12 Abril | 21h00
ars ad hoc
Horácio Ferreira, clarinete
Diogo Coelho, violino
Francisco Lourenço, viola
Gonçalo Lélis, violoncelo
João Casimiro Almeida, piano
Diana Ferreira, programação
Programa
para flauta, clarinete, violino, violoncelo e piano
João Moreira (2004) – Atropos [2022]
Igor Stravinsky (tr. R. Carvalho) – Trois Mouvements de Pétrouchka [1921]
Transmissão direta
Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís
Notas do programa
Carlos Lopes (1995) | TO_mbeau [2023] (primeira parte)
«TO_mbeau é uma amálgama de dois conceitos, cada qual contribuindo para o imaginário sonoro da obra:
“Tombeau” (derivado do francês – túmulo, sepultura) foi uma forma de composição musical amplamente cultivada nos séculos XVII e XVIII, comemorando a morte de um indivíduo notável. Não prestando homenagem a um defunto em particular, fui mais influenciado pela conotação fúnebre do género e pela ideia de um som que parte das profundezas, como que sepultado.
TO, de Optimização Topológica (“Topology Optimization”), é um processo matemático que visa optimizar a configuração de um material tendo em conta as forças a que será sujeito, excluindo tudo o que é desnecessário e reforçando as áreas sujeitas a tensão. Aqui, imaginei este tipo de processos aplicados ao material musical da obra e tentei aliar o meu interesse pela manipulação de áudio digital à escrita instrumental. TO_mbeau não recorre ao uso de eletrónica, mas as ideias musicais partem de uma reconstrução acústica dos fenómenos digitais da filtragem, corte e mutilação do som.» (C. L.)
Criada por encomenda da Arte no Tempo para o ars ad hoc, com financiamento da Direção Geral das Artes, a obra TO_mbeau tem a sua estreia absoluta no Festival Internacional de Música da Primavera de Viseu em Abril de 2023.
A sua segunda incursão de Franz Schubert na composição para trio de cordas levou-o a reincidir na tonalidade de si bemol maior. Ao contrário do primeiro, de que nos chega um único andamento completo, do segundo, composto em Setembro de 1817, chegam até nós quatro andamentos em duas versões, de que aqui apresentamos a segunda, um pouco mais elaborada e com indicações mais detalhadas de articulação e dinâmica, realizada a partir de um conjunto de partes individuais preparadas e revistas pelo próprio compositor.
O primeiro andamento, "Allegro moderato", assertivo e vivo, apresenta-se em forma sonata, cujo desenvolvimento inclui modulações a tonalidades menores.
Remetendo-nos para um universo mais clássico, o terceiro andamento, "Menuetto. Allegretto", regressa (em que a viola assume, talvez, maior destaque) à tonalidade principal. O trio denota traços do folclore austríaco, que o último andamento "Rondo. Allegretto" há-de recuperar.
João Moreira (2004) | Atropos [2022]
Estreada pelo ars ad hoc, no Auditório de Serralves, em Fevereiro de 2023, Atropos é a primeira obra que João Moreira escreveu para trio de cordas, na sequência da seleção do compositor no âmbito de uma chamada de propostas lançada pela Arte no Tempo.
Trata-se de «uma obra que pretende explorar os limites da perceção através da amplificação de estruturas sonoras complexas e variação na projeção de luz, resultando numa sobrecarga sonora e visual. A peça está dividida em três secções distintas, cada uma constituída por materiais musicais contrastantes. A obra começa com um cânone em três partes, em que o registo agudo dos instrumentos é explorado através de variações na posição, pressão e movimento dos arcos.
A transição entre a primeira e a terceira partes é feita através de um solo de violoncelo, em que as diferentes capacidades e qualidades tímbricas do instrumento são exploradas através da execução de técnicas não convencionais, focando a atenção na relação entre o corpo do instrumentista e o do instrumento. A última secção, a mais complexa em termos sonoros, é composta por elementos de elevada saturação e distorção, onde a individualidade de cada instrumento é destruída, resultando numa única massa sonora com o objetivo de criar uma ligeira sensação de desconforto.» (J. M.)
