LibretoHenri Meilhac e Ludovic Halévy
Estreia6 de outubro de 1868, no Théâtre des Variétés, Paris (versão com dois atos)
ResumoAto 1
A acção decorre em em Lima, no Peru, no século XVIII. É o dia da nomeação do vice-rei, e o clima é de celebração. Estamos numa praça em frente a uma taberna que pertence a três mulheres conhecidas como "As três primas". Aí, uma multidão bebe e comemora. Chegam o governador da cidade de Lima, o primeiro-ministro da câmara e o vice-rei, todos eles disfarçados. Acontece que todos reconhecem o vice-rei, mesmo assim preferindo por fingir não o conhecerem por respeito ao seu disfarce.
Entretanto chegam La Périchole e Piquillo, dois jovens cantores ambulantes muito pobres. Tão pobres que apesar de muito apaixonados, não são casados, por lhes faltarem quatro os piastres [moeda peruana da época] que lhes custaria o casamento. Aproveitam a festividade para começarem a cantar, mas quando os cantores estão a passar o chapéu pela multidão para receberem as moedas, aparecem artistas com cães amestrados, e a volúvel multidão vai atrás deles. Os cantores são deixados sós, famintos e miseráveis. Piquillo resolve partir na esperança de fazer algum dinheiro e La Périchole, que está com muita fome, resolve deitar-se no chão para dormir.
Quando o vice-rei regressa, fica abismado com a beleza de La Périchole. Ela acorda, e ele oferece-lhe um lugar como Dama de Companhia na corte. Mesmo sabendo o que isso significa, a fome que ela sente leva-a a aceitar a proposta do vice-rei. Antes de partir, La Périchole escreve uma carta de despedida a Piquillo. Quando chegam à corte, o vice-rei instrui o primeiro-ministro (Panatellas) a encontrar um marido para La Périchole, pois uma dama de companhia deve ser casada.
Piquillo regressa e depara-se com a carta de Périchole. Desesperado, ele tenta enforcar-se, mas é salvo por Panatellas. Quando descobre que Piquillo é solteiro, tenta convencê-lo a casar-se com a favorita do vice-rei, mas como Piquillo não sabe quem ela é, mantendo-se fiel à sua Périchole, diz não aceitar a proposta do primeiro-ministro. Então, Panatellas resolve embebedá-lo até ele concordar em casar-se. Por sua vez, o vice-rei conduz La Périchole, com a intenção de deixá-la bêbeda também.
No meio de toda esta situação, os notários, também bêbados, são chamados. Entra La Périchole, relativamente bêbada, e canta a sua arietta. Primeiro relutante em casar-se, mas, ao reconhecer Piquillo acaba por concordar feliz da vida. Piquillo está tão bêbedo que nem reconhece Périchole, mas aceita casar mesmo assim. E assim são levados ao palácio do vice-rei.
Ato 2
No dia seguinte, no palácio do vice-rei, quatro damas da corte e o secretário do vice-rei falam sobre a nova favorita. Piquillo entra. As damas explicam-lhe que ele está casado, e falam-lhe com ironia das grandes qualidades da sua mulher.
Mais tarde, sozinho com Panatellas e o governador de Lima (Don Pedro de Hinoyosa), Piquillo diz que casou com uma desconhecida, mas ama outra. Piquillo diz que se quer ir embora, ao que os outros le repsondem que primeiro ele tem que apresentar sua nova mulher ao vice-rei e à corte. É então que a mulher de Piquillo entra, e ele fica absolutamente atónito ao reconhecer a sua Périchole, aponto de se recusar a ouvir as explicações que ela tinha para lhe dar. É então que entra o vice-rei entra e se senta no trono. Piquillo empurra La Périchole para os degraus que levam ao trono na hora de apresentá-la. Por esse facto é levado para a prisão para maridos relutantes.
Ato 3
Cena 1
A cena passa-se num calabouço escuro. Um velho prisioneiro entra por um alçapão. Preso ali há já doze anos, o prisioneiro acaba de passar por um buraco que fez com a ajuda de uma pequena faca na parede da sua cela. Alimenta a esperança de conseguir passar por mais uma parede de pedra ficando finalmente livre, o que pelos cálculo dele acontecerá daí a outros doze anos. Ele sai pelo alçapão quando ouve Piquillo sendo trazido.
Piquillo é trazido por Don Pedro e Panatellas. Quando está sozinho, reflete sobre a sua desgraça. La Périchole entra, e eles declaram o seu amor um pelo outro. Ela conta a Piquillo que recusou tudo do vice-rei. Enquanto conversam, o vice-rei entra, disfarçado de carcereiro. Ao vê-lo Périchole tenta subornar o carcereiro para libertar Piquillo e fugirem juntos. Para isso oferece-lhe as joias dadas pelo vice-rei. O carcereiro revela sua identidade e chama os guardas. Piquillo e La Périchole são acorrentados.
Apesar da sua atitude, o vice-rei ainda tem esperanças. Ele diz a Périchole que se ela decidir ser "boazinha", só precisa cantar e ele virá buscá-la.
É então, que o velho prisioneiro regressa, mais uma vez pelo alçapão. A pedido de Piquillo e Périchole, ele quebra as correntes que os prendem. La Périchole canta para o vice-rei equando ele chega, os três prisioneiros conseguem subjugá-lo e escapam da prisão.
Cena 2
A cena passa-se na praça em frente à taberna das Três Primas. Os soldados estão à procura dos fugitivos. As Três Primas cantam uma valsa. O vice-rei aparece e La Périchole e Piquillo, vestidos novamente como cantores de rua, aparecem também. Eles cantam uma balada sobre a clemência de Augusto. Lisonjeado, o vice-rei resolve perdoá-los e deixa que La Périchole fique com as jóias que ele lhe havia dado. No entanto, ele não pode perdoar o velho prisioneiro, uma vez que ninguém se lembra qual foi seu crime. O velho é levado, mas sempre com a sua faquinha.