Temporada Concertos Antena 2
Recital de piano
Programa
António Fragoso (1897-1918) – Nocturno em Ré bemol maior
R.
Schumann (1810-1856) –
Kreisleriana Op.16
1. Äußerst bewegt
2. Sehr innig und nicht zu rasch
3. Sehr aufgeregt
4. Sehr langsam
5. Sehr lebhaft
6. Sehr langsam
7. Sehr rasch
8. Schnell und spielendS.
Rachmaninoff (1873-1943) –
Sonata p/ piano Nº 2, Op.36
1. Allegro agitato
2. Non allegro—Lento
3. Allegro molto
Na abertura deste recital, o belo Nocturno em Ré bemol maior do genial compositor António Fragoso, prematuramente falecido com 21 anos vítima da gripe pneumónica. Obra composta em 1917, 1º ano antes do seu desaparecimento, o Nocturno testemunha a influência em Fragoso da música francesa de estilo impressionista. Começa com uma bela melodia acompanhada que progressivamente se vai adensando à medida que a textura da música se vai tornando mais tumultuosa culminando no agitato central. Após a tempestade, a melodia inicial regressa como que em jeito de bonança e, progressivamente, a obra desvanece-se num carácter etéreo.
Seguidamente, será interpretada uma das obras de Schumann mais acarinhadas pelo público e das mais queridas pelo compositor: a suite Kreisleriana. Testemunha a predileção do compositor pelo género da miniatura ou peça de carácter, sendo formada por 8 fantasias que se interligam por meio de recursos harmónicos, citações melódicas e técnicas de desenvolvimento. O seu carácter fragmentário bebe inspiração na obra literária de E.T.A. Hoffmann na qual a biografia do maestro Kreisler é intercalada com páginas da biografia do seu gato Murr escrita pelas patas do próprio.
No final deste recital, a Sonata para piano nº 2 de Rachmaninoff, na sua edição de 1931. Composta em 1913, a estreia da obra não foi bem sucedida, razão pela qual Rachmaninoff não voltou a apresentar publicamente a obra. Anos mais tarde, a audição da versão do virtuoso Vladimir Horowitz tocada pelo próprio inspirou o compositor a rever a sua sonata tornando-a mais orgânica e coerente, dispensando passagens de virtuosismo vazio de conteúdo em resposta às críticas recebidas aquando da sua primeira audição. É esta edição de 1931 que será escutada neste recital.
Transmissão direta
Apresentação: Pedro Ramos
Produção: Anabela Luís, Cristina do Carmo
António Oliveira | Iniciou os seus estudos musicais na Academia de Música de Vilar do Paraíso. Obteve o bacharelato na classe de Sofia Lourenço na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo do Porto. Ao abrigo do programa Sócrates/Erasmus, estudou na Hochschule der Kunst de Berlim na classe deLaszlo Simon. Prosseguiu a sua formação na The Hartt School, University of Hartford, Connecticut, EUA, onde obteve o diploma “Master of Music” na classe de Luiz de Moura Castro com vinte valores. Complementou os seus estudos com Helena Sá e Costa, Jaime Mota, Pedro Burmester, Mikail Pethukov, Carla Giudici e Emanuel Ax.
Recebeu uma Menção Honrosa no Concurso Maria Campina e foi finalista do Concurso “Emerson String Quartet Competition”. Regressado a Portugal, ingressa através de provas públicas no Conservatório de Música do Porto onde é professor de piano e coordenador do departamento de teclas.
Foi pianista do Estúdio de Ópera da Casa da Música do Porto. A sua carreira levou-o a Espanha, França, Alemanha, Finlândia, Turquia, Canadá e Estados Unidos da América e apresentou-se em importantes salas e festivais do país como Temporada de Concertos do Conservatório Nacional, Festivais de Outono em Aveiro, Festival Cistermúsica, Festival de Música de Coimbra, Festival Eborae Musica, Festival de Música do Palácio da Bolsa, Encontros de Piano do Porto, Ciclo de Piano de Matosinhos, Centro Cultural de Belém, Casa da Música, Teatros Municipais de Bragança e Rivoli, Centro Cultural de Cascais. Gravou para a RTP e RDP Antena2.
Na temporada de 2022, tocou na Casa-Museu Teixeira Lopes, no Auditório Municipal de Gaia, no Ciclo de Piano de Matosinhos, na Maison du Portugal em Paris, na temporada dos Amigos de Música de São Lourenço e no Teatro Principal de Ourense.
Em 2023 irá apresentar-se no ISEG, no Palácio da Bolsa do Porto, na Biblioteca da Nazaré, em Sesimbra, em Gondomar, na Pocariça, em Coimbra na Chopin Society of Connecticut nos Estados Unidos da América.
Gravou dois CD’s de Música Portuguesa do século XXI com o clarinetista António Rosa. Este duo, Projecto XXI, recebeu o prémio para melhor grupo de música de Câmara do Festival Musiquem Lleida 2007.
É membro fundador do PORTriO com o clarinetista Filipe Pereira e o violetista Hugo Diogo, tendo editado o seu primeiro CD em Outubro de 2013.
Foi jurado do CIMCA 2011 “Concurso Internacional de Música de Câmara “Cidade de Alcobaça””, do Concurso do Conservatório Calouste Gulbenkian Braga 2010 e 2013, do Concurso Internacional de Piano de Santa Cecília 2019 e das Bolsas de Estudo Yamaha 2020.
Orientou Masterclasses de piano no Conservatório de Música de Vila do Conde, na Academia de Música de São João da Madeira, no Ateneu Comercial do Porto, no Festival IKFEM em Tui/Valença e no Instituto Gregoriano de Lisboa.
Estreou e gravou com o soprano Ana Barros as obras Cicuta e Sept Épigrammes de Platon do compositor António Chagas Rosa. A sua discografia inclui três discos a solo: Chopin & Liszt, Ravel & Janacék e Schumann & Rachmaninoff que têm recebido elogios do público e da crítica.
Sobre Chopin & Liszt, Rui Vieira Nery escreveu “Acabo de ouvir com enorme prazer este novo disco de um pianista do Porto, António Oliveira, que não conhecia, todo ele excelente, sobretudo nuns belíssimos Sonetos de Petrarca de Liszt que me fizeram parar de trabalhar e me prenderam a atenção do princípio ao fim. Vi pela biografia que foi aluno de Sofia Lourenço, de Luiz Moura Castro e de Laszlo Simon, e esta boa escola pianística é evidente, com uma sonoridade cheia e redonda, e um legato impressionante no desenho temático. Vale verdadeiramente a pena ouvir.”
Fez a estreia mundial do 1º Concerto para Piano e Orquestra do compositor Telmo Marques. Gravou para a RTP o 2º Concerto para piano e orquestra de S. Rachmaninoff como convidado do programa “Música Maestro” apresentado pelo maestro Rui Massena.
Apresentou-se a solo com a Orquestra Clássica da Madeira, com a Orquestra do Norte, com a Orquestra Sinfónica da ESART e com a Fundação Orquestra Estúdio sob a direção dos Maestros Rui Massena, Sandor Gyudi e Miguel Graça Moura.
É doutorando da Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica Portuguesa no Porto tendo como orientadores Patrícia Oliveira-Silva, Luísa Mota Ribeiro e Gary McPherson, e membro do HNL (Human Neurobehavioral Laboratory) da Universidade Católica. Neste, António Oliveira têm se dedicado à investigação dos preditores de sucesso académico musical, bem como dos correlatos neuronais associados à performance musical.
Foi assessor de programação de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2