Por razões meramente práticas, a vertente de iluminação (opcional) não será praticada neste concerto.
Igor Stravinsky (arr. R. Carvalho) | Trois Mouvements de Pétrouchka [1921]
Para sempre associada à obra que Arnold Schönberg compôs em 1912, a formação do “quinteto pierrot”, para a qual tantos compositores da segunda metade do século XX e do século XXI têm escrito, carece de repertório mais antigo. Desde a sua segunda temporada, o ars ad hoc tem investido no repertório para esta versátil formação, interpretando obras de compositores contemporâneos, mas também algumas transcrições. Sendo o flautista do ars ad hoc também um exímio arranjador, foi-lhe encomendada uma transcrição de uma obra maior do repertório ocidental, do russo Igor Stravinsky (1882-1971).
Servindo-se tanto da versão para orquestra como da versão para piano de Trois Mouvements de Pétrouchka que o próprio Stravinsky elaborara a partir da música que compôs para o bailado estreado por Fokine, em 1911, Ricardo Carvalho tomou por base a partitura para piano, tentando preservar na sua transcrição as cores originais e o carácter da versão orquestral. Mesmo conhecendo a obra desde criança, a tarefa de elaborar a transcrição que agora se escuta terá sido menos óbvia do que a escolha da formação instrumental, que desde logo lhe pareceu a mais completa a nível tímbrico, permitindo-lhe fazer a adaptação desta obra orquestral para um grupo de música de câmara.
O primeiro concerto decorreu no Outono de 2018, numa temporada apoiada pela Direção Geral das Artes e o Município de Aveiro, em que pôs em confronto música de grandes clássicos com o trabalho de um dos mais interessantes criadores do nosso tempo, o compositor suíço-austríaco Beat Furrer (Schaffhausen, 1954), com quem o ars ad hoc preparou a estreia nacional do seu quinteto intorno al bianco [2016].
Na atribulada temporada de 2019/20, o ars ad hoc prestou particular atenção à música de Ludwig van Beethoven (1770-1827) e de Luís Antunes Pena (1973), tendo ainda revisitado obras de Beat Furrer e interpretado obras tão extraordinárias como Talea [1982], de Gerard Grisey (1946-1998). Além da sua “temporada regular”, o ars ad hoc marcou ainda presença em alguns festivais, estreando obras encomendadas a compositores portugueses e estrangeiros.
Ainda condicionada pela pandemia de COVID-19, a temporada de 2020/21 trouxe algumas estreias nacionais e absolutas, tendo o ano de 2021 ficado positivamente marcado pelo início da colaboração do agrupamento com a Fundação de Serralves, onde passa a desenvolver as suas residências artísticas, encontrando o ambiente adequado ao desenvolvimento de um trabalho sério de preparação e de apresentação do que tem vindo a desenvolver especificamente no campo da música dos nossos dias – trabalho esse que, de forma mais isolada, apenas vinha a apresentar nas bienais que a Arte no Tempo realiza no Teatro Aveirense. Outras colaborações, como a do Município de Castelo Branco, trazem a público um ars ad hoc com um campo de ação mais abrangente e versátil, combinando a mais recente criação musical com obras incontornáveis do grande repertório clássico e romântico.
Em 2021/22, o ars ad hoc dedicou especial atenção à música de Simon Steen-Andersen (1976), não deixando de fazer estreias absolutas de compositores portugueses e estreias nacionais de compositores como Beat Furrer, Joanna Bailie e Clara Iannotta. Com especial enfoque na música de Helmut Lachnemann (1935), a temporada de 2022/23 conta com mais estreias de compositores portugueses e com a passagem do agrupamento por diferentes festivais.
A possibilidade de desenvolver um trabalho regular na Fundação de Serralves com programas próprios e outros paralelos às exposições, em colaboração com o Serviço de Artes Performativas, foi um importante contributo para redesenhar a estratégia com que pretendemos abraçar o futuro, continuando a levar a grande música a diferentes palcos e a públicos diversos, dando a conhecer o que de melhor se cria nos nossos dias e impulsionando a criação de nova música, em especial junto de compositores mais novos.
