Christoph von Dohnányi (1929-2025)
Christoph von Dohnányi, antigo maestro titular da Orquestra de Cleveland, morreu no passado dia 6 de setembro, em Munique, aos 95 anos.
Nascido em Berlim, a 8 de Setembro de 1929, numa família de origem húngara, o neto do compositor e maestro Ernst von Dohnányi começou a carreira como assistente de Georg Solti na Ópera de Frankfurt, no início da década de 1950, sucedendo-lhe como titular em 1968. Trabalhou, pelo meio, com as óperas de Lübeck e de Kassel, e com a Sinfónica da Rádio do Oeste da Alemanha (WDR). Em 1977, trocou Frankfurt pela Ópera Estatal de Hamburgo, deixando o cargo em 1984 para assumir a direção artística da Orquestra de Cleveland até 2002.
Em Cleveland, “Dohnányi manteve e consolidou os padrões de disciplina orquestral, aperfeiçoamento estilístico e absoluta consistência associados ao seu formidável antecessor, [o maestro] George Szell”, escreveu a revista especializada britânica Gramophone.
Em 1994, Dohnányi passou a principal maestro convidado da Philharmonia Orchestra, de Londres, ocupando o lugar de maestro principal, em 1997. Em 2004, regressou a Hamburgo para ser titular da Orquestra da Elbphilharmonie, até 2011.
O Festival de Salzburgo, que içou a bandeira negra de luto pela morte de Dohnányi, lembrou, em comunicado, as grandes produções dirigidas pelo maestro desde a sua estreia no festival austríaco, em 1962: Die Bassariden, de Hans Werner Henze, Baal, de Friedrich Cerha, O Castelo do Barba-Azul, de Béla Bartók, Erwartung, de Arnold Schoenberg, Salomé, de Richard Strauss.
O diretor-geral da NDR (Rádio do Norte da Alemanha), Hendrik Lünenborg, lamentou igualmente a “grande perda” de “uma das figuras mais importantes da música internacional”. A Orquestra de Cleveland também reagiu à morte de Dohnányi, recordando “o maestro visionário [que a] elevou à proeminência global”.
Entre os músicos portugueses que trabalharam com Christoph von Dohnányi destacam-se Joana Carneiro, maestrina convidada principal da Real Filarmonia da Galiza, e Nuno Coelho, maestro titular e diretor artístico da Orquestra Sinfónica do Principado de Asturias.
O Grande Auditório dedica-lhe duas emissões, hoje, pelas 21h00, numa gravação da Radiodifusão da Baviera, captada em Gasteig, Munique, a 27 de novembro de 1987, com obras de Richard Strauss e Béla Bartók. Dohnányi dirige aqui a Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Baviera. Amanhã, à mesma hora, obras de Ligeti, Wagner, R. Strauss e Beethoven, desta vez com a Orquestra da Radiodifusão do Norte da Alemanha, numa gravação efetuada durante o Festival de Música Schleswig-Holstein, em 2005, no Auditório de Música e Congressos de Lübeck, a 27 de agosto.
6 novembro | 21h00
Gravação pela Radiodifusão da Baviera
em Gasteig, Munique, a 27 de novembro de 1987
Orquestra Sinfónica da Radiodifusão da Baviera
Direção de Christoph von Dohnányi
Programa
Manfred Trojahn – Variações para orquestra
Richard Strauss – Poema sinfónico As alegres travessuras de Till Eulenspiegels, op.28
Béla Bartók – Concerto para orquestra
7 novembro | 21h00
Gravação pela Radiodifusão do Norte da Alemanha,
no Festival de Música Schleswig-Holstein,
no Auditório de Música e Congressos, em Lübeck,
a 27 de agosto de 2005
Anne Schwanewilms, soprano
Orquestra da Radiodifusão do Norte da Alemanha
Direção de Christoph von Dohnányi
Programa
György Ligeti – Atmosphères
Richard Wagner – Prelúdio do 1º ato da ópera Lohengrin
Richard Strauss – Quatro últimas canções
Ludwig van Beethoven – Sinfonia nº 7 em lá maior, op.92
Grande Auditório
Realização e Apresentação: Reinaldo Francisco
Produção: Susana Valente