LibretoRanieri de’ Calzabigi
Estreia5 de Outubro de 1762
AntecedentesOrfeu e Eurídice foi a primeira de três óperas conhecidas como as óperas da reforma, onde Gluck, em parceria com Calzabigi, procurou, através da "nobreza da simplicidade" da acção e da música, substituir os complicados enredos e os floreados musicais que se tinham apoderado da Ópera Séria.
A verdade é que Gluck já tinha composto numerosas óperas na estética convencional de Metastasio. Assim, a parceria com Calzabigi, proporcionava-lhe uma oportunidade quase única para se pôr em prática uma nova concepção do teatro musical: mais sóbrio e mais dramático, e que se aproximasse da unidade da tragédia grega.
Orfeu e Eurídice estreia com enorme sucesso, no dia 5 de Outubro de 1762 e tornou-se na obra mais popular de Gluck.
Já traduzida em música por compositores como Monteverdi e Peri, esta é a história de como Orfeu traz de volta Eurídice para o mundo dos vivos. Enfrenta os infernos para recuperar a amada, com a imprescindível ajuda da música-apaziguadora de almas atormentadas.
ResumoNo primeiro acto, após um breve prelúdio, a cortina ergue-se por cima do túmulo de Eurídice. Orfeu chora a perda da amada, rodeado pelos seus amigos.
Aparece então o Cupido que traz uma mensagem: sensibilizados com a dor de Orfeu, os deuses autorizam-no a descer aos infernos para trazer Eurídice. Mas há uma condição: Orfeu não pode olhar para a amada antes estar de volta sob um céu mais clemente.
2º Ato:
Orfeu é acolhido nos infernos pelas Fúrias e pelo Cérbero, o cão das três cabeças de Hades. Perante o perigo, Orfeu começa a cantar, fazendo-se acompanhar pela sua lira e consegue apaziguar estes terríveis guardiães. Assim, chega à morada das sombras felizes onde encontra Eurídice. Toma-a pela mão, sem a olhar para ela directamente, e pede-lhe que volte com ele.
3º Ato:
Orfeu desceu até aos infernos para trazer de volta para o mundo dos vivos Eurídice. Fora avisado para não olhar para a sua amada enquanto não estivesse na segurança do seu mundo. Depois de um longo caminho Orfeu chega finalmente a Eurídice e pede-lhe que o siga. É aqui que começa o terceiro acto:
Euridice não compreende porque é que Orfeu não olha para ela uma única vez. Atribui a atitude à frieza de espírito e não dá oportunidade a Orfeu para se explicar. É então, que depois de muito censurado, Orfeu perde a paciência e se volta para ela. Como consequência Eurídice cai inanimada – uma das cenas mais aguardadas de toda a ópera, à qual se segue a ária "Che farò senza Euridice?", cantada por Orfeu desesperado. Surge de novo o Cupido. Orfeu provou merecer Eurídice, por isso é-lhe restituída a vida.
Na última cena, no templo do Cupido, Orfeu, Eurídice e Cupido unem as suas vozes às dos pastores e cantam os mistérios e a força do amor.