Gravação da RTP/Antena 2
no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian,
Temporada de Música Gulbenkian
Canções Portuguesas
Ana Quintans, soprano
Filipe Raposo, piano
Programa
Filipe Raposo – Cancioneiro Popular Português
– Era ainda pequenina
– Vai-te embora ó papão
– Senhora do Almortão
Vianna da Motta
– Pastoral
– Fado
– Canção Perdida
Francisco de Lacerda
– Tenho tantas saudades
– Quero cantar, ser alegre
– Quando tu abres os olhos
Luís de Freitas Branco
– Fado Serenata
– A formosura desta fresca serra
António Fragoso – Canção da Fiandeira
Manuel Ivo Cruz – Mágoas de Anto
Fernando Lopes-Graça
– Quem embarca, quem embarca
– Ó virgens que passaís
Jorge Cronner de Vasconcellos – Na fonte está Leonor
Joly Braga Santos – Canção de embalar
Carlos Paredes – Verdes Anos
Eurico Carrapatoso – Eu
Este fenómeno propagou-se por toda a Europa na transição do seculo XIX para o XX, mas adquiriu especial relevância na Península Ibérica, cuja invulgar riqueza linguística serviu como importante incentivo para uma composição identitária. Este ciclo explora um repertório pouco conhecido, tanto de origem popular como erudito, das canções compostas em catalão, basco, galego e português.
Ana Quintans | Nasceu em Lisboa e começou a desenvolver as suas capacidades artísticas em diferentes domínios quando deu os primeiros passos no teatro e na dança. Diplomou-se em Escultura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa e estudou canto no Conservatório de Música de Lisboa. Ingressou no Flanders Operastudio, em Gent, com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dedicando a maior parte do seu tempo ao repertório barroco, Ana Quintans colaborou com muitas orquestras de topo como Les Arts Florissants, Il Complesso Barocco, Les Musiciens du Louvre, Le Poème Harmonique, Ensemble Pygmalion, Al Ayre espanhol, Concerto de’ Cavalieri, Il Pomo d’Oro, Les Folies Françoises, Divino Sospiro e Músicos do Tejo.
No domínio da ópera, os destaques incluem: Drusilla (L’incoronazione di Poppea de Monteverdi), no Teatro Real de Madrid e no Maggio Musicale Fiorentino; Amor (Hippolyte et Aricie de Rameau), no Festival de Glyndebourne; Belinda (Dido e Eneias de Purcell), na Ópera de Rouen e no Teatro Real de Versalhes; Amor (Egisto de Cavalli), na Opéra Comique de Paris; Jonathas (David et Jonathas de Marc-Antoine Charpentier), no Festival d’Aix-en-Provence, no Festival de Edimburgo, na Brooklyn Academy of Music de Nova Iorque e na Opéra Comique; Amor (Orfeo ed Euridice de Gluck), no Festival Mozart de Salzburgo e na Ópera Escocesa; papéis principais em La Spinalba e Ippolito, de F. A. de Almeida, na Casa da Música e no Centro Cultural de Belém; Papagena (A Flauta Mágica), no Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), em Lisboa.
O repertório de concerto de Ana Quintans estende-se de Monteverdi até à música contemporânea. O compositor Luís Tinoco escreveu para a sua voz as obras From the Depth of Distance, Songs of a solitary dreamer e o papel de Nancy em Evil Machines.
Desempenhos recentes de Ana Quintans incluem: o papel de Despina (Così fan tutte), em Glyndebourne; Ilia (Idomeneo), no TNSC; Minerva (El Prometeo de Draghi) na Ópera de Dijon; Drusilla e La Virtù (L’incoronazione di Poppea), no Festival de Salzburgo; a produção de Graham Vick de Alceste de Gluck, no TNSC; Amor (Orfeo ed Euridice de Gluck), na Ópera de Massy; árias de Vivaldi e Albinoni, com o Concerto de’ Cavalieri e Marcello di Lisa, em Hamburgo; e a produção de Romeo Castellucci da Paixão segundo São Mateus, de J. S. Bach, no CCB, com o Coro e a Orquestra Gulbenkian, sob a direção de Michel Corboz.
Filipe Raposo | Pianista, compositor e orquestrador. Iniciou os seus estudos de piano no Conservatório Nacional de Lisboa e concluiu o mestrado em Piano Jazz Performance pelo Royal College of Music (Estocolmo), tendo sido bolseiro da Royal Music Academy of Stockholm. É licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa.
Enquanto compositor, orquestrador e pianista, tem colaborado com inúmeras orquestras europeias, apresentando-se a solo ou com diferentes formações em festivais internacionais. Colaborou em concertos e em gravações discográficas com alguns dos principais nomes da música portuguesa.
Trabalha também regularmente como compositor em cinema e teatro. Autor da música original do documentário Um Corpo que Dança – Ballet Gulbenkian 1965-2005, de Marco Martins. Em 2022 realizou, em parceria com António Jorge Gonçalves, o documentário O Nascimento da Arte. No mesmo ano escreveu a ópera As Cortes de Júpiter (Gil Vicente), com encenação de Ricardo Neves-Neves.
Em nome próprio, editou os discos: First Falls (2011, Prémio Artista Revelação Fundação Amália); A Hundred Silent Ways (2013); Inquietude (2015); Rita Maria & Filipe Raposo Live in Oslo (2018); Øcre vol. 1 (2019); The Art of Song: When Barroque Meets Jazz (2020); e Øbsidiana vol. 2 (2022).