Temporada Concertos Antena 2
8 Março | 19h00
Transmissão direta
a partir do Auditório do
André Carvalho | Lost in Translation
André Carvalho, contrabaixo
José Soares, saxofone
André Matos, guitarra
José Soares, saxofone
André Matos, guitarra
Programa
Luftmensch
Kalpa
Mangata
Goya
Alcheringa
Kilig
Wabi Sabi
Uitwaaien
Lost In Translation
Inspirado em palavras intraduzíveis, André Carvalho lançou o seu 4º álbum em Outubro de 2021. Segundo o contrabaixista e compositor, após ter tropeçado no maravilhoso mundo das palavras intraduzíveis, escreveu um novo ciclo de música inspirado em palavras de mais de 10 línguas como o Sueco, Urdu e Wagiman (língua atualmente falada por apenas 2 pessoas no mundo).
Ao referir-se a este novo trabalho, André pretende colocar a seguinte pergunta: “Alguma vez quiseram dizer algo mas não encontraram a palavra certa?”. Segundo André, por vezes a palavra está mesmo na ponta da língua mas, outras vezes, simplesmente não existe uma palavra… Ou, pelo menos, na nossa língua. Carvalho continua, dizendo que, por mais fascinante que a Língua Portuguesa seja, sempre teve dificuldade em expressar certas ideias usando apenas uma palavra. E, mesmo que soubesse todo o léxico, tem a certeza que este problema persistiria.
“Não só queria escrever música inspirada neste universo tão peculiar como também, usar uma instrumentação diferente da que usei nos meus anteriores álbuns. Paralelamente, idealizava um grupo sem bateria, onde o espaço e o respeito pelo silêncio fosse uma constante. E, com vista a perseguir uma sonoridade contemplativa, intimista e ao mesmo tempo crua, algo que imaginava com bastante clarividência, tentei usar elementos colorísticos e texturais, para além dos tradicionais elementos musicais como a melodia, harmonia e ritmo. Com todos estes pressupostos a escolha dos músicos pareceu-me óbvia!”.
Assim, a Carvalho junta-se o saxofonista José Soares e o guitarrista André Matos, músicos com quem tem colaborado intensamente nos últimos anos e que formam, assim, o “core” do grupo. Nalguns dos temas, junta-se ao trio o jovem trompetista João Almeida.
A busca incessante por novas sonoridades tem levado o contrabaixista a explorar algumas áreas musicais tais como o jazz, a música improvisada, a música experimental e a música contemporânea dita erudita. Por isso, não será de estranhar que coabitem no mesmo álbum composições que exploram diferentes sonoridades, tempos, silêncio, espaço, cores, dinâmicas, texturas e ruídos.
Ao falar sobre Lost in Translation, André cita uma icónica frase de Wittgenstein: “os limites da minha língua significam os limites do meu mundo”. André diz realmente acreditar nisto e que, para si, ao aprendermos novas palavras, a nossa consciência se torna mais sensível aos outros, tornamo-nos mais empáticos e o nosso mundo se torna mais rico.
Após os concertos de lançamento (Galeria Zé dos Bois, Casa da Cultura de Setúbal, Casa da Música do Porto, Salão Brazil, Abecedário Festival da Palavra, entre outros), Carvalho apresenta em Março o disco em salas como o Museu Nacional de Arte Antiga (concerto Antena 2), Bilbaina Jazz Club (Bilbao) e Liquidâmbar (Coimbra).
O álbum foi editado pela editora americana Outside in Music e conta com os apoios da Fundação GDA, Antena2, Companhia de Actores e do Teatro Municipal Amélia Rey Colaço. Gravado, misturado e masterizado pelo engenheiro de som Tiago de Sousa com quem Carvalho trabalhou nalguns dos seus discos anteriores, o artwork foi desenvolvido pela designer Margarida Girão. Lost in Translation sucede-se a The Garden of Earthly Delights (Outside in Music, 2019), inspirado no famoso quadro homónimo de Hieronymus Bosch.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Zulmira van Holstein
André Carvalho | Contrabaixista e compositor cujo trabalho foi descrito pela AllAboutJazz como “deste e do outro mundo”. Nate Chinen do The New York Times referiu Carvalho como um contrabaixista “que devem conhecer”.
