8º FESTIVAL ANTENA 2
29 janeiro a 1 fevereiro
6ª feira | 31 janeiro | 21h00
Sala Bernardo Sassetti
Teatro São Luiz, Lisboa
Maiores 6 anos
Transmissão direta em antena e em vídeo streaming na RTP Palco
Concerto | Música coral
Voces Cælestes
Sérgio Fontão, direção musical
Programa
Histórias de amor
Cipriano de Rore (c. 1515-1565) – Ancor che col partire
Carlo Gesualdo (c. 1560-1614) – Io pur respiro
Claudio Monteverdi (1567-1643) – Sì, ch’io vorrei morire
John Dowland (1563-1626) – Can she excuse my wrongs
John Farmer (c. 1570 – c. 1601) – Fair Phyllis I saw sitting all alone
John Lennon (1940-1980)/ Paul McCartney (1942) – Can’t buy me love (arr. Keith Abbs)
Pierre Passereau (c. 1490 – c. 1547) – Il est bel et bon
Joseph Haydn (1732-1809) – Die Harmonie in der Ehe
Franz Schubert (1797-1828) – Des Baches Wiegenlied (arr. Carlo Marenco)
Claude Debussy (1862-1918) – Dieu! qu’il l’a fait bon regarder!
Maurice Ravel (1875-1937) – Trois beaux oiseaux du Paradis
Maurice Duruflé (1902-1986) – Notre Père
Gustav Holst (1874-1934) – Come to me
Eric Whitacre (1970) – A boy and a girl
Fernando Lopes-Graça (1906-1994) – Ojos, herido me habéis [das Três líricas castelhanas de Camões]
Cole Porter (1891-1964) – Let’s do it (arr. David Blackwell)
Histórias de Amor
Uma viagem musical e poética do Renascimento aos nossos dias
O grupo vocal Voces Cælestes apresenta uma viagem no tempo que constitui, também, um percurso pela diversidade das histórias de amor.
Em termos cronológicos, a viagem será longa, estendendo-se dos inícios do século XVI ao começo do século XXI. Entre a chanson Il est bel et bon, de Pierre Passereau, e A boy and a girl, de Eric Whitacre, distam, com efeito, quase cinco séculos.
No que se refere às histórias de amor, o nosso périplo leva-nos a paragens consideravelmente distantes: do amor carnal de Sì, ch’io vorrei morire, de Monteverdi, ao amor divino de Notre Père, de Duruflé; do amor platónico de Dieu! qu’il l’a fait bon regarder!, de Debussy, ao amor conjugal de Die Harmonie in der Ehe, de Haydn; do amor não correspondido de Des Baches Wiegenlied, de Schubert, ao amor eterno de Come to me, de Holst, larga, muito larga, é a paleta de cores amorosas que se abre diante dos nossos ouvidos.
Curioso é o facto de, em épocas muito diferentes, as abordagens ao tema apresentarem, por vezes, grandes semelhanças. Compare-se, no programa deste concerto, as visões de Gesualdo e Schubert, Passereau e Haydn ou Holst e Whitacre, para dar apenas alguns exemplos. As sociedades transformam-se, os seres humanos mudam, mas a importância do amor nas nossas vidas mantém-se inalterada.
Como escreveu Jorge Luis Borges, Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti, mas viver sem amor acho impossível.
Voces Cælestes estreou-se em 1997, apresentando desde então um vasto repertório de Machaut a Lopes-Graça, passando por Bach, Händel, Vivaldi, Scarlatti, Mozart, Haydn, Brahms, Mendelssohn, César Franck, Lloyd Webber, entre muitos outros.
A par da divulgação da música antiga portuguesa, as Voces Cælestes têm também dedicado especial atenção à música contemporânea, apresentando-se nas principais salas do país (Centro Cultural de Belém, Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro Municipal de S. Luiz e muitas outras no Porto, Coimbra, Évora, Santarém, etc.).
As Voces Cælestes têm-se apresentado a cappella e em colaboração com formações instrumentais como a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra de Câmara Portuguesa, Os Músicos do Tejo, Camerata Academica Salzburg, Segréis de Lisboa ou Sete Lágrimas, sob a direção de maestros como Pedro Amaral, Martyn Brabbins, Pedro Carneiro, Harry Christophers, Laurence Cummings, Osvaldo Ferreira, Manuel Ivo Cruz, Fernando Miguel Jalôto, Marcos Magalhães, Massimo Mazzeo, Manuel Morais, Pedro Neves, João Paulo Santos, Peter Schreier, Michael Zilm e Sérgio Fontão.
Sérgio Fontão | Um dos mais dinâmicos diretores corais portugueses, concluiu o mestrado em Direção Coral na Escola Superior de Música de Lisboa, após estudos de Canto, Piano, Harpa e Percussão.
É o Diretor Artístico e Maestro Titular do Voces Cælestes, um dos mais aclamados coros portugueses, do qual foi um dos fundadores, em 1997. Colabora também com outros agrupamentos vocais e instrumentais (Coro Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, etc.), como maestro convidado, diretor artístico ou cantor.
Como maestro ou cantor, Sérgio tem-se apresentado em inúmeros países da Europa, da Ásia e das Américas. Gravou para as etiquetas Deutsche Grammophon, Erato, Naxos, Philips e Virgin, entre muitas outras.
Dirige um vasto repertório que se estende da música medieval à criação musical contemporânea. Dirigiu já várias estreias mundiais, incluindo obras de Eurico Carrapatoso, Tiago Derriça e Vito Žuraj.
Como maestro ensaiador, Sérgio tem preparado coros para alguns dos mais reputados maestros a nível mundial, como Leonardo García Alarcón, Harry Christophers, Enrico Onofri e Peter Schreier, entre muitos outros.
Entre 2013 e 2023, lecionou Direção e Coro, no âmbito da Licenciatura em Música na Comunidade, uma parceria entre a Escola Superior de Educação de Lisboa e a Escola Superior de Música de Lisboa. Tem trabalhado também como formador na área da direção coral e como membro de júris de concursos de música coral.