Do ars ad hoc fazem parte músicos ainda jovens que, depois de se terem notabilizado em Portugal, complementaram os seus estudos no estrangeiro, como o flautista Ricardo Carvalho (Aveiro, 1999), o clarinetista Horácio Ferreira (Pinheiro de Ázere, 1988), os violinistas Álvaro Pereira (Guimarães, 1986), Diogo Coelho (Porto, 1988), os violetista Ricardo Gaspar (Lisboa, 1991) e Francisco Lourenço (Lisboa, 1997), o violoncelista Gonçalo Lélis (Aveiro, 1995) e o pianista João Casimiro de Almeida (Cabeceiras de Basto, 1994).
Apesar de ter já realizado uma dezena de estreias absolutas e o dobro em estreias nacionais, o ars ad hoc pretende afirmar-se pela qualidade do trabalho que desenvolve, privilegiando a profundidade das suas interpretações em detrimento do número de obras ou compositores tocados, procurando, sempre que possível, desenvolver uma relação de proximidade com os compositores na exploração das obras.
Biografias dos intérpretes
Ricardo Carvalho (Aveiro, 1999) | Iniciou os seus estudos musicais aos 6 anos de idade, ingressando dois anos depois no Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, onde terminou o 8º grau na classe de Ana Maria Ribeiro. Foi laureado em concursos como Gilberta Paiva (2015), na categoria de Música de Câmara – 1º lugar; Concurso Interno do Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian (2015) – 1º lugar (tocando a solo com a Orquestra das Beiras); Prémio Jovens Músicos (2016), na categoria de Música de Câmara – 3º lugar; Concurso Nacional “Paços’ Premium” (2016) – 2º lugar; Concurso Internacional de Instrumentos de Sopro “Terras de La Sallete” (2017) – 1º lugar; Concurso de Interpretação do Estoril (2018) – 3º lugar.
Desde muito cedo, adquiriu um especial interesse pela música orquestral, tendo sido selecionado para a Orquestra de Jovens dos Conservatórios Oficiais de Música (2015 e 2016) e para a Jovem Orquestra Portuguesa (2015), tendo participado nos Dias da Música (2015 e 2016), no Festival de Verão no Kongress Palais Kassel (2015) e no Festival Young Euro Classic, na Konzerthaus Berlin (2015).
Teve oportunidade de colaborar com diversas orquestras e agrupamentos, como Ensemble de Música de Aveiro (EMA), Art’ Orchestra Ensemble, Orquestra e Banda Sinfónica de Jovens de Santa Maria da Feira, Orquestra Filarmonia das Beiras, Orquestra Filarmónica Portuguesa, Orquestra XXI, Orchestre de Chambre de Lyon, Orchestre National de Lyon, Orchestre Symphonique Rhône-Alpes e Orchestre de l’Opéra National de Lyon, sob a direção de maestros como Pedro Andrade, Ernst Schelle, José Eduardo Gomes, Paulo Martins, Pedro Carneiro, Osvaldo Ferreira, Dinis Sousa, Péter Csaba, Eliahu Inbal, Mikko Frank, Juanjo Mena, Fabrice Pierre, Philippe Cambreling, Laurent Pillot e Daniele Rustioni.
Trabalhou com diversos professores e flautistas em várias masterclasses, entre os quais Angelina Rodrigues, Marta Gonçalves, Paulo Barros, Paolo Taballione, Jean-Louis Beaumadier, Michel Bellavance, Sarah Newbold, Rachel Brown, Felix Rengli e Adriana Ferreira.
Concluiu a licenciatura no Conservatoire National Supérieur de Musique et Danse de Lyon, na classe de Julien Beaudiment, Emmanuelle Réville e Giles Cottin, estudando atualmente na Haute École de Musique de Lausanne, com José-Daniel Castellon, Loïc Schneider e Sandra Latour.