A residir em Nova Iorque desde 2014, André tocou com nomes importantes do Jazz como Chris Cheek, Will Vinson e Tommy Crane. Os créditos das suas performances vão desde o Colors Jazz Festival (Paris), o Cairo Jazz Festival e o Jazz Festival Ljubliana, a locais como Blue Note (Nova Iorque), Konzerthaus Berlin e Casa da Música (Porto). De entre os muitos prémios que recebeu estão o Prémio Carlos Paredes 2012 (com o seu disco de estreia Hajime) e o Best Group no Bucharest International Jazz Competition 2011. Foi ainda várias vezes vencedor de bolsas da Fundação GDA, nomeadamente para gravar o seu segundo álbum Memória de Amiba e o novo álbum Lost in Translation e também digressões com os seus grupos em 2017 e 2019.
A esfera de ação do seu trabalho estende-se muito além do Jazz. Com Gilberto Gil, vencedor de vários prémios Grammy, André tocou numa digressão pela Europa, apresentando a nova ópera Prelúdio da lenda viva da música brasileira. A colaboração incluiu a Nova Ópera de Lisboa e o grupo de percussão Cortejo Afro, que estreou partes do novo trabalho em locais como o Barbican Center (Londres) e a Finlândia Talo (Helsinque).
Carvalho apresentou-se ainda com maestros como Gustavo Dudamel, Heinrich Schiff e Franz Welser-Möst e colaborou com os fadistas Carlos do Carmo e Cristina Branco. Elogiado pelos media como "um estudo sonoro de contrastes" (NYJazzRecords), o seu terceiro álbum The Garden of Earthly Delights, considerado para os Grammy 2019, saiu pela editora americana Outside in Music. André apresentou-o pela Europa e pelos EUA em locais como o Museu Nacional de Arte Antiga (Lisboa), Blue Note (Nova York), Color Jazz Fest (Paris) e o Centro Andaluz de Arte Contemporânea (Sevilha). A suíte em 11 movimentos, escrita para sexteto, foi inspirada no enigmático tríptico do pintor holandês Hieronymus Bosch – “The Garden of Earthly Delights”.
André é formado pela Manhattan School of Music (mestrado em Jazz performance) e pela Universität für Musik und Darstellend Kunst, Viena (licenciatura em Contrabaixo). André mudou-se para os EUA em 2014 como bolseiro Fulbright. Ao terminar a sua primeira licenciatura em Informática (Faculdade de Ciências de Lisboa), apaixonou-se por música, levando-o a estudar no Hot Club de Portugal e na Academia de Amadores de Música (com Fernando Flores).
Atualmente, André faz parte do corpo docente do Hot Clube de Portugal. Anteriormente, André lecionou Contrabaixo Clássico na Academia de Amadores de Música (Lisboa) e Jazz na ESTAL e Conservatório de Música de Angra do Heroísmo, Mark Murphy Music (New Jersey). Paralelamente, estudou particularmente com Sam Yahel, Ben Street, Ari Hoenig, Matt Brewer e Phil Markowitz.
Atualmente, André faz parte do corpo docente do Hot Clube de Portugal. Anteriormente, André lecionou Contrabaixo Clássico na Academia de Amadores de Música (Lisboa) e Jazz na ESTAL e Conservatório de Música de Angra do Heroísmo, Mark Murphy Music (New Jersey). Paralelamente, estudou particularmente com Sam Yahel, Ben Street, Ari Hoenig, Matt Brewer e Phil Markowitz.
André Matos | Natural de Sintra, começou a tocar guitarra aos 5 anos. Teve como professores Pedro D ́Orey, Fernando Valente, António Sousa e Mário Delgado. Mais tarde frequentou a Escola do Hot Clube de Portugal e a Academia de Amadores de Música. Em 2000, emigrou para Boston, onde completou a licenciatura na Berklee College of Music e mais tarde, um Mestrado no New England Conservatory. Em Boston estudou com Mick Goodrick, Hal Crook, Danilo Perez, George Garzone, Frank Carlberg e Jerry Bergonzi, entre outros.
