Portugal está representado no Jazz em Agosto 2016 com uma associação inédita em estreia mundial, Tuba and Drums Double Duo com o tubista Sérgio Carolino e os bateristas Mário Costa e Alexandre Frazão, e ainda Tetterepadequ, o quarteto ítalo-português onde participam o baterista João Lobo e o contrabaixista Gonçalo Almeida.
O Festival propõe ainda vários eventos na Sala Polivalente:
Marc Ribot | The Young Philadelphians + Lisbon String Trio ( EUA, Portugal)
G. Calvin Weston (bateria)
Chris Cochrane (guitarra elétrica)
Marc Ribot (guitarra elétrica)
João Andrade (violino)
Teresa Fleming (viola)
A anunciar (violoncelo)
Figura de destaque no Jazz em Agosto 2014, o guitarrista norte-americano Marc Ribot regressa agora com o projeto The Young Philadelphians, quarteto que se atira com idêntica sanha à herança punk-funk de Ornette Coleman (ao leme da banda Prime Time) e ao período áureo da soul de Filadélfia na década de 1970. Em cada atuação deste pulsante ensemble em que Ribot divide as guitarras com o vanguardista Chris Cochrane, o grupo faz-se acompanhar por um trio de cordas local. Um concerto de abertura vibrante e rigoroso nas suas referências.
Nomeada, em 2012, como um dos Melhores Cineastas com menos de 50 anos pela publicação especializada Cinema Scope, Jennifer Reeves tem construído uma filmografia experimental que conduziu à encomenda de Shadows Choose Their Horrors para o Bard Music Festival. O filme inspirado pelos clássicos de terror do cinema mudo tem sido exibido nos últimos anos com a banda sonora em palco interpretada por Marc Ribot, pretexto para a viagem musical pela faceta mais obscura e desarranjada do guitarrista.
5 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 15€ / 20€
Osvcar Noriega (clarinete e clarinete baixo)
Matt Mitchell (piano, eletrónica)
Ches Smith (bateria)
Ryan Ferreira (guitarra acústica e elétrica)
Há uma energia muito particular emanada das formações lideradas por Tim Berne. Snakeoil, iniciada em 2011 pelo saxofonista na busca por uma instrumentação incomum, agrega um conjunto de jovens músicos seguindo a regra de Berne em recrutar “o tipo de músicos que nunca seria primeira escolha”, “que não obedecem muito bem a ordens ou que não se limitam às coisas óbvias”, explicou à revista Jazz Times. Desde a estreia pela ECM que o quarteto Snakeoil se tornou uma das mais celebradas formações do jazz atual – ampliado para quinteto com a entrada do guitarrista Ryan Ferreira –, uma reunião explosiva de almas indomáveis.
6 Agosto 18h30
Conversa (1ª de 2)
Deep Listening to Extinct and Endangered Musics
Tendo ocorrido no Cafe Oto de Londres a partir de 2014 as primeiras quatro sessões da série Sharpen Your Needles, Evan Parker e David Toop continuam em Lisboa duas novas sessões sobre o mesmo mote: as músicas tradicionais do Planeta que se vão perdendo e o turbilhão da nova música improvisada surgida nos anos 1960. Comunicadores consagrados, Parker e Toop elaboram discursos complementares enquanto selecionam exemplos áudio.
David Toop / Evan Parker @ Fabio Lugaro
6 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 15€
Peter Evans (trompete)
Tim Dahl (baixo elétrico)
Mike Pride (bateria, percussão, glockenspiel)
Partilhando composições e arranjos dos três músicos, Peter Evans, Tim Dahl e Mike Pride, o projeto Pulverize the Sound desafia a mais enciclopédica das catalogações na atitude exploratória empregue em cada tema. Vale tudo, da improvisação livre da música avant-garde a reminiscências jazz, pós-punk, noise ou thrash metal, tudo recombinado de uma forma improvável consonante com a história deste trio colaborativo sem um verdadeiro líder e que, desde 2010, se foi encontrando semanalmente numa sala em Brooklyn para ensaios durante a madrugada. É música com essa urgência fora de horas, demasiado selvagem para respeitar regras.
