Dryads Duo
Música em Diálogo II : Prokofiev e Pedro Faria Gomes
Carla Santos, violino
Saul Picado, piano
Programa
Lera
Auerbach – selecção dos
24 Prelúdios para violino e piano
VIII – Andante, dolce, nostalgico
XI – Allegretto
VII – Allegro moderato
III – Andantino misterioso
XV – Adagio sognandoSergei
Prokofiev –
Sonata nº 1, Op. 80
I – Andante assai
II – Allegro brusco
III – Andante
IV – Allegrissimo
Olivier Messiaen – Thème et Variations
Pedro Faria Gomes – Sonata para violino e piano [estreia em Portugal]*
I – Lento e libero
II – Andante non troppo
III – Molto vivace. Più Moderato
IV – Calmo. Più Mosso
*Acerca da Sonata para violino e piano:
“Gostaria muito de escrever para o Dryads Duo uma nova obra tendo como fonte de inspiração a Sonata Nº1 para violino e piano, op. 80 (completada em 1946), de Sergei Prokofiev. Esta é uma peça muito singular, que Prokofiev escreveu numa fase adiantada da sua vida, de maturidade. Os quatro andamentos desta sonata perfazem um arco que parece representar uma vida humana: em ensaios com o violinista David Oistrakh, Prokofiev revelou que as escalas velozes que marcam o primeiro e último andamentos devem soar como “o vento num cemitério”; entre estes dois momentos da obra, existe uma grande diversidade de carácteres musicais, ou, na mesma analogia, de episódios vividos. Talvez pela simbologia muito particular que se compreende nesta obra, ela foi tocada no funeral de Prokofiev, por Oistrakh e Samuil Feinberg, em 1953.
Na minha peça, pretendo criar com esta sonata de Prokofiev ligações em alguns aspectos temáticos do material musical, em texturas, em elementos da forma musical; mas acima de tudo aludir ao seu tom refletivo e simbologia extra-musical.
Prokofiev é um compositor que me marcou muito, principalmente durante os anos em que estudei composição em Lisboa. Regressar à sua música, com uma distância de quase duas décadas, é para mim um exercício de retrospetiva em si mesmo, que faz todo o sentido numa obra que pretende refletir sobre o arco da vida. Uma outra influência nesta composição projetada será o conto The Curious Case of Benjamin Button, de F. Scott Fitzgerald (tratado em filme por David Fincher) – outra obra com um foco central na forma em arco da vida humana.”
Pedro Faria Gomes
Dryads Duo | Formado em 2010 por
Carla Santos (Mestrado em Performance e Diploma Artístico pelo Royal College of Music de Londres) e
Saul Picado (Mestrado em Performance pela Guildhall School of Music and Drama) tem como principal objectivo explorar e levar ao público obras musicais menos tocadas e reconhecidas, existentes para esta formação desde o final do século XIX até aos dias de hoje, mas não menos merecedoras de serem apresentadas.Após ter vencido o 1º Prémio no Concurso “Prémio Jovens Músicos – 2011 o Duo tem-se apresentado nas mais importantes salas de Portugal como o Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, Teatro Nacional de São Carlos, Casa da Música, Centro Cultural de Belém, Palácio Foz, Centro de Cultura Contemporânea de Castelo Branco, entre outras.
Em 2012 foi lançado o seu primeiro CD com obras de Janáček – Sonata, Ravel – Sonata Póstuma, e Enescu – Sonata Op. 25 “ao estilo popular romeno”. O seu lançamento teve lugar na Fundação Calouste Gulbenkian aquando do Festival Jovens Músicos, em 2012. Em Novembro de 2016 o Dryads Duo lançou o seu segundo CD, Intimate Colours, com obras de Elgar – Sonata Op. 82, Szymanowski – Mitos Op. 30 e Respighi – Sonata em Si menor, num recital que teve lugar na Maison du Portugal – André de Gouveia em Paris. Este CD faz parte do catálogo da KNS Classical.
O Dryads Duo têm-se apresentado também internacionalmente, no Reino Unido – nomeadamante em Aylesbury, Brighton, Cardiff, Edinburgh, Oxford e Londres -, França e Áustria. Apresentou-se também no Festival Internacional de Música “Primavera Musical” (Castelo Branco), Festival de Música do Estoril, Festivais de Outono (Aveiro) e Bloomsbury Festival (Londres).
O mais recente projeto tem o nome de Música em Diálogo que tem como objetivo colocar em diálogo música do repertório “tradicional” e música escrita no presente para violino e piano, que conta com a apresentação de 5 novas obras escritas para o Duo em recital, em Portugal.
Estas obras foram escritas por 5 compositores portugueses – Anne Victorino d’Almeida, Pedro Faria Gomes, Tiago Derriça, Sérgio Azevedo, João Ferreira – que aceitaram o convite do Dryads Duo e têm como ponto de partida da escrita 5 obras do repertório “tradicional” para violino e piano – a cada compositor foi dada a liberdade de escolha de uma qualquer obra escrita no passado, a partir da qual quisesse basear a escrita da sua nova obra.
Os 5 recitais são transmitidos pela Antena 2, sendo este o segundo do ciclo, tendo no primeiro sido apresentada a obra da compositora Anne Victorino d’Almeida.
Fotos Jorge Carmona / Antena 2
(no 1º recital a 12 setembro 2019)