Letra Original:
De rêve . . .La nuit a des douceurs de femme
Et les vieux arbres, sous la lune d’or, Songent!
A Celle qui vient de passer, la tête emperlée,
Maintenant navrée, à jamais navrée,
Ils n’ont pas su lui faire signe…
Toutes! elles ont passé: les Frêles, les Folles,
Semant leur rire au gazon grêle,
Aux brises frôleuses la caresse charmeuse
Des hanches fleurissantes.
Hélas! de tout ceci, plus rien qu’un blanc frisson…
Les vieux arbres, sous la lune d’or,
Pleurent leurs belles feuilles d’or!
Nul ne leur dédiera plus la fierté des casques d’or,
Maintenant ternis, à jamais ternis.
Les chevaliers sont morts
Sur le chemin du Graal!
La nuit a des douceurs de femme,
Des mains semblent frôler les âmes,
Mains si folles, si frêles,
Au temps où les épées chantaient pour elles!
D’étranges soupirs s’élèvent sous les arbres;
Mon âme, c’est du rêve ancien qui t’étreint.
De grève . . .Sur la mer les crépuscules tombent,
Soie blanche effilée!
Les vagues, comme de petites folles,
Jasent, petites filles sortant de l’école,
Parmi les froufrous de leur robe,
Soie verte irisée!
Les nuages, graves voyageurs,
Se concertent sur le prochain orage,
Et c’est un fond vraiment trop grave
À cette anglaise aquarelle.
Les vagues, les petites vagues, ne savent plus
Où se mettre, car voici la méchante averse,
Froufrous de jupes envolées,
Soie verte affolée!
Mais la lune, compatissante à tous!
Vient apaiser ce gris conflit
Et caresse lentement ses petites amies
Qui s’offrent comme lèvres aimantes
À ce tiède et blanc baiser.
Pluis, plus rien…
Plus que les cloches attardées des flottantes églises!
Angelus des vagues,
Soie blanche apaisée!
Des fleurs . . .Dans l’ennui si désolément vert de la serre de douleur,
Les Fleurs enlacent mon coeur de leurs tiges méchantes.
Ah! quand reviendront autour de ma tête
Les chères mains si tendrement désenlaceuses?
Les grands Iris violets violèrent méchamment
Tes yeux, en semblant les refléter,
Eux qui furent l’eau du songe où plongèrent
Mes rêves si doucement enclos en leur couleur;
Et les lys, blancs jets d’eau de pistils embaumés,
Ont perdu leur grâce blanche
Et ne sont plus que pauvres malades sans soleil!
Soleil! ami des fleurs mauvaises, tueur de rêves!
Tueur d’illusions, ce pain béni des âmes misérables!
Venez! venez, les mains salvatrices!
Brisez les vitres de mensonge,
Brisez les vitres de maléfice,
Mon âme meurt de trop de soleil! Mirages!
Plus ne refleurira la joie de mes yeux
Et mes mains sont lasses de prier,
Mes yeux sont las de pleurer!
Eternellement ce bruit fou des pétales noirs
De l’ennui, tombant goutte à goutte sur ma tête
Dans le vert de la serre de douleur!
De soir . . .Dimanche sur les villes, Dimanche dans les coeurs!
Dimanche chez les petites filles chantant
D’une voix informée des rondes obstinées
Où de bonnes tours n’en ont plus que pour quelques jours!
Dimanche, les gares sont folles!
Tout le monde appareille pour des banlieues d’aventure
En se disant adieu avec des gestes éperdus!
Dimanche, les trains vont vite, dévorés par d’insatiables tunnels;
Et les bons signaux des routes échangent d’un oeil
Unique des impressions toutes mécaniques.
Dimanche, dans le bleu de mes rêves
Où mes pensées tristes de feux d’artifices manqués
Ne veulent plus quitter le deuil de vieux Dimanches trépassés.
Et la nuit, à pas de velours, vient endormir
Le beau ciel fatigué, et c’est Dimanche
Dans les avenues d’étoiles; la Vierge or sur argent
Laisse tomber les fleurs de sommeil!
Vite, les petits anges, dépassez les hirondelles,
Afin de vous coucher forts d’absolution!
Prenez pitié des villes, prenez pitié des coeurs,
Vous, la Vierge or sur argent!
Tradução para Português:
Do sonho . . .A noite tem doçuras de mulher
E as velhas árvores, sob a lua dourada,
Sonham!
