Libreto: Varesco segundo "Idomenée" de Danchet
Estreia: Munique, Teatro "Residenz", 29 de Janeiro de 1781
PersonagensIdomene
Idamante
Ilia
Electra
Arbace
Sumo Sacerdote
Uma voz sobrenatural
AntecedentesDurante o Verão de 1780, o Intendente da Corte de Munique encomenda a MOZART uma ópera para ser apresentada naquela cidade em Janeiro do ano seguinte. É, portanto, no curto espaço de 3 meses que MOZART escreve IDOMENEO, a sua terceira ópera séria, depois de MITRIDATE e LUCIO SILLA. O compositor trabalhava então para a Corte de Salzeburgo, e foi um dos elementos da Corte, um clérigo de nome VARESCO que se encarregou de escrever o libreto, inspirado, aliás, numa ópera francesa de CAMPRA e DANCHET – libreto que MOZART terá tentado corrigir e melhorar, como era seu hábito.
1.º ActoA acção passa-se em Creta durante o período que se seguiu à lendária guerra de Troia. O Rei, IDOMENEO, que participara nessa guerra, ainda não regressou, mas enviara para a ilha alguns prisioneiros, entre os quais se conta uma princesa troiana, ILIA, filha de PRÍAMO, dividida entre o amor à pátria e o amor que sente por IDAMANTE, filho de IDOMENEO. Em termos velados, IDOMENEO revela também o seu amor por ILIA, ao mesmo tempo que anuncia a libertação dos prisioneiros como uma espécie de comemoração pelo iminente regresso do pai. As exclamações de júbilo são, no entanto, interrompidas pela chegada de ARBACE que traz a notícia do naufrágio do navio do Rei. A consternação é geral, mas, mais do que todos, ELECTRA lamenta a morte de IDOMENEO: ela também ama IDAMANTE, e teme que, o desaparecimento do Rei, venha favorecer o casamento de IDAMANTE com ILIA. O 1º acto termina com a inesperada chegada de IDOMENEO à ilha. Ele revela a promessa que fizera a NEPTUNO durante a tempestade: a de a ele sacrificar a primeira criatura viva que encontrasse. Quis o Destino que essa criatura fosse precisamente IDAMANTE, o seu filho. Horrorizado, IDOMENEO manda-o afastar-se – e IDAMANTE, surpreendido, lamenta a forma como o pai o tratara.
2.º ActoDepois dum interlúdio orquestral, o 2º acto inicia-se com IDOMENEO revelando a ARBACE o seu segredo, e ARBACE aconselha o Rei a mandar o filho para longe. Porque não incumbi-lo de levar ELECTRA de regresso à sua pátria? Esta decisão enche de tristeza ILIA e IDAMANTE – mas ELECTRA rejubila. Porém, no instante em que o príncipe se prepara para embarcar, surge um monstro marinho que espalha o pânico entre a população, e que impede o navio de partir. Essa foi a forma escolhida por NEPTUNO para manifestar a sua reprovação pelo subterfúgio de que IDOMENEO se servira para lhe roubar a vítima prometida. O acto termina com os lamentos da população apavorada.
3.º ActoO 3º acto inicia-se com ILIA dizendo o seu amor por IDAMANTE que lhe revela a intenção de matar o monstro marinho que aterroriza a ilha e que o impede de partir. Entretanto, pressionado pelo povo e pelo SUMO SACERDOTE, que lhe exigem uma vítima para apaziguar NEPTUNO, IDOMENEO designa o próprio filho, IDAMANTE. Mas enquanto no Templo se prepara o sacrifício, chega a notícia da morte do monstro às mãos do príncipe – facto que ainda mais parece enfurecer NEPTUNO. É então que ILIA se propõe como vítima em vez de IDAMANTE, sendo salva por uma VOZ SOBRENATURAL que diz que NEPTUNO pretende agora, não o sacrifício prometido, mas a renúncia de IDOMENEO, devendo Creta passar a ser governada pelo seu filho que deverá casar com ILIA. A ópera termina com os protestos enfurecidos de ELECTRA e as manifestações de alegria de IDOMENEO pelo regresso da paz e da felicidade à ilha.
RDP – Transmissões em "Noite de Ópera" desde 1996
1997 – 6 de Novembro
Enredo resumido da autoria de Margarida Lisboa.