Libreto: Felice Romani sobre Scevola
Estreia: (Veneza) Teatro La Fenice, 11 de Março de 1830
PersonagensGiulietta
Romeo
Tebaldo
Capellio
Lorenzo
Antecedentes"O Pirata" foi a terceira ópera escrita por Bellini, e aquela que iria marcar o início da sua carreira internacional. Estreada no Scala a 27 de Outubro de 1827 seria apresentada em Viena no ano seguinte.
Em Fevereiro de 1829 Bellini apresenta uma nova ópera no Scala, "A Estrangeira", e, três meses mais tarde, com "Zaira", inicia a temporada do Teatro Ducal de Parma.
"Zaira" foi um dos raros insucessos de Bellini que decide utilizar trechos dessa ópera para uma encomenda que lhe vem de Veneza do prestigiado Teatro La Fenice. Quanto a Felice Romani, o libretista, irá igualmente basear o seu trabalho num libreto que escrevera 4 anos antes para Nicolai Vaccai, "Julieta e Romeu", que passa agora a intitular-se "Os Capuletos e os Montéquios" – um texto vagamente inspirado na tragédia de Shakespeare.
Esta nova ópera de Bellini foi escrita, ensaiada e levada a cena em apenas 6 semanas, entre 20 de Janeiro de 1830, dia em que o compositor assinou o contrato, e 11 de Março, noite da estreia.
1º ActoA acção passa-se em Verona e o 1º acto inicia-se no palácio dos Capuletos onde Tebaldo anuncia a chegada dum mensageiro que traz uma proposta de paz das tropas de Romeu Montéquio. Lorenzo aconselha Capellio, o chefe da família, a considerar a proposta, mas Capellio opõe-se dizendo que pensa apenas em vingar o filho morto às mãos de Romeu. Quanto a Tebaldo apoia Capellio jurando limpar a honra dos Capuletos.
Romeu chega disfarçado de mensageiro na altura em que o palácio se agita com os preparativos do casamento de Julieta com Tebaldo. Esse falso mensageiro traz uma proposta a Capellio para que as duas famílias tenham direitos iguais na cidade, e que a paz seja selada com o casamento de Julieta com Romeu – proposta que Capellio recusa dizendo não poder perdoar nunca o responsável pela morte do filho. Romeu diz que o filho de Capellio morreu no calor da luta, e que Romeu também chorou a sua morte. Que melhor forma de reparação do que Romeu passar a ocupar o lugar do filho morto? Capellio fica indignado, e Romeu responde que, assim sendo, as hostilidades vão recomeçar, e o sangue dos Capuletos voltará a ser derramado.
Nos seus aposentos Julieta medita sobre a sua sorte enquanto olha com tristeza o vestido de noiva. Lorenzo anuncia a chegada de Romeu que implora a Julieta que fuja com ele. Mas ela recusa por lealdade à família.
No pátio já se iniciaram os festejos, e Lorenzo aconselha Romeu a fugir.
Os Montéquios preparam-se para atacar o palácio e interromper a boda. Lorenzo simpatiza com os dois apaixonados mas não quer trair Capellio.
Ouvem-se os sons dos primeiros confrontos. Julieta está dividida entre o temor pela vida do seu amado e o desespero pelo massacre que se prepara. Romeu regressa e insiste para que ela fuja com ele, acabando por ser descoberto quando clama ser rival de Tebaldo no coração de Julieta.
O acto termina com a entrada das tropas dos Montéquios.
2º ActoQuando o 2º acto se inicia já se travou o combate decisivo.
Julieta ignora quem saiu vitorioso, e não sabe se deve chorar por Romeu se pela sua família. Lorenzo aparece e diz que Romeu está vivo mas que em breve Julieta deverá partir para o castelo de Tebaldo. A única forma de evitar que isso aconteça será tomando uma poção que a fará parecer morta. Será então levada para a cripta funerária da família onde Romeu irá encontrar-se com ela. Julieta não tem medo de morrer mas duvida da eficácia da poção.
Só se resolve a toma-la quando ouve os passos do pai que se aproxima. Tenta ainda convencê-lo a casar-se com Romeu mas Capellio continua inflexível, surdo às súplicas da filha. Capellio desconfia da fidelidade de Lorenzo e manda vigiá-lo.
Chega Romeu que pensa que Lorenzo o traiu. Em vez de Lorenzo aparece Tebaldo que o desafia para um duelo – mas o confronto é interrompido por cantos fúnebres que anunciam a morte de Julieta. Horrorizados, ambos imploram a morte.
Lorenzo não conseguira avisar Romeu da artimanha que preparara com Julieta, e Romeu vai visitar o seu túmulo desesperado, dizendo que irá encontrar-se com ela na morte. Quando Julieta acorda já Romeu tomou o veneno mortal ao qual sucumbe instantes antes de Julieta morrer sufocada pela dor.
Capellio chega e, ao ver os dois jovens mortos, pergunta quem os matou.
Os seus súbditos respondem que foram mortos por ele, Capellio, um homem sem piedade.
RDP – Transmissões em "Noite de Ópera" desde 1996
1997 – 10 de Julho
2001 – 1 de Março
Enredo resumido da autoria de Margarida Lisboa.