Teatro Sem Fios
Dia 3 Maio, 21H00
Aqui está Ela de Nathalie Sarraute
Aqui está Ela! relata a história de uma ideia fixa. Primeira obra escrita, por Nathalie Sarraute directamente para o teatro, em 1980, ilustra bem o seu ‘teatro da linguagem’, e um dos seus temas recorrentes, a obsessão.
Elenco:
António Simão – H1
João Meireles – H2
Pedro Carraca – H3
Andreia Bento – M
Nathalie Sarraute, de seu nome verdadeiro Natalyia Tcherniak, nasceu em Ivanovo (perto de Moscovo), na Rússia, a 18 de Julho de 1900, numa família letrada da burguesia judia. Após o divórcio dos pais, a mãe leva-a para Paris, onde frequenta a primária. Irá partilhar a infância entre Paris e São Petersburgo. Tem uma educação cosmopolita, estuda inglês e história em Oxford, sociologia em Berlim e finalmente direito em Paris. Em1925, casa com Raymond Sarraute, colega de faculdade. Exerce a profissão de advogada até ser afastada dos tribunais em 1941, pelas leis nazis. Em 1932, escreveu o seu primeiro livro, a recolha de curtas narrativas que intitulou Tropismes, obra que veio a ser muito elogiada por Max Jacob e Jean-Paul Sartre, aquando da sua publicação, em 1939. Será Sartre quem, em 1947, irá prefaciar o seu Portrait d’un inconnu, lançando com ele a tese do “anti-romance”. Mas é com a publicação de Martereau em 1953 que começa o seu reconhecimento, associado à prestigiosa Gallimard que será sempre a sua editora. Em 1956, publica o ensaio A Era da Suspeita , texto fundamental na renovação que veio a ser operada no romance. E continua a publicar obras como Planétarium (1959), Entre la vie et la mort (1968), Vous les entendez (1972), Disent les imbéciles (1976), L’Usage de la parole (1980), Enfance (1983), Tu ne t’aimes pas (1989), Ici (1995), Ouvrez (1997). Em 1963, foi-lhe atribuído o Prix International de Littérature pelo romance Les Fruits d´Or. E é neste ano, por insistência de uma rádio alemã, a Süddeutscher Rundfunk, que, Sarraute inicia a sua obra teatral com Le Silence. a que se segue Le Mensonge ( 1966), As duas peças inauguram, em 1967, o Petit Odéon, com direcção de Jean-Louis Barrault. Seguem-se Isma em 1970, C’est beau em 1975, Elle est là em 1980 , e finalmente Pour un oui ou pour un non, em 1986. Morreu aos 99 anos quando escrevia um novo texto para teatro.
António Simão tem os cursos do IFICT (1992) e IFP (1994). Trabalhou com Margarida Carpinteiro, António Fonseca, Aldona Skiba-Lickel, Ávila Costa, João Brites, Melinda Eltenton, Filipe Crawford, Joaquim Nicolau, Antonino Solmer e Jean Jourdheuil. Integra os Artistas Unidos desde 1995, tendo participado recentemente em A Estalajadeira de Carlo Goldoni (2013), O Campeão do Mundo Ocidental de John Millington Synge (2013), Sala Vip de Jorge Silva Melo (2013), Punk Rock de Simon Stephens (2014), A Modéstia de Rafael Spregelburd (2014), A Casa de Ramallah de Antonio Tarantino (2014), Os Acontecimentos de David Greig (2015) e Jogadores de Pau Miró (2015).
João Meireles tem o curso do IFICT (1992). Trabalhou com Luís Varela, Manuel Borralho, Ávila Costa, Adolfo Gutkin, Aldona Skiba-Lickel, José António Pires, o Pogo Teatro e o Teatro Bruto. Integra os Artistas Unidos desde 1995, onde participou, mais recentemente, em Por Tudo e Por Nada de Nathalie Sarraute (2013), O Campeão do Mundo Ocidental de J. M. Synge (2013), A Modéstia de Rafael Spregelburd (2014), Gata em Telhado de Zinco Quente de Tennessee Williams (2014), As Histórias do Senhor Keuner (2015) e Jogadores de Pau Miró (2015).
Pedro Carraca tem o curso do Instituto Franco-Português (1994), tendo trabalhado com António Feio, Fernando Gomes, Aldona Skiba-Lickel, Clara Andermatt, Luís Miguel Cintra, João Brites, Raul Atalaia, Fernanda Lapa, Almeno Gonçalves, Adriano Luz, Castro Guedes, Diogo Dória, Jorge Listopad, José Mora Ramos, Maria do Céu Guerra. Integra os Artistas Unidos desde 1996, onde participou, recentemente, em Palácio do Fim de Judith Thompson (2012), Por Tudo e Por Nada de Nathalie Sarraute (2013), Punk Rock de Simon Stephens (2014) e Frágil de David Greig (2015), Doce Pássaro da Juventude de Tennessee Williams (2015) e Jogadores de Pau Miró (2015).
Andreia Bento tem a Licenciatura da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Realizou o estágio profissional-curricular nas produções dos Artistas Unidos. Como atriz trabalhou no Pogo Teatro, Teatro Infantil de Lisboa, Teatro da Malaposta com Ana Nave, Teatro Aberto com José Wallenstein e na curta-metragem A Rapariga no Espelho de Pedro Fortes. Autora dos textos para o programa de Cowboy Mouth de Sam Shepard, com encenação de Francisco Salgado. Colabora com os AU desde 2001, trabalhando como assistente de encenação, directora de projecto, atriz e encenadora. É sócia dos AU desde 2006. Recentemente nos Artistas Unidos: A Modéstia de Rafael Spregelburd (2014), A Casa de Ramallah de Antonio Tarantino (2014), A Batalha de Não sei Quê de Ricardo Neves-Neves e Os Acontecimentos de David Greig (2015).