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Conversa em inglês
Entrada Livre
Sharpen Your Needles | David Toop and Evan Parker
Conversa (2ª de 2)
Into the Maelstrom: Free Improvisation
Tendo ocorrido no Cafe Oto de Londres a partir de 2014 as primeiras quatro sessões da série Sharpen Your Needles, Evan Parker e David Toop continuam em Lisboa duas novas sessões sobre o mesmo mote: as músicas tradicionais do Planeta que se vão perdendo e o turbilhão da nova música improvisada surgida nos anos 1960. Comunicadores consagrados, Parker e Toop elaboram discursos complementares enquanto selecionam exemplos áudio.
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 15€
Eve Risser (piano, composição)
Sylvaine Hélary (flautas)
Antonin-Tri Hoang (saxofone alto, clarinete)
Benjamim Dousteyssier (saxofone tenor & barítono)
Sophie Bernado (fagote)
Eivind Lonning (trompete)
Fidel Fourneyron (trombone)
Julien Desprez (guitarra elétrica e acústica)
Fanny Lasfargues (baixo elétrico)
Sylvain Darrifourcq (bateria)
Céline Grangey (desenho de som)
Durante o período de regência de Daniel Yvinec à frente da Orchestre National de Jazz (2009-2013), Eve Risser inscreveu o seu nome enquanto uma das mais estimulantes pianistas do jazz europeu contemporâneo. Aos poucos, foi depois enformando o coletivo White Desert, estreado em 2015, veículo à medida da sua criação para um decateto e dois coros, uma das várias formações com que tem afirmado a sua marca de compositora e líder do solo à orquestra.
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 12€
Daniele Martini (saxofone tenor)
Giovanni Di Domenico (piano)
Gonçalo Almeida (contrabaixo)
João Lobo (bateria)
A bizarra designação desta formação composta por músicos portugueses e italianos corresponde a um anagrama de De Patter Quartet, homenagem ao clube de jazz em Haia em que os quatro tocaram repetidas vezes aquando do seu encontro original enquanto alunos do conservatório local. Música de uma imensa liberdade, oscilante entre o explosivo e o contemplativo, entre o melódico e o abstrato, sempre guiada por um inalienável compromisso com a improvisação.
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 12€
Com projeção de excertos de filmes de René Clair, Marcel Duchamp e Man Ray
Théo Ceccaldi (violino, viola, composição)
Alexandra Grimal (saxofone tenor, soprano, sopranino, voz)
Ivan Gélugne (contrabaixo)
Florian Satche (bateria)
Jean-Pascal Retel (vídeo)
Vincent Bodin (iluminação)
Eleito músico revelação francês de 2014 pela revista Jazz Magazine, o violinista e violista Théo Ceccaldi tem-se revelado um dos mais inventivos músicos da cena jazz europeia desde que, em 2010, formou o projeto Tricollectif. Acompanhado por Alexandra Grimal na liderança do quarteto Petite Moutarde, Ceccaldi encabeça uma desenfreada inquietude sonora, por vezes próxima ao jazz de câmara. No Jazz em Agosto, o grupo acompanhará filmes do surrealismo dos anos 1920 – um interesse particular do músico –, realizados por René Clair, Marcel Duchamp e Man Ray.
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
Off the Road
Realização: Laurence Petit-Jouvet, 2007, 72 min
Ao invocar desde logo umas das obras literárias mais marcantes do século XX, On the Road, de Jack Kerouac, Laurence Petit-Jouvet assume o tom de road movie que avança sem grande planeamento. Essa falta de um guião, naturalmente, homenageia o contrabaixista alemão Peter Kowald (1944-2002), uma das figuras cimeiras da música improvisada, presente no Jazz em Agosto 2002 (com Fred Anderson e Hamid Drake), cuja digressão norte-americana de 2000 é aqui seguida a bordo de um Chevrolet Caprice e ao sabor de encontros com Kidd Jordan, Rashied Ali, Assif Tahar ou Alvin Fielder.
