Rebecca Martin & Orquestra de Jazz de Matosinhos
Transmissão direta
Realização e Apresentação: João Almeida
Produção: Anabela Luís
Rebecca Martin é a próximo convidada da Orquestra Jazz de Matosinhos para se estrear em Portugal na Casa da Música no Porto, donde segue com a big band para o Voll-Damm Festival Internacional de Jazz de Barcelona, onde actuam dia 1 de dezembro. A cantora norte-americana contemporânea do pianista Brad Mehldau, do saxofonista Chris Cheek e do guitarrista Kurt Rosenwinkel, bem conhecidos da OJM, promete encantar com originais e standards.
A sua estreia na música aconteceu ao lado de Jesse Harris com quem formou os Once Blue. O álbum de estreia saiu em 1995 e teve repercussão internacional.
Depois disto Rebecca Martin iniciou uma carreira a solo focada na sua música original, uma mistura de rock, pop, folk e jazz. Lança, a solo, em 1998, “Thoroughfare” um álbum composto e produzido pela própria. Quatro anos mais tarde editou uma coleção de standards, “Middlehope”, que o The New York Time nomeou como um dos 10 melhores álbuns de jazz do ano.
O segundo de originais saiu em 2004, “People behave like ballads”. Um ano mais tarde tornou-se na primeira cantora a acompanhar em disco o baterista e compositor de jazz Paul Motian. Esta parceria foi marcante na carreira de Rebecca Martin.
Em 2008 voltou a editar em nome próprio, “The Growing Season, um álbum produzido por Kurt Rosenwinkel. O sucesso deste trabalho levou a que fosse convidada a tocar no nova-iorquino Village Vanguard tornando-se na primeira cantautora a actuar neste clube de jazz em mais de 30 anos. Este trabalho valeu-lhe também o prémio para melhor álbum folk/cantautor nos Independent Music Awards de 2009. Um ano mais tarde editou “When I Was Long Ago” e em 2013 “Twain”.
Paralelamente à carreira musical, Rebecca Martin desenvolve um trabalho intenso junto da comunidade na sua terra adoptiva, Kingston/Nova Iorque, promovendo a transparência governamental e o envolvimento cívico. Nomeada activista da comunidade em 2009, fundou o Kingston Citizens em 2006 como forma de entender o trabalho do governo local e criar uma plataforma de envolvimento da sociedade civil nas decisões que envolvem a sua zona.
Cerca de dois anos depois, e já com 17 músicos – entre eles o pianista Carlos Azevedo que viria a partilhar a direcção musical com Pedro Guedes -, a Héritage Big Band tornou-se a primeira orquestra municipal de jazz do país. A estreia com o nome de Orquestra Jazz de Matosinhosaconteceu no dia 27 de Novembro de 1998, na abertura da FNAC do Norteshopping, em Matosinhos.
Constituída a 15 de Dezembro de 1999, com o apoio da Câmara Municipal de Matosinhos, a Associação Orquestra Jazz de Matosinhos é uma instituição sem fins lucrativos que cumpre o papel de uma Orquestra Nacional de Jazz.
Dirigida por Pedro Guedes e Carlos Azevedo, tem colaborado com nomes tão diversos como Maria Schneider, Carla Bley, Lee Konitz, John Hollenbeck, Jim McNeely, Kurt Rosenwinkel, João Paulo Esteves da Silva, Carlos Bica, Ingrid Jensen, Bob Berg, Conrad Herwig, Mark Turner, Rich Perry, Steve Swallow, Gary Valente, Dieter Glawischnig, Stephan Ashbury, Chris Cheek, Ohad Talmor, Joshua Redman, Andy Sheppard, Dee Dee Bridgewater, Maria Rita, Maria João, Mayra Andrade e Manuela Azevedo entre muitos outros.
A OJM tem actuado regularmente nas principais salas do país e também em Barcelona, Bruxelas, Milão, Nova Iorque, Boston e Marselha. Foi a primeira formação portuguesa de jazz a participar num festival norte-americano (JVC Jazz Festival, Carnegie Hall, em 2007), participou no Beantown Jazz Festival de Boston e realizou temporadas nos clubes nova-iorquinos Birdland, Jazz Standard, Jazz Gallery e Iridium.
A discografia da OJM começou a ver a luz do dia em 2006 e é o reflexo de algumas das suas colaborações mais sólidas. Depois de “Orquestra Jazz de Matosinhos Invites: Chris Cheek” (Fresh Sound New Talent), surgiu “Portology” (Omnitone), com Lee Konitz – Ohad Talmor Big Band como compositor e solista principal. Da colaboração com o guitarrista Kurt Rosenwinkel resultou a gravação de “Our Secret World” (WomMusic), lançado em 2010 nos EUA e em Portugal. Um ano depois foi editado o álbum com a cantora Maria João, “Amoras e Framboesas” (Universal Music). Em 2013 surgiu “Bela Senão Sem” (TOAP), com arranjos originais sobre a música do pianista João Paulo Esteves da Silva. Em 2014 foi editado o álbum “Jazz Composers Forum: today’s european-american big band writing” (TOAP), trabalho que resultou da gravação de oito encomendas feitas a oito compositoresamericanos e europeus – Steven Bernstein, Darcy James Argue, Guillermo Klein, Ohad Talmor, Pierre Bertrand, Frank Vaganée, Julien Argüelles e Florian Ross – para o ciclo de concertos com o mesmo nome que teve lugar no Cine-Teatro Constantine Nery.
A orquestra desenvolve igualmente, desde 2010, um projecto destinado à criação de um centro de alto rendimento artístico (CARA) em Matosinhos, promovendo o diálogo entre arte, ciência e tecnologia, designadamente através de projetos multidisciplinares que visem a investigação e desenvolvimento de soluções para a criação, fruição e disseminação de conteúdos criativos.
Com o intuito de se tornar numa orquestra ibérica, a OJM estreou-se em 2014 no Voll-Damm Festival Internacional de Barcelona, tendo como convidado o guitarrista Kurt Rosenwinkel. Em 2015, o convidado da orquestra no festival catalão foi o saxofonista Mark Turner, e em 2016 Fred Hersch.
Ainda em 2016, a OJM voltou a Nova Iorque para uma temporada de seis dias, 12 concertos, no Blue Note onde apresentou “Our Secret World”, com Kurt Rosenwinkel. O ano ficou marcado pela estreia na mítica Konzerthaus de Viena, na Áustria, ao lado do guitarrista Kurt Rosenwinkel; e no Festival de Jazz de Belgrado, com o pianista João Paulo Esteves da Silva.
A 30 de Janeiro de 2017, a Orquestra Jazz de Matosinhos comemorou 20 anos.