Estreia
Opéra Comique, Paris em 1875
Libreto
Henri Meilhac e Ludovic Halévy
Resumo
A última ópera composta por Bizet celebra e eterniza a relação fatídica entre a sensual e voluntariosa cigana Carmen e Don José, um pacato sargento cujos códigos morais serão perturbados por uma avassaladora e incontrolável paixão.Carmen incarna o paradigma da liberdade individual sem concessões e sem limites, o arquétipo da mulher independente e confiante da sua beleza e poder de atracção, impulsionada pelo desejo de viver apenas de acordo com a sua vontade e as suas próprias leis.
À saída da fábrica de tabaco em Sevilha, local onde trabalha, Carmen, admirada e cobiçada por muitos decide dedicar a sua atenção a Don José que, apesar de acreditar estar enamorado e projectar casar com Micaela, uma jovem e virtuosa órfã criada pela sua mãe, não fica indiferente às insinuações da cigana.
Chamado a prender Carmen, durante uma rixa entre colegas, Don José acaba por ceder aos encantos daquela mulher provocadora e exuberante e permite que esta se liberte em troca de uma promessa de amor. A evasão de Carmen leva a que o sargento acabe por ser preso, mas, assim que libertado, vai ao encontro da sua amada, e é para orgulhosamente preservar o alvo do seu desejo que acaba por se confrontar com o oficial Zuniga. Sem alternativas, o sargento abandona a carreira para seguir Carmen. O amor possessivo de Don José e os conflitos morais que esta paixão desencadeia provocam o gradual desinteresse de Carmen que o incita a partir e a acompanhar Micaela quando esta surge para lhe comunicar que a sua mãe estava a morrer. O afastamento de Don José possibilita a oportunidade de Escamillo, um triunfante toureiroconquistar o coração de Carmen e é na sua companhia que regressa a Sevilha, local onde reencontra Don José. Sem receio de enfrentar o desespero e as súplicas deste, Cármen, desafia o destino e assume o novo amante. Don José apunhala mortalmente a cigana e sobre o seu corpo inerte é um homem destruído aquele que confessa o crime e declara o amor sentido pela sua "adorada Cármen".
Jogos de sedução, conflitos e dilemas morais, paixão e liberdade, festa e tragédia desenham-se sobre uma trama de ambientes com um exótico ‘sabor’ espanhol a colorir a subtil elegância de uma musicalidade francesa expressa pela prodigiosa orquestração de Bizet. Desde sempre, esta ópera tem conseguido conquistar indefectíveis gerações de admiradores. A oportunidade de a rever torna-se um convite irrecusável…