A Antena 2 homenageou John Berger, no dia do seu falecimento, com a transmissão da entrevista realizada por Luís Caetano a este importante crítico e historiador da arte, escritor, poeta e pintor da segunda metade do século XX. A entrevista ocorreu em Novembro de 2015, aquando da sua presença no Lisbon & Estoril Film Festival, e foi retransmitida em A Ronda da Noite de 2 de Janeiro, e pode ser escutada aqui.
John Berger (5 Novembro 1926 – 2 Janeiro 2017), um “imenso escritor e comunicador, pleno de sensibilidade artística e o talento literário”, segundo Luís Caetano, tinha estado em Portugal numa homenagem promovida pelo Lisbon & Estoril Film Festival que incluíu a exibição de alguns dos filmes que escreveu para Alain Tanner e da série “Modos de Ver”, uma análise do estudo das imagens. Esta série de televião, divulgada pela BBC em 1972, é acompanhada pela edição de um livro com o mesmo nome e marca toda uma geração de críticos de arte e converte-se numa obra de referência para os historiadores da arte.
John Berger começa como pintor, mas abandona essa via artística e torna-se crítico de arte no jornal New Statesman. Em 1958, publica o seu primeiro romance A Painter of Our Time (Um pintor do nosso tempo), e, em 1972, no ano da série e livro Ways of Seeing, ganha o prestigiado prémio britânico de ficção, Booker Prize, com o seu livro “G.”
Nos últimos 50 anos, a sua escrita vai do ensaio ao romance, do teatro à poesia e ao cinema (foi argumentista de La Salamandre, de 1971, O Centro do Mundo, de 1974, e Jonas que Terá 25 Anos no Ano 2000, de 1976, todos do realizador suiço A. Tanner). Nalguns dos seus estudos mais importantes sobre arte e fotografia figuram títulos como Another Way of Telling, The Success and Failure of Picasso, ou Titian: Nymph and Shepherd. Em 2001 publicou a colectânea de ensaios, The Shape of a Pocket.
Em Portugal, além de Modos de Ver, estão editados os livros Aqui nos Encontramos (Civilização, 2006), E os nossos rostos, meu amor, fugazes como fotografias (Quasi, 2008) e De A para X: Cartas de Amor (Civilização, 2009).