10 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 12€
Sérgio Carolino (tuba)
Oren Marshall(tuba)
Mário Costa (bateria)
Alexandre Frazão (bateria)
Dedicado a um pouco habitual instrumento de relevo em formações de jazz, Sérgio Carolino vem ensaiando há vários anos uma série de declinações de música para tuba e outros instrumentos (entre os quais o popular trio TGB) que atinge um novo zénite com este duplo duo – em estreia mundial e resultante de uma encomenda ao músico. O reportório visita tanto o jazz mais mainstream como a música clássica ou a improvisação mais desabrida, colocando uma tónica óbvia numa visão contemporânea e aventureira das extensas possibilidades da tuba no contexto do jazz.
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
Filme – RogueArt 2/3
Chicago Improvisations
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 15€
Ava Mendoza (guitarra elétrica)
Tim Dahal (baixo elétrico)
Sam Ospovat (bateria)
Blues, punk, psicadelismo e jazz em ebulição encontram-se de forma inesperada no trio comandado por Ava Mendoza. Após ter-se mudado de Oakland para Nova Iorque em 2013, o projeto principal da guitarrista seria reconfigurado com Tim Dahl e Max Jaffe, impulsionando todo o potencial de frenesi até níveis proibitivos. A intensidade e a originalidade presentes na música de Mendoza não demoraram a ser detetadas pelo exigente radar de John Zorn, que logo a puxou para o catálogo da Tzadik, editora pela qual publicará em 2016.
12 Agosto 18h30
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
Filme – RogueArt 3/3
Electric Ascension live at Guelph Jazz Festival 2012
Realização: John Rogers, 2016, 69 min
Em 2012 no Guelph Jazz Festival (Canadá) e depois de uma presença no Jazz em Agosto 2006, o Rova Saxophone Quartet interpretou o seu arranjo para uma das obras fundamentais da criação musical: Ascension, álbum habitado pelo génio que John Coltrane gravou em 1965. Aos quatro saxofonistas juntar-se-ia uma primorosa seleção de oito músicos convidados, incluindo Nels Cline, Hamid Drake, Fred Frith, Ikue Mori e Rob Mazurek. A impecável filmagem do concerto por John Rogers com pós produção nos melhores estúdios de Hollywood (Zoetrop, Lucas Films, Pixar) foi igualmente objeto de publicação pela editora francesa RogueArt.
12 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 12€
Jelena Kuljic (voz)
Frank Gratkowski (saxofone alto, clarinete, clarinete baixo)
Kalle Kalima (guitarra elétrica)
Oliver Potratz (baixo elétrico)
Christian Marien (bateria)
Z-Country Paradise é o paraíso sonhado por Frank Gratkowski e traduzido no desejo antigo de juntar uma banda com inequívoca inclinação para o rock. Durante anos, o saxofonista foi testando várias formações até se fixar no presente conjunto de músicos (com a presença nuclear da cantora Jelena Kuljic), coincidentes nesta forma endiabrada de promover o encontro entre música com uma pulsação vigorosa e a poesia de Jean-Arthur Rimbaud, Charles Simic e Gabriele Günther. Palavras e notas numa irresistível combustão sonora.
13 Agosto 18h00
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
com a presença do autor, Luca Vitali
Assinado pelo jornalista italiano Luca Vitali, The Sound of the North – Norway and the European Jazz Scene é um livro que investiga e documenta profusamente os últimos 50 anos da cena jazz escandinava, com um foco particular na música nascida na Noruega. Desde a chegada de George Russell ao território e a ajuda na definição de uma sonoridade distanciada do modelo afro-americano, até à importante contribuição para a afirmação da editora ECM e ao levantamento da história dos mais relevantes clubes e festivais, Vitali elabora um guia que percorre e contextualiza a contribuição para a história do jazz dos músicos que impuseram aquela região como um dos mais ricos viveiros da música atual.