Horácio Ferreira (Pinheiro de Ázere, 1988) | Tem-se diferenciado por integrar vários projetos a solo e em música de câmara, sendo um dos mais reconhecidos clarinetistas da sua geração. Foi “Rising Star” da European Concert Hall Organization, aparecendo em concerto nas mais prestigiadas salas de espetáculos, como a Philharmonie de Paris, Concertgebouw (Amsterdão), Barbican (Londres), Musikverein (Viena) ou Elbphilharmonie (Hamburgo).
Jovem Músico do ano em 2014 e primeiro clarinetista a vencer os níveis médio e superior do Prémio Jovens Músicos, conquistou igualmente prémios no Concours Debussy em Paris, no Prague Spring Competition em Praga, no Concurso de Interpretação do Estoril e foi vencedor do Concurso Internacional de Clarinete J. Pakalnis em Vilnius, do concurso La Salette e do Prémio Novos Talentos Ageas. Recebeu a medalha de mérito do Município de Santa Comba Dão e o prémio revelação da revista Anim’Art.
O percurso de Horácio Ferreira tem-no levado a diferentes países na Europa, China, Brasil, EUA, Dubai. Apresentou-se como solista com a Orquestra Gulbenkian, Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, Filarmónica Checa, Orquestra de Câmara de Colónia, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra Estatal de Atenas, Orquestra XXI, Banda Sinfónica de Tenerife, Orquestra de Câmara de Israel e Banda Sinfónica Portuguesa, entre outras.
Diplomado pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo, na classe de António Saiote, foi bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian na Escuela Superior de Musica Reina Sofia, em Madrid, onde estudou com Michel Arrignon, e em Paris, com Nicolas Baldeyrou. Gravou para a RDP/RTP, France Musique, Radio Catalã e Televisão Húngara. Atualmente é doutorando na Universidade de Aveiro, onde também é professor.
Horácio Ferreira é artista da marca Vandoren e, desde 2018, assessor artístico do Festival Internacional de Música de Marvão.
João Casimiro Almeida (Cabeceiras de Basto, 1994) | Vencedor de mais de uma dezena de prémios a nível nacional e internacional– 1ºs Prémios no Concurso de Piano da Póvoa de Varzim, Concurso Paços’Premium, Concurso Internacional do Fundão ou nos Prémios David Russell, em Vigo– conta já com uma vasta experiência musical, apresentando-se regularmente como solista.
Participou também nos programas televisivos como A Grande Valsa (RTP) e Nota Alta (Porto Canal) e concedeu entrevistas a rádios como a TSF e a Antena 2.
Durante o seu percurso teve a oportunidade de trabalhar com diversos pianistas conceituados que contribuíram para o seu enriquecimento pianístico e musical, tais como Guigla Katsarava, Joaquín Soriano, Leon McCawley, Masahi Katayama, Pedro Burmester, Prisca Benoit, Vincent Larderet e William Fong.
Em música de câmara, trabalhou com músicos de renome internacional como António Saiote, Filipe Quaresma, Maria Belooussova, Ryszard Woycicki, Suzanne Van Els e Victor Pereira.
João Casimiro Almeida explora todo o tipo de repertório, de Bach à música dos dias de hoje, tendo estreado a nível nacional diversas obras contemporâneas.
Diplomado em Performance de Piano pela ESMAE (Porto), na classe de Madalena Soveral, completou o Mestrado em Performance no Conservatório Nacional Superior de Música e Dança de Paris, na classe de Michel Dalberto e Claire-Marie Le Guay.
Ao longo da sua formação, foram-lhe atribuídas bolsas de estudo pela Fondation Meyer e pela Fondation Les Amis d’Alain Marinaro.
Ensina na Escola Profissional de Música de Espinho, desde 2018.
Diogo Coelho (Porto, 1988) | Iniciou os seus estudos musicais aos oito anos de idade com Suzanna Lidegran no Conservatório de Música do Porto. Em 1999, foi admitido na Artave (Escola Profissional Artística do Vale do Ave) na classe da mesma pedagoga, concluindo a sua graduação com distinção.
