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Imagem de “La Spinalba” de Francisco António de Almeida
@ Luísa Ferreira / Público
Ópera 21 nov, 2025, 16:51

“La Spinalba” de Francisco António de Almeida

Mezza-Voce

Imagem de “La Spinalba” de Francisco António de Almeida
Ópera 21 nov, 2025, 16:51

“La Spinalba” de Francisco António de Almeida

Mezza-Voce

No próximo sábado, dia 22, pelas 18h00, a Antena 2 apresenta a ópera em 3 atos La Spinalba, a obra-prima de Francisco António de Almeida, no programa Mezza-Voce de André Cunha Leal.

La Spinalba de Francisco António de Almeida

La Spinalba é uma ópera cómica em três atos do compositor português Francisco António de Almeida, uma das figuras centrais do barroco musical em Portugal. Escrita em 1739 e estreada no Teatro do Bairro Alto, em Lisboa, a obra é exemplo notável da assimilação plena do estilo italiano pela música portuguesa do século XVIII, revelando um autor cosmopolita, espirituoso e de grande talento dramático.

Francisco António de Almeida (c. 1702 - c. 1755) foi bolseiro régio em Roma, onde terá aperfeiçoado os princípios da composição teatral italiana, absorvendo a elegância e o brilho do estilo napolitano. Regressado a Lisboa em finais da década de 1720, serviu na corte de D. João V, num ambiente de esplendor artístico e religioso. A sua obra abrange música sacra, serenatas e óperas, nas quais alia o contraponto aprendido à leveza melódica e teatral do novo gosto europeu. Acredita-se que Almeida tenha perecido no terramoto de 1755, episódio que interrompeu tragicamente a carreira de um dos maiores compositores portugueses da época joanina.

O libreto de La Spinalba (em italiano e de autor desconhecido) insere-se no género opera buffa, retratando com engenho e humor as confusões amorosas de um grupo de personagens tipicamente urbanos e inspirados na commedia dell’arte. A ação gira em torno de Spinalba, que, disfarçada de homem sob o nome de Florindo, procura reconquistar o amor de Leandro. Vespina, a sua criada arguta e espirituosa, participa nas intrigas, fomentando uma série de equívocos que envolvem também Dianora, Ippolito, Arsenio e Togno. O enredo é tecido de mal-entendidos e disfarces que, após múltiplas peripécias, culminam no tradicional desfecho feliz, com as identidades reveladas e os casais devidamente reunidos.

Musicalmente, a ópera segue a estrutura italiana clássica: abertura sinfónica em três andamentos (rápido-lento-rápido), recitativos secco e accompagnato, árias da capo de forma A–B–A’, e conjuntos animados que encerram cada ato. A orquestra é composta essencialmente por cordas, baixo-contínuo e sopros ocasionais (flautas e oboés), usados para colorir as diferentes situações e estados de espírito. O estilo combina a efervescência melódica italiana com um humor vivo e típicos contrastes afectivos: alternam passagens de ternura com momentos de comicidade e leve ironia, num equilíbrio de enorme teatralidade.

A importância de La Spinalba para a história da música portuguesa é notável: trata-se de uma das primeiras óperas buffas compostas por um português e uma das raras obras desse género que chegaram até nós completas. O seu libreto italiano e a sua conceção dramatúrgica revelam o cosmopolitismo da Lisboa joanina, que à época competia culturalmente com as grandes capitais europeias. A ópera demonstra que Portugal não era um território periférico, mas um participante ativo na vida musical do continente.

Durante séculos, La Spinalba permaneceu esquecida, até ser redescoberta graças ao trabalho de musicólogos como Manuel Carlos de Brito, José Abreu e investigadores do Centro de Estudos Musicais Setecentistas de Portugal (CEMSP), que identificaram e estudaram os manuscritos existentes na Biblioteca Nacional. Esta redescoberta permitiu a sua revalorização moderna e conduziu à produção e gravação de referência realizada pelo agrupamento Os Músicos do Tejo, sob a direção de Marcos Magalhães.

A gravação efetuada em 2011 no Salão Nobre do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, contou com um notável elenco: Ana Quintans (Spinalba), Joana Seara (Vespina), Cátia Moreso (Dianora), Fernando Guimarães (Ippolito), Mário Alves (Leandro), Luís Rodrigues (Arsenio) e João Fernandes (Togno). Foi lançada em 2012 pela Naxos, num registo amplamente elogiado pela crítica, que sublinhou a qualidade da execução com instrumentos históricos, a clareza do texto e a vivacidade teatral das interpretações. O som íntimo e natural da gravação, feita no mesmo local do concerto, reforça o caráter convivial e espirituoso próprio da ópera buffa.

Através desta recuperação exemplar, La Spinalba regressou ao convívio do público português e internacional, afirmando-se como obra-prima do barroco luso e testemunho de uma época em que Lisboa era um centro de criação e difusão musical de primeira grandeza. Com humor, engenho e elegância melódica, Francisco António de Almeida legou-nos uma ópera que une inteligência teatral e beleza musical, merecendo hoje um lugar de destaque no panorama da ópera europeia do século XVIII.
André Cunha Leal

@ C.T. Almada

Ficha técnica
Gravação pela RTP – Antena 2,
no Salão Nobre do Instituto Superior de Economia e Gestão, em Lisboa,
de 15 a 23 de Novembro de 2011

Spinalba: Ana Quintans (S)
Vespina: Joana Seara (S)
Dianora: Cátia Moreso (MS)
Ippolito: Fernando Guimarães (T)
Leandro: Mário Alves (T)
Arsenio: Luís Rodrigues (BT)
Togno: João Fernandes (B)

Marta Araújo (cru)
Os Músicos do Tejo
Direção de Marcos Magalhães

Mezza Voce é um programa de André Cunha Leal, com produção de Susana Valente.

 

Francisco António de Almeida

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