Contemporary do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura da UCP) e ao ensino e à divulgação da língua e cultura italiana no Centro Dante Lisboa.
Publicou vários artigos e ensaios principalmente sobre a tradução literária em Portugal e em Itália. Publicou o livro de poesia em italiano Contributi per lo studio della gioia e del dolore (ExCogita, 2022) e, em português, o livro de prosa poética Demasiado Estreita Esta Morte (Língua Morta, 2023).
A peça de teatro radiofónico Fala-me de ti, Juvenal foi escrita em 2023 no âmbito da residência de escrita integrada nas «Bolsas de Criação Artística» promovida pela Câmara do Funchal, Madeira.
Ana Maia | Nasceu em Lisboa, em 1991. Formou-se em Medicina e trabalha em Psiquiatria desde 2017, estando a terminar um doutoramento na área das Neurociências. Dá voz a poemas regularmente em recitais de poesia pela cidade de Lisboa e tem participado em diversas iniciativas literárias, como o evento Aqui Vai Livre no Jardim do Príncipe Real ou a Noite da Literatura Ibero-americana no Museu de Lisboa. Tem participado no lançamento de vários livros, incluindo Para que o Fogo Aconteça de Filipe Homem Fonseca (Nova Mymosa, 2022), Oxigénio de Catarina Santiago Costa (Flan de Tal, 2022) e Demasiado Estreita esta Morte de Serena Cacchioli (Língua Morta, 2023). Em 2018 participou no espetáculo Atlas Lisboa de Ana Borralho & João Galante, no Teatro São Luiz.
Paralelamente, estudou piano na Escola de Música Nossa Senhora do Cabo e na Escola JB Jazz, sendo atualmente aluna na Escola de Jazz Luiz Villas-Boas. Foi contralto no Coro da Cidade Universitária de Paris em 2013 dirigido por Italo Marchini, no Coro de Jazz da Universidade Lusíada em 2018 dirigido por Vasco Mendonça e no Coro LARGO em 2018 dirigido por Celina da Piedade, integrando atualmente o Coro de Jazz da Escola de Luiz Villas-Boas dirigido por Margarida Campelo.
André Gago | Estreou-se como actor em 1984. Criou o Teatro Instável em 2004, onde encenou e atuou em A Gargalhada de Yorick, Noite Antiquíssima, Acerca de Música ou Hamlet. A Commedia dell’Arte, descoberta na companhia Meia Preta, e a sua paixão pela máscara levaram-no a estagiar com Ferrucio Soleri, no Piccolo Teatro di Milano. Ensina Técnica da Máscara em inúmeros cursos e workshops. A partir da sua coleção de máscaras portuguesas, tem realizado diversas exposições pelo país.
Adaptou Jorge de Sena e Aquilino Ribeiro para o palco, e traduziu e encenou A Orquestra, de Jean Anouihl, e Hamlet, de William Shakespeare, entre muitas outras adaptações e criações próprias. No S. Luiz, em 2013, adaptou e encenou Os 3 Últimos Dias de Fernando Pessoa, de António Tabucchi.
Com o conto O Circo da Lua, publicado em 2001, recebeu o prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores. Criou em seguida o espectáculo de Novo Circo Lua!, apresentado em Lisboa, no Parque das Nações. Em 2010 publica Rio Homem, finalista do prémio Leya e Prémio PEN Clube Portugal para Primeiro Romance. Colaborou no romance colectivo A Misteriosa Mulher da Ópera.
Criou formações musicais com espetáculos de poesia — Beat Hotel, A Flor do Lácio (editado em CD) e Canções para Poetas, onde apresenta composições suas, e o projeto No Precipício Era o Verbo. Com a soprano Siphiwe McKenzie e o pianista João Paulo Santos criou o recital Flaubert-Colet. Dinamizou as Primas Terças, recitais mensais de poesia, e foi um dos impulsionadores da TEIA19, plataforma online para apresentação de trabalhos durante a pandemia Covid-19. Paralelamente, realiza inúmeros recitais poéticos nos mais variados formatos.
Tem uma vasta experiência como ator em televisão. Atuou de forma mais pontual, no cinema, destacando-se Solo de Violino, de Monique Rutler, e 100 Eyes, de Thijs Bayens. No CCB, foi o narrador de Lélio, de Hector Berlioz e criou o ciclo Jardim de Orfeu. Preparou o guião de Songs for Shakespeare, onde atua ao lado da cantora Maria João. Recentemente, escreveu o libretto para Marandicui, com música de Álvaro Escalona, apresentado nos Teatros Municipais de Vila Real e Bragança, entretanto editado em CD.