Realizou os seus estudos superiores na ESMAE (Escola Superior de Artes do Espetáculo – Porto) com Radu Ungureanu, terminando a Licenciatura em Instrumento (Violino) com a classificação máxima e o Mestrado em Interpretação Artística com média de dezoito valores.
No ano de 2010, obteve o primeiro prémio no Concurso Helena Sá e Costa, na ESMAE, tendo-se apresentado a solo com a Orquestra Sinfonieta, interpretando o Concerto nº 1 op. 9 de S. Prokofiev, sob a direção do maestro Vytautas Lukocius. Em 2013, ficou classificado em 2º lugar ex-aequo no Concurso Internacional Santa Cecília.
Participou em Masterclasses com Boris Kuniev, Aníbal Lima, Zakhar Bron, Yossi Zivoni, Philippe Aiche, Roman Nodel, Daniel Rowland e Stephan Piccard, em violino, e com os prestigiados quartetos de cordas Prazak, Fine Arts, Pavel Haas, Ardeo e Ébéne.
Enquanto primeiro violino do Quarteto Verazin, apresentou-se no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim de 2010 a 2018; Semanas da Música – Estoril, em 2013 e 2018; Dias da Música – CCB, 2013; a solo, Aurora Chamber Music Festival, sob a direção de Kürt Masur, em 2015.
É membro fundador do ars ad hoc, agrupamento de música de câmara da Arte no Tempo, criado em 2018, que se dedica à interpretação do grande repertório, assim como da mais recente criação musical, com o qual tem feito diversas estreias absolutas e estreias nacionais de compositores de referência como Beat Furrer.
Em 2021, conquistou o lugar de segundo concertino na Orquestra do Norte.
Francisco Lourenço (Lisboa, 1997) | Prix do Conservatoire de Paris em 2022, com a máxima classificação por unanimidade do Júri, mantém uma atividade musical promissora, apresentando-se regularmente em prestigiados festivais tanto a solo como em música de câmara ou orquestra.
Foi primeiro viola na Gustav Mahler Jugendorchester e academista na Orchestre Philharmonique de Radio-France, colaborando regularmente com orquestras como a Orchestre de Paris, Orchestre National de France, Ensemble Intercontemporain, European Union Youth Orchestra, Koninklijk Concertgebouworkest e Staatskapelle Dresden, entre outras.
No plano da música de câmara, tem tocado com músicos como Augustin Dumay, Christoph Poppen, Gary Hoffmann, Michael Barenboim e Svetlin Roussev, entre outros.
De entre os prémios em que foi laureado, destaca-se o 1º prémio de Viola no Prémio Jovens Músicos, o prémio da European Union of Competitions for Youth e o 2º prémio do Prémio de interpretação Frederico de Freitas.
Diplomou-se na Universidade de Aveiro com a classificação máxima, sob a orientação de António Pereira. Posteriormente, prosseguiu a sua formação no Conservatoire National Supérieur de Musique et de Danse de Paris, na classe de David Gaillard e Nicolás Bône, sendo bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian.
É, desde 2021, Artist in Residence na Queen Elisabeth Music Chapel, sob a orientação de Miguel Da Silva.
Gonçalo Lélis (Aveiro, 1995) | Iniciou os seus estudos musicais no Conservatório de Música de Aveiro Calouste Gulbenkian, na classe de Isabel Boiça. Posteriormente, estudou com Natalia Shakhovskaya e Ivan Monighetti, na prestigiada Escuela Superior de Música Reina Sofia. Concluiu a licenciatura em 2017, sob a orientação de Pavel Gomziakov, na Universidade do Minho, em Braga. Frequenta atualmente estudos pós-graduados (Konzertexamen) sob a orientação de Xenia Jankovic, na Hochschule für Musik Detmold (Alemanha), instituição onde obteve a classificação máxima no recital final de mestrado (vertente solista).
