O surgimento da ópera, ou dramma per musica (Drama em Música) como inicialmente se apelidava, está
umbilicalmente ligado à Tragédia Grega. Em L’Orfeu de Claudio Monteverdi, a primeira
grande ópera da História da Música, estreada em Mântua, em 1607, não só as
personagens como o próprio enredo são retirados diretamente da Mitologia
Clássica Greco‑Romana ou Latina.
Ao longo da evolução deste género
musical, desde finais do Renascimento até aos nossos dias, foram inúmeros os
compositores que incessantemente procuraram a osmose entre os Estados de Alma exacerbados e trágicos
dos textos, e sua revivificação na ópera através de um complexo e elaborado
processo de (re)caracterização dramatúrgico-musical.
da Morte, que está na génese do próprio género operático, foi sendo
aprofundada, recriada e ampliada através da inclusão e surgimento de novas
tendências e correntes, não só musicais como literárias e poéticas. Estas
contribuíram de forma indiscutível para o sucesso da ópera enquanto género
musical performativo por excelência, originando um corpus de verdadeira tradição operática, de forte cariz mitológico
e literário intimamente associado à cultura europeia.
profunda entre Cultura e Ópera, propõe dar a conhecer a interpretação que
expoentes desta Cultura, entendida no seu sentido lato de ciência, filosofia,
literatura, etc., têm de óperas paradigmáticas, partilhando como o seu mundo e
entendimento lhes permitem interpretá-las e apreciá-las.
Caseirão