13 Agosto 18h30
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
Praticamente criado no interior de um clube de jazz gerido pelos pais, Paal Nilssen-Love cresceu a aprender com os músicos que por ali passavam todas as noites. Esse conhecimento acumulado faria dele, antes sequer de completar 30 anos, um dos mais requisitados músicos europeus, integrando as bandas Atomic, The Thing ou Peter Brötzmann Chicago Tentet, os trios de Sten Sandell e Frode Gjerstad, ou os duos com Mats Gustafsson e Ken Vandermark. Desde 1999 tem também desenvolvido a sua linguagem a solo, cujo mais recente capítulo se intitula News from the Junk Yard.
13 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 15€
Thomas de Pourquery (direção, arranjos, saxofone alto e soprano, voz )
Arnaud Roulin (teclados, piano CP 70, voz)
Franck Vaillant (bateria, percussões, eletrónica, voz)
Frederick Galiay (baixo elétrico, eletrónica, voz)
Fabrice Martinez (trompete, fliscórnio, voz)
Johane Myran (saxofone barítono e tenor, percussões, voz)
Supersonic é o nome do Sexteto que o saxofonista Thomas de Pourquery montou em 2012 para homenagear a música do cósmico e visionário Sun Ra (a designação, aliás, remete diretamente para o seu reportório). O mote é dado pelas várias facetas estilísticas de Sun Ra, sublinhadas pelos arranjos escritos por Pourquery para uma banda fluente em jazz, eletro-rock ou drum’n’bass, possuidora de uma versatilidade sem fim. Com o objetivo de instalar o transe em cada um dos temas interpretados, Supersonic recupera a urgência da música de Ra, nessa sua sobreposição particular de passado e futuro.
Coleção Moderna – Sala Polivalente
Entrada Livre
Tendo estudado com lendas do jazz como Charlie Mariano, Sal Nistico e Steve Lacy, Frank Gratkowski vem espalhando o seu talento de saxofonista em variadíssimos projetos desde os anos 1990, entre os quais o seu trio com Dieter Manderscheid e Gerry Hemingway. Solista convidado de incontáveis formações internacionais, obteve rápido reconhecimento a solo, começando por sair vencedor do concurso Musik Kreativ com o seu primeiro programa. Esse percurso solitário está documentado nos dois volumes Artikulationen, dedicando-se nos últimos anos tanto ao clarinete-baixo quanto ao processamento eletrónico do saxofone em concerto.
14 Agosto 21h30
Anfiteatro ao Ar Livre
Preço: 20€
Thomas Johasson (trompete)
Mats Äleklint (trombone)
Julie Kjaer (saxofone alto, flauta)
Klaus Holm (saxofone alto e barítono)
Kristoffer Alberts (saxofone tenor e alto)
Per Åke Holmlander (tuba)
Ketil Gutvik (guitarra elétrica)
Tommi Keranen (eletrónica)
Paulinho Bicolor (percussão)
Célio de Carvalho (percussão)
Jon Rune Strom (contrabaixo e baixo elétrico)
Christian Meaas Svendsen (contrabaixo e baixo elétrico)
Andreas Wildhagen (bateria e percussão)
Paal Nilssen-Love (bateria e percussão)
Christian Obermayer (desenho de som)
Na sua prolífera atividade, o baterista norueguês Paal Nilssen-Love tem integrado várias grandes formações às quais empresta o seu habitual inconformismo. Depois de uma experiência acumulada com o Peter Brötzmann Chicago Tentet, a Territory Band (de Ken Vandermark) e a Circulasione Totale Orchestra (dirigida por Frode Gjsertad), Nilssen-Love criou em 2013 o seu Large Unit, formada por alguns dos mais promissores jovens talentos do jazz escandinavo. Música com um aguçado sentido de liberdade e de caminhos sempre imprevistos.