Àquela que acaba de passar, a cabeça com pérolas adornada,
Agora profundamente magoada, para sempre profundamente magoada,
Eles não souberam como fazer-lhe sinal…
Todas! elas passaram: as delicadas, as selvagens,
Espalhando o seu riso sobre a relva delicada,
E ao toque das brisas a carícia encantadora
Das ancas florescentes.
Ai! de tudo isto nada mais senão um pálido tremor…
As velhas árvores, sob a lua dourada,
Choram as suas belas folhas de ouro!
Ninguém lhes devolverá a dignidade dos elmos de ouro,
Agora obscurecidos, para sempre obscurecidos.
Os cavaleiros morreram
A caminho do Graal!
A noite tem doçuras de mulher,
Mãos que parecem acariciar as almas,
Mãos tão apaixonadas, tão delicadas,
No tempo em que as espadas cantavam para elas!
Estranhos suspiros elevam-se sob as árvores;
Minha alma, é sonho antigo que te abraça!
Da praia . . .Sobre o mar cai o crepúsculo,
Seda branca desfiada!
As ondas murmuram como pequenas raparigas loucas,
Pequenas raparigas saindo da escola,
Entre o "frou-frou" dos seus vestidos,
Seda verde irisada!
As nuvens, solenes viajantes,
Discutem juntas a próxima tempestade,
E este é um fundo demasiado melancólico
Para esta inglesa aguarela.
As ondas, as pequenas ondas, já não sabem
Para onde ir, porque então vem o malvado aguaceiro,
"Frou-frou" de saias esvoaçantes,
Seda verde desorientada!
Mas a lua, compassiva com todos,
Vem apaziguar este perturbante conflito
E lentamente acaricia as suas pequenas amigas
Que se oferecem como lábios apaixonados
A este quente e branco beijo.
Então nada mais…
Nada senão os sinos retardados das igrejas flutuantes!
Toque das Avé-Marias das ondas,
Seda branca apaziguada!
Das flores . . .No aborrecimento tão desoladamente verde da estufa da dor,
As flores enlaçam o meu coração com as suas malvadas hastes.
Ah! quando regressarão à volta da minha cabeça
Aquelas mãos que tão ternamente as soltariam?
Os grandes lírios violeta violaram cruelmente
Os teus olhos parecendo reflecti-los,
Eles que foram a água do sonho em que mergulharam
Os meus sonhos tão docemente envolvidos pela sua cor;
E as açucenas, brancos jactos de água, de pistilos perfumados,
Perderam a sua graça branca
E não são mais que pobres doentes sem sol!
Sol! amigo das flores cruéis, matador de sonhos!
Matador de ilusões, este pão bendito das almas infelizes!
Vinde! vinde, mãos salvadoras!
Quebrai os vidros da mentira,
Quebrai os vidros da maldade,
A minha alma morre de demasiado sol! Ilusões!
A alegria dos meus olhos não reflorescerá nunca mais
E as minhas mãos estão cansadas de rezar
E os meus olhos estão cansados de chorar!
Eternamente este louco ruído das pétalas negras
De aborrecimento caindo gota a gota sobre a minha cabeça
No verde da estufa da dor!
Da tarde . . .Domingo nas cidades. Domingo nos corações!
Domingo para as pequenas jovens
Que cantam com voz infantil rodas infindáveis
Em que boas torres duram apenas alguns dias!
Domingo, as estações de caminho de ferro estão em tumulto!
Todo o mundo viaja para os subúrbios da aventura,
Despedindo-se com gestos muito comovidos!
Domingo, os combóios andam depressa, devorados por insaciáveis túneis;
E os fiéis sinais da via trocam
Impressões inteiramente mecânicas com os seus únicos olhos.
Domingo, no azul dos meus sonhos
Em que os meus pensamentos tristes, de fogos de artifício privados
Já não querem deixar o luto dos velhos domingos há muito passados.
E a noite com passos de veludo vem adormecer
O belo céu fatigado e é domingo
Nas avenidas de estrelas; a Virgem, ouro sobre prata,
Deixa cair as flores do sono!
Depressa, pequenos anjos, ultrapassai as andorinhas,
Afim de vos deitardes cheios de absolvição!
Tende piedade das cidades, tende piedade dos corações,
Vós Virgem, ouro sobre prata!