Teatro Sem Fios
9 Maio | 19h00
14 maio | 14h00 (repetição)
Gravado no Auditório 2 do
Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa
Produção: Anabela Luís / Artistas Unidos
Foi Assim | Jon Fosse
Tradução
Pedro Porto Fernandes
Intérprete
José Raposo
Direção
António Simão
Sinopse
Um homem no fim da sua vida, um artista, faz um balanço da sua existência, dos seus afetos, da sua condição.
Um exercício individualista ao estilo de Jon Fosse, de escrita rarefeita e com muitas repetições, um ruminar de sentidos e de emoções.
… se é que tenho alguma esperança / sim / em mim é que não tenho / esperança nenhuma / isso é certo
Jon Fosse, Foi Assim
@ Jorge Gonçalves
@ David Levene/Eyevine/4see
Jon Fosse | Um dos mais importantes e celebrados autores vivos. Nasceu em 1959 em Haugesund, no Oeste da Noruega. Fixou-se em Bergen nos anos 80. Escreve em novo Norueguês, língua obrigatória nas escolas mas que só é falada nessa região.
Estreou-se na literatura em 1983, tendo publicado cerca de quinze livros antes de chegar ao teatro: romances, poesia, ensaios, novelas e livros para crianças. O seu primeiro texto para o teatro foi escrito em 1994. As suas peças começaram a circular no final dos anos 90, tendo sido representadas na Noruega e no estrangeiro, dirigidas por encenadores como Gunnel Lindblom, Claude Régy, Jacques Lassale, Thomas Ostermeier, Barbara Frey, Katie Mitchell ou Patrice Chéreau que, em 2011, dirigiu Sonho de Outono e Sou O Vento.
É, atualmente, um dos contemporâneos mais representados na Noruega e no estrangeiro. Foi vencedor dos prémios: Nynorsk (1988 e de novo em 2003); Aschehoug (1997); Dobloug (1999); Norsk Kulturads (2003); Nynorsk Litearture Prize (2003); Breage (2005); Academia Sueca (2007); em 2010, foi-lhe concedido o prestigiado Prémio Ibsen e, em 2011, o Estado Norueguês concedeu-lhe uma residência honorária, Grotto, em Slottsparken em Oslo, perto do Palácio Real.
É autor de E Nunca nos Separarão (1994), O Nome (1995), Vai Vir Alguém (1996), A Criança (1997), Mãe e Criança (1997), O Filho (1997), A Noite Canta os Seus Cantos (1998), Um Dia de Verão (1998), Sonho de Outono (1999), Quando a Luz Baixa e Fica Escuro (1999), Dorme, Meu Menino (1999), Visitas (2000), Inverno (2000), Variações Sobre a Morte (2001), A Rapariga no Sofá (2002), Lilás (2002), Os Cães Mortos (2003), Suzannah (2004)), Sa ka la (2004), Calor (2005), Sono (2005), Rambuku (2006), Sombras (2006), Sou o Vento (2007), Morte em Tebas (2008).
Fosse escreveu vários romances, como Melancolia I e Melancolia II, sobre o pintor norueguês Lars Hertervig; Manhã e Noite, sobre o nascimento de uma criança e o dia da sua morte décadas depois; e Trilogia, em três partes: Vigília, Os Sonhos de Olav, e Fadiga. É a bela e perturbadora história do violinista Asle e sua namorada Alida, pela qual Fosse ganhou o Prémio Literário do Conselho Nórdico, em 2015.
Tem revisto e traduzido para novo norueguês e criado versões de várias peças. O seu trabalho mais longo é Septologia. Sete partes publicadas em três volumes: The Other Name, I Is Another, and A New Name. É uma magnífica narrativa sobre a natureza da arte e de Deus, alcoolismo, amizade, amor e a passagem do tempo, que recebeu excelentes críticas na Noruega e no estrangeiro, sendo considerado para vários prémios, como o International Booker Prize em 2020 (The Other Name), The Booker International em 2022, The National Book Award 2022 e o Editors’ Choice do New York Times (A New Name).
Jon Fosse esteve em Portugal em Março de 2000, aquando da estreia de Vai Vir Alguém n’A Capital, com encenação de Solveig Norlung e interpretação de Diogo Dória, Isabel Muñoz Cardoso e Paulo Claro. Voltou a 11 de Março de 2001 para assistir a Sonho de Outono, com encenação de Solveig Norlung e interpretação de Gracinda Nave, Marco Delgado, Camacho Costa, Lucinda Loureiro e Sylvie Rocha.
A Noite Canta os Seus Cantos estreou em Portugal a 26 de Fevereiro de 2004, no Teatro Taborda, com encenação de João Fiadeiro e interpretação de Américo Silva, António Simão, Isabel Muñoz Cardoso, Joana Bárcia e António Évora numa produção Artistas Unidos / Re.Al.
A 17 de Fevereiro de 2005, os Artistas Unidos estrearam Inverno no Teatro Taborda, com encenação de Jorge Silva Melo e interpretação de Pedro Lima e Sylvie Rocha.