Premiado nos concursos Prémio Jovens Músicos (2015, 1º Prémio na Categoria Violoncelo – Nível Superior e Prémio EMCY), Concurso de Cordas Vasco Barbosa (2016, 1º Prémio), Concurso Internacional da Cidade do Fundão (2017, 1º Prémio), Concurso Internacional Agustin Aponte (2018, Espanha, 1º Prémio), apresenta-se regularmente em Portugal, destacando-se os recitais no Centro Cultural de Belém, na Casa da Música ou na Fundação Calouste Gulbenkian e concertos a solo com a Orquestra das Beiras, Orquestra Sinfónica Portuguesa, Orquestra da Fundação Calouste Gulbenkian ou com a Orquestra Clássica da Madeira.
Tocou sob a direção de músicos como András Schiff, Peter Eotvos, Juanjo Mena, Jesús López Cobos, Eldar Nebolsin, Jean-Marc Buffin e Pedro Neves, entre outros.
Entre 2014 e 2019, desenvolveu uma intensiva atividade camerística, sobretudo como violoncelista do Trio Ramales, formado em Madrid, apresentando-se nalgumas das mais importantes salas de concerto em Espanha, incluindo o Auditório Nacional em Madrid e o Palau de la Música em Barcelona.
Foi bolseiro de diversas instituições, como a Fundación Carolina, a Fundación Albéniz e a Fundação Calouste Gulbenkian.
É o violoncelista do ars ad hoc desde 2021.
Os compositores
João Moreira (Lisboa, 2004) | Iniciou os seus estudos musicais aos 16 anos, com o compositor David Miguel, na Academia de Música de Telheiras, onde foi apresentado ao mundo da música contemporânea.
Em 2021, foi um dos 6 vencedores do concurso MATA Jr, o que resultou na estreia de uma obra para Quarteto de Cordas, em Nova Iorque, pelo Bergamot Quartet.
Desde então, participou em Masterclasses com Pierluigi Billone e Luís Naón, teve a oportunidade de discutir a sua música com compositores como Samuel Andreyev, Jaime Reis, João Quinteiro e Alexandra Karastoyanova-Hermentin, entre outros, de trabalhar com músicos de agrupamentos como o PHACE Ensemble, Ensemble DME, Bergamot Quartet, Solem Quartet e Irvine Arditti, e de ter a sua música tocada em 5 países (Portugal, Espanha, Inglaterra, Estados Unidos e Áustria).
Em setembro, mudou-se para Londres, onde iniciou os seus estudos de composição com Helen Grime, na Royal Academy of Music, instituição em que é bolseiro.
Carlos Lopes (Guimarães, 1995) | Compositor e pianista, foi em 2021 Jovem Compositor Residente na Casa da Música, onde teve oportunidade de trabalhar com a Orquestra Sinfónica do Porto, o Remix Ensemble e o Quarteto de Cordas de Matosinhos.
Licenciado em Piano e Composição pela Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto, estudou com Constantin Sandu, Pedro Santos, Dimitris Andrikopoulos e Carlos Azevedo.
Obteve o 2º Prémio no 11º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim com a obra tragoidia, para quarteto de cordas, estreada em julho de 2018. Foi selecionado para participar no workshop ENOA – “Composing for Voices”, onde foi orientado pelo compositor Luís Tinoco. Em julho de 2019, no âmbito deste workshop, foi estreada a sua obra 5 Variações do Desassossego, pela Orquestra Gulbenkian e o barítono Tiago Matos, sob a direção de Pedro Neves.
Participou numa classe de aperfeiçoamento com João Pedro Oliveira no IV Encontro Internacional de Piano Contemporâneo, em dezembro de 2019, onde foi estreada [1n^s], para piano, toy piano e eletrónica. Esteve também presente em palestras e workshops com Harrison Birtwistle, Philippe Manoury e Luís Antunes Pena. Em 2020, a sua obra Clepsydra foi encomendada pelo Prémio Jovens Músicos (Antena 2/RTP), enquanto peça obrigatória da categoria de Violoncelo – nível superior.