Matos tem vários álbuns em seu nome: Small Worlds (FSNT, 2005) Rosa-Shock (TOAP, 2008) Quare (INCM, 2010), Lagarto (2012) Múquina (Robalo Records, 2016), Nome de Guerra (Robalo Records, 2017).
Residente em Nova Iorque, E.U.A. desde 2008, tem alicerçado a sua carreira com vários projetos dos quais se destacam de momento o duo com a cantora Sara Serpa com quem gravou Primavera (INCM, 2014) e All The Dreams (Sunnyside Records, 2016), assim como um trio com o saxofonista Tony Malaby e o baterista Billy Mintz. Nos últimos anos tem também colaborado com o grupo do contrabaixista André Carvalho. Tem concretizado o sonho de criança de tocar pelo mundo inteiro, com concertos na Europa assim como Estados Unidos, Austrália, Brasil, Panamá, Uruguay.
José Soares | Inicia os seus estudos musicais na Sociedade Filarmónica Santanense no concelho da Figueira da Foz. Em 2001 ingressa no Conservatório de Música David de Sousa (Figueira da Foz) com o professor José Firme; em 2007 entra para a Escola Profissional de Música de Espinho (EPME) sob a supervisão de Francisco Ferreira, Gilberto Bernardes e Fernando Ramos. Prossegue mais tarde os seus estudos musicais ingressando na Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo (ESMAE), na área de saxofone jazz na classe de Mário Santos, tendo também a oportunidade de trabalhar com professores como Nuno Ferreira, José Pedro Coelho, Abe Rábade, Michael Lauren, Paulo Perfeito, entre outros. Ao longo do seu percurso musical frequentou masterclasses e workshops com diferentes artistas tais como: Dick Oatts, Chris Cheek, Mark Turner, Chris Lightcap, Kendrick Scott, Phil Markowitz, Tony Malaby, Aaron Parks, Danilo Perez, Ralph Alessi, entre outros.
Soares lidera o seu quarteto em Portugal que conta com a presença de Mané Fernandes, Francisco Brito e Marcos Cavaleiro. Os seus outros projetos em Amsterdão contam com a participação de Fuensanta Mendez (México) e Alistair Payne (Escócia) em trio; Harmen Fraanje (Duo), Joris Roelofs, Jort Terwijn e Giacomo Camiletti e Youngwoo Lee em Quinteto. É ainda co-líder do trio Soares| Hong| Mueller.
Além dos seus projetos, é membro integrante de várias formações, em Portugal e no estrangeiro, em diversos estilos musicais com quem tem registado o seu trabalho, como por exemplo: Ensemble Super Moderne, Guy Salamon, Group, Youngwoo Lee Quartet, Pedro, Melo Alves’ Omniae Ensemble, João, Mortágua’ AXES, Mané Fernandes’ The Mantra of the pHat Lotus, Liquid, Identities, Adrian Moncada Sextet, Jeffery Davis Quinteto (For Mad People Only), João Grilo’ HVIT, Eduardo Cardinho Quinteto (Black Hole), Old Mountain, entre outros.
Entre as colaborações especiais de Soares destacam-se as seguintes: vencedor do melhor disco de Jazz Português (Jazz Logical, 2015) com Ensemble Super Moderne; melhor disco de Jazz Português (Jazz.pt 2017) com Pedro Melo Alves’ Omniae Ensemble; melhor disco nacional com João Mortágua’ AXES (JazzLogical, 2017); vencedor do Keep an Eye Records (2018) com Guy Salamon Group (Amsterdão); finalista do Keep an Eye Foundation com Liquid Identities (Amsterdão, 2019).
Em Dezembro de 2019, José apresenta-se em nome próprio (a convite da Associação Porta-Jazz, Porto) ao lado de Harmen Fraanje e Joris Roelofs, dois músicos de renome internacional. Conta ainda a participação enquanto solista convidado (Novembro de 2018) com a Orquestra de Jazz de Matosinhos, com a Orquestra de Jazz de Espinho e Hermeto Pascoal, a Orquestra Clássica de Espinho e a Jazz Orchestra of the Concertgebouw.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2