Um inédito seu integrou o espectáculo Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices em homenagem a Harold Pinter (TNDM II, em 2005). E em 2007, os Artistas Unidos estrearam no CCB, Lilás, uma peça para público adolescente. Voltou em 2009, por ocasião da visita oficial dos Reis da Noruega, para assistir à leitura de Sou O Vento.
José Raposo | Actor, dobrador e produtor. Nasceu a 3 de Fevereiro no Dundo em Angola. Veio para Portugal, em 1976, para Lisboa.
Fez uma audição para o Teatro Ádòque, onde fez o seu primeiro trabalho profissional aos 18 anos. Integrou a companhia onde começou por fazer teatro infantil com Francisco Nicholson. Participou em peças como O Processo de Jesus, de Diego Fabri no Teatro da Trindade, Volpone de Ben Jonson, no Teatro Aberto, O Último dos Marialvas de Neil Simon, na Casa da Comédia, Os Portas de John Godber, no TNDMII, entre outras.
Em encenações de José Carretas protagonizou Malaquias, de Manuel de Lima, no TNDM II e no Teatro da Comuna, e participou em Bolero, de José Carretas e Manuel Cintra, no Teatro Villaret. Foi dirigido por Jean Jordheuil em Germânia 3, de Heiner Müller (CCB).
Fez ainda teatro musical, participando em Annie de Thomas Meehan, sob a direção de Armando Cortez, no Teatro Maria Matos. Fez teatro de revista no Teatro Maria Vitória, Teatro Variedades, Teatro ABC, entre muitos outros.
Criou, com Maria João Abreu, a produtora “A Toca dos Raposos”, em 1998, com a qual fez o espectáculo Isto Vai Com Elas, e co-produziu com Hélder Freire Costa, Ó Troilaré, Ó Troilará, Mulheres ao Poder, Tem a Palavra a Revista, A Revista é Linda!, e Já Viram Isto?!…. Com Óscar Branco, co-produziu O Estádio da Nação, e com a Media Capital Entertainment, Alberto e as Borboletas de Francisco Nicholson e Armando Cortez e As Taradas de Eduardo Damas.
Em 2003, participou no espectáculo Cada Dia a Cada Um a Um a Liberdade e o Reino, dirigido por Jorge Silva Melo, e trabalhou com Filipe La Féria em A Rainha do Ferro Velho, Um Violino no Telhado, e A Gaiola das Loucas.
Faz televisão, integrando o elenco de várias novelas e séries, e entrou em telefilmes de realizadores como Ruy Guerra, Tiago Guedes e Rita Nunes. Actor regular no cinema, participou em mais de 20 filmes, como Aqui na Terra de João Botelho, Sapatos Pretos, Ganhar a Vida e Noite Escura de João Canijo, Os Mutantes de Teresa Villaverde, Corte de Cabelo de Joaquim Sapinho, Viúva Rica Solteira Não Fica de José Fonseca e Costa, Senhor Jerónimo de Inês de Medeiros, Camarate de Luís Filipe Rocha, A Costa dos Murmúrios de Margarida Cardoso, Filme da Treta de José Sacramento, Embargo de António Ferreira, entre outros.
Ganhou o Globo de Ouro e o Prémio Nacional de Teatro Bernardo Santareno como melhor actor de teatro, pelo musical Um Violino no Telhado, em 2009, Prémio Sophia de Melhor Actor Secundário de Cinema (2018), Melhor Actor Secundário de Cinema do Festival Caminhos do Cinema Português (2017) por São Jorge, Prémio Áquila, na categoria de Cinema – Melhor Actor Secundário, com O Leão da Estrela (2016), Globo de Ouro (Portugal) com o grupo Teatro Praga, de Melhor Peça/Espectáculo, com Tropa Fandanga (2015).
Em 2022, recebeu da Câmara Municipal de Lisboa a Medalha Municipal de Mérito Cultura, no aniversário do 100º aniversário do Parque Mayer.
António Simão | Tem os cursos do IFICT (1992) e IFP (1994). Trabalhou com Margarida Carpinteiro, António Fonseca, Aldona Skiba-Lickel,
Ávila Costa, João Brites, Melinda Eltenton, Filipe Crawford, Joaquim Nicolau, Antonino Solmer e Jean Jourdheuil. É pós-graduado em Estudos de Teatro pela FLUL.
Integra os Artistas Unidos desde 1995, tendo participado recentemente em Do Alto da Ponte de Arthur Miller (2018), Ballyturk de Enda Walsh (2019), Uma Solidão Demasiado Ruidosa, a partir do romance de Bohumil Hrabal (2020), Morte de um Caixeiro Viajante de Arthur Miller (2021), Terra de Ninguém de Harold Pinter (2022) e Proximidade de Arne Lygre (2022).
Teatro sem Fios | Vento Forte, de Jon Fosse | 24 Janeiro | 19h00
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