A Antena 2 estreia a 8 de Julho uma nova série do programa Caleidoscópio, intitulada Mediterrâneo, da autoria de Daniel Schvetz . Até 30 de Setembro.
Domingos 22h00 | 4ª feiras 13h00 | Sábados 5h00
Mediterrâneo
por Daniel Schvetz
Desde a mais antiga das civilizações que povoaram este planeta, a questão das vias de comunicação, fossem elas terrestes ou fluviais/marítimas constituiu-se factor primordial e ineludível, tanto para metas de carácter social/comercial (compra-venda-transporte de productos entre culturas diversas), seja para metas de carácter bélico (conquistas, re-conquistas, invasões e as mais variadas formas de violência que o género humano pratica desde a sua existência).
Desde o sagrado rio Ganges na Índia, com seus 2.510 kms de comprimento, alimento para mais de 400 milhões de Indianos, ao Missisipi nos EUA com 3.734 kms da fronteira com Canadá ao Golfo de México atravessando a totalidade do país nórdico; ou o Amazonas, desde Iquitos no Perú, atravessando a totalidade do território do gigantesco Brasil até a sua desembocadura no Atlántico, e finalmente, o Nilo, o rei de todos os cursos fluviais com seus 6.853 kms de comprimento e uma cultura, a Egípcia, dependente durante séculos dos seus altos e baixos, e em que da rega de enormes territórios dependeu a sobrevivência de milhões de habitantes destas terras.
Assinalamos apenas alguns casos notáveis de vias fluviais que carregam grande parte da história da humanidade, seja na dimensão do quotidiano, na mitología, nas lendas, seja como suporte de fatos remarcáveis das histórias das diferentes culturas e civilizações banhadas por eles.
O Oceano Atlântico tem a ocidente as Américas, a oriente, África e Europa, extensão quase infinita que também une os polos norte e sul, e o Índico, e o Pacífico, também rodeados doutra combinação de continentes e claro, os muitos mares, Negro, Vermelho, Morto, Cáspio, Adriático.
Mas, provavelmente, nenhum mar é tão especial como aquele cujo nome carrega o seu estatuto de interioridade, referimo-nos ao Mediterrâneo, berço de inúmeras culturas que o atravessaram, pelas mais variadas razões, ao longo de mais de quatro milénios.
Norte de África, Oeste da Ásia e Sul da Europa são banhados por este sereno e turbulento mar, mar interior que, como tal, é gigantesco (ao pé dos outros mares) e dele nos serviremos para este ciclo, que nos levará a regiões, paises (civilizações-culturas-impérios…) que representam três continentes vinculados historicamente por ele.
Daniel Schvetz
Norte de África, Oeste da Ásia e Sul da Europa são banhados por este sereno e turbulento mar, mar interior que, como tal, é gigantesco (ao pé dos outros mares) e dele nos serviremos para este ciclo, que nos levará a regiões, paises (civilizações-culturas-impérios…) que representam três continentes vinculados historicamente por ele.
Daniel Schvetz
Programas
Prog. 1 | 8 Julho
Líbano
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Prog. 2 | 15 Julho
Malta
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Prog. 3 | 22 Julho
Marrocos
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Prog. 4 | 29 Julho
Síria
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Tábuas de argila com escrita cuneiforme no idioma Ugaritico, do Mediterrâneo Sírio; o alfabeto mais antigo de ocidente, e escrito da esquerda para a direita.
Prog. 5 | 5 Agosto
Turquia
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Prog. 6 | 12 Agosto
Argélia
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Prog. 7 | 19 Agosto
Israel
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Daniel Schvetz estudou piano e composição no Conservatório Nacional de Buenos Aires López Bouchard, composição no Conservatório Beethoven, e música electroacústica na Universidade Ricardo Rojas. Participou nos Cursos Latino-americanos de Música Contemporânea e Cursos de Verão no IRCAM (recursos electroacústicos). Foi discípulo em piano de Roberto Brando, Moises Makaroff, M. R. Oubiña de Castro, em composição, contraponto e fuga de Guillermo Graetzer, em análise e harmonia do séc. XX de Fermina Casanova.
Viajou várias vezes pela Argentina, Peru, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai e Paraguai como intérprete e pesquisador dos diversos folclores, o que inspirou muitas obras desse período, não só pelas riquíssimas variedades e estilos musicais, como pela poesia, literatura e tradições culturais das diversas geografias e povoações. Participou de projectos jazzísticos e de improvisação pura, de inspiração folclórica como "Luna", "Canto Entero", de tango e inspiração tangueira como "El Borde", "Duo Naka-Schvetz", e de vários projectos de música contemporânea como "Ophris" com César Viana, interpretando obras de compositores portugueses, e os ensembles "Septeto Daniel Schvetz", Duo "Moderato Tangabile" com o tubista Sérgio Carolino, e o Duo "Pois é" com a cantora Sara Belo. Compôs para orquestra, ensembles de câmara, coro e solistas, destacando-se as óperas O Principezinho e O Defunto, Conferência dos Pássaros, a Misatango, a Cantata para un silencio, o Concerto para bandoneón e orquestra, o Duplo Concerto para Acordeão Saxofone e Orquestra.
É professor de Composição e Análise Musical do Conservatório Nacional. Colabora com a Antena 2, a Cinemateca Portuguesa, o CESEM, a ESML, a Metropolitana, a Casa da America Latina, o Instituto Cervantes, entre outras entidades.