12 Maio 19h00
Semana da Composição da
Marisa Silva, piano
Tiago Gomes, barítono
João Abrantes, clarinete
Paula Midão, trompa
Ana Pires, piano
Ana Pires, piano
Pedro Finisterra, composição
Programa
Gustav Mahler (1860-1911) – Rückert-Lieder
Ich atmet’ einen linden Duft
Liebst du um Schönheit
Blicke mir nicht in die Lieder
Um Mitternacht
Ich bin der Welt abhanden gekommen
George Rochberg (1918-2005) Trio para clarinete, trompa e piano (1980)
Allegro con moto
Adagio
Adagio – Allegro – ModeratoPedro Finisterra Flip Point & Obsession
Liebst du um Schönheit
Blicke mir nicht in die Lieder
Um Mitternacht
Ich bin der Welt abhanden gekommen
George Rochberg (1918-2005) Trio para clarinete, trompa e piano (1980)
Allegro con moto
Adagio
Adagio – Allegro – ModeratoPedro Finisterra Flip Point & Obsession
Telmo Lopes Megareg
Transmissão em direto
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
Realização e Apresentação: André Cunha Leal
Produção: Anabela Luís
Programa detalhado
Marisa Silva, piano
Tiago Gomes, barítono
Gustav Mahler (1860-1911) – Rückert-Lieder
Ich atmet’
einen linden
einen linden
Duft
Liebst du um
Schönheit
Liebst du um
Schönheit
Blicke mir
nicht in die Lieder
Um
Mitternacht
nicht in die Lieder
Um
Mitternacht
Ich bin der Welt abhanden gekommen
Aspirava um doce aroma!
Na sala havia
Um ramo de tília,
Uma oferta
De uma mão querida.
Que delicioso era o aroma da tília!
Que delicioso é o aroma da tília!
A haste da tília
Que gentilmente trouxeste!
Aspiro suavemente
A tília fragrante
O doce aroma do amor.
Ich
atmet’ einen linden Duft!
Im Zimmer stand
Ein Zweig der Linde,
Ein Zweig der Linde,
Ein Angebinde
Von lieber Hand.
Wie lieblich war der Lindenduft!
Wie lieblich ist der
Lindenduft!
Lindenduft!
Das Lindenreis
Brachst du gelinde!
Ich atme leis
Im Duft der Linde
Der Liebe linden Duft
Estou perdido para o mundo,
Onde outrora consumi os meus dias,
Há tanto que não tem notícias minhas,
Bem pode acreditar que morri!
Também já não faz diferença,
Que me considere morto.
Não posso sequer dizer o contrário,
Pois, na verdade, morri para o mundo.
Morri para o bulício do mundo
E descanso numa região serena
Vivo sozinho no céu,
No meu amor, na minha canção.
Ich bin der Welt abhanden gekommen,
Mit der ich sonst viele Zeit verdorben,
Sie hat so lange nichts von mir vernommen,
Sie mag wohl glauben, ich sei gestorben!
Es ist mir auch gar nichts daran gelegen,
Ob sie mich für gestorben hält,
Ich kann auch gar nichts sagen dagegen,
Denn wirklich bin ich gestorben der Welt.
Ich bin gestorben dem Weltgetümmel,
Und ruh’ in einem stillen Gebiet!
Ich leb’ allein in meinem Himmel,
In meinem Lieben, in meinem Lied
Se me amas pela beleza,
não me ames!
Ama o sol,
que exibe a sua cabeleira loura!
Se me amas pela juventude,
não me ames!
Ama a Primavera,
que é jovem todos os anos
Se me amas pela fortuna,
não me ames!
Ama antes a sereia,
no seu colo brilham as pérolas!
Se me amas por ser amado,
Então ama-me!
Ama-se sempre, o nosso amor é eterno!
Liebst du um Schöheit,
O nicht mich liebe!
Liebe die Sonne,
Sie trägt ein gold’nes Haar!
Liebst du um Jugend,
O nicht mich liebe!
Liebe der Frühling,
Der jung ist jedes Jahr!
Liebst du um Schätze,
O nicht mich liebe.
Liebe die Meerfrau,
Sie hat viel Perlen klar.
Liebst du um Liebe,
O ja, mich liebe!
Liebe mich immer, Dich lieb’ ich immerdar.
Não me olhes nas minhas canções!
Eu baixo os olhos,
Como surpreendido numa má acção.
Eu próprio não ouso sequer
Vê-las nascer.
A tua curiosidade é uma traição!
As abelhas que constroem os seus alvéolos,
Não se deixam olhar,
Nem se olham elas mesmas.
Assim que os ricos favos de mel
Vierem à luz do dia,
Serás a primeira a saboreá-los!
Blicke
mir nicht in die Lieder!
mir nicht in die Lieder!
Meine Augen schlag’ ich nieder,
Wie ertappt auf böser Tat.
Selber darf ich nicht getrauen,
Ihrem Wachsen zuzuschauen.
Deine Neugier ist Verrat!
Bienen, wenn sie Zellen
bauen,
bauen,
Lassen auch nicht zu sich schauen,
Schauen selbst auch nicht zu.
Wenn die reichen Honigwaben
Sie zu Tag gefördert haben,
Dann vor allen nasche du!
À meia-noite
Montei vigia
E voltei o meu olhar para o céu;
Nenhuma estrela no firmamento
Me sorriu
À meia-noite
À meia-noite
Forcei os meus pensamentos
Aos limites mais sombrios.
Nenhuma imagem cintilante
Me trouxe conforto
À meia-noite.
À meia-noite
Escutei
Os batimentos do meu coração;
Uma só pulsação dolorosa
Palpitou
À meia-noite
À meia-noite
Travei a batalha,
Ó humanidade,
dos teus desgostos;
Não pude resolvê-la
Por mim próprio
À meia-noite.
À meia-noite
Coloquei as minhas forças
Nas tuas mãos!
Senhor da morte e da vida
Tu estás de vigia
À meia-noite
Um
Mitternacht
Mitternacht
Hab’ ich gewacht
Und aufgeblickt zum Himmel;
Kein Stern vom Sterngewimmel
Hat mir gelacht
Um Mitternacht.
Um Mitternacht
Hab’ ich gedacht
Hinaus in dunkle Schranken.
Es hat kein Lichtgedanken
Mir Trost gebracht
Um Mitternacht.
Um Mitternacht
Nahm ich in acht
Die Schläge meines
Herzens;
Ein einz’ger
Puls des Schmerzes
War angefacht
Um Mitternacht.
Um Mitternacht
Kämpft’ ich die Schlacht,
O Menschheit, deiner Leiden;
Nicht konnt’ ich sie entscheiden
Mit meiner Macht
Um Mitternacht.
Um Mitternacht
Hab’ ich die Macht
In deine Hand gegeben!
Herr! über
Tod und Leben
Du hälst die Wacht
Um
Mitternacht!
Mitternacht!
João Abrantes, clarinete
Paula Midão, trompa
Ana Pires, piano
George Rochberg (1918-2005) Trio
para clarinete, trompa e piano (1980)
para clarinete, trompa e piano (1980)
Allegro
con moto
con moto
Adagio
Adagio
– Allegro – Moderato
– Allegro – Moderato
João Pedro Guimas, piano
Notas de programa
Estas duas peças
para piano solo foram escritas durante o meu primeiro ano na licenciatura em
Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. “Flip Point” foi
inicialmente pensada para um momento de dança, numa curta metragem sobre a
fragmentação em Fernando Pessoa e “Obsession” foi escrita no contexto da
disciplina de “Técnicas de Composição”, tendo como ponto de partida o modelo da
forma Sonata.
Estas duas peças
para piano solo foram escritas durante o meu primeiro ano na licenciatura em
Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. “Flip Point” foi
inicialmente pensada para um momento de dança, numa curta metragem sobre a
fragmentação em Fernando Pessoa e “Obsession” foi escrita no contexto da
disciplina de “Técnicas de Composição”, tendo como ponto de partida o modelo da
forma Sonata.
Philipe Trovão, saxofone
Rafaela Seipião, soprano
Telmo Lopes, electrónica
Telmo Lopes Megareg
Exílio
Quando a pátria que temos não a temos
Perdida por silêncio e por renúncia
Até a voz do mar se torna exílio
E a luz que nos rodeia é como grades
Sophia de Mello Breyner Andresen, in
‘Livro Sexto’
‘Livro Sexto’
Notas de programa
Megareg é
uma peça para saxofone alto, soprano e eletrónica, com origem no ambiente que um
espaço muito reverberado nos oferece. A partir do seu som característico tomado
como base, surge o saxofone como solista ou como instrumento ressonante
proveniente da eletrónica, que desenvolve algum desse espectro harmónico, a par
do surgimento de algumas palavras do poema de Sophia de Mello Breyner Anderson,
inicialmente de forma recitada. No final, em conjunto com o saxofone, o poema é
integralmente exposto de forma cantada pela soprano.
uma peça para saxofone alto, soprano e eletrónica, com origem no ambiente que um
espaço muito reverberado nos oferece. A partir do seu som característico tomado
como base, surge o saxofone como solista ou como instrumento ressonante
proveniente da eletrónica, que desenvolve algum desse espectro harmónico, a par
do surgimento de algumas palavras do poema de Sophia de Mello Breyner Anderson,
inicialmente de forma recitada. No final, em conjunto com o saxofone, o poema é
integralmente exposto de forma